Do incêndio do Reichstag ao 11 de Setembro

por Jerry Russell

Incêndio do Reichstag. Segundo o famoso historiador William Shirer e muitos outros , está estabelecido "para além de qualquer dúvida razoável" que em 27 de Fevereiro de 1933 infiltrou-se no edifício do Reichstag (o parlamento alemão) uma equipa de comandos de Hitler que utilizou combustíveis líquidos para provocar rapidamente um imenso braseiro. Antes de o incêndio estar apagado, Hitler declarou que aquele horror devia ter sido da responsabilidade dos comunistas.

Segundo parece, o público alemão acreditou de forma geral que Hitler estava a dizer a verdade; foi aprovada a Lei de Autoridade que deu a Hitler poderes de ditador – e nas eleições gerais alguns dias depois, os nacionais-socialistas cimentaram a sua influência no governo alemão. Os líderes comunistas foram julgados, acusados de participarem numa vasta conspiração para destruir o Reichstag – e, por acréscimo, o próprio povo alemão. Por fim, começou um massacre dos comunistas – que culminou anos depois, na Segunda Guerra Mundial, na guerra da Alemanha contra a União Soviética que matou dez milhões de pessoas ou mais.

Um dos pontos na longa lista de provas quanto ao papel da conspiração dos nazis no incêndio do Reichstag é o testemunho ocular de um membro das SA chamado Adolf Rall, que proferiu a sua acusação numa entrevista à revista Pariser Tagiblatt e foi posteriormente assassinado pelos nazis. No julgamento de Nuremberga apareceram outros testemunhos sobre o mesmo caso. As análises técnicas do alastramento do fogo também levaram à conclusão de que este espalhou-se tão rapidamente que só poderia ter sido posto por uma equipa organizada de incendiários. Infelizmente, desapareceu uma outra fonte de testemunho potencial – soube-se que toda a equipa de comandos SA, denunciada por Rall, foi morta pelos nazis em 1934. O padrão das mortes parece indicar que foi levada a efeito uma operação de encobrimento do crime.

A equipa de Hitler também tratou de arranjar um "bode expiatório" para o cenário do Reichstag. Um jovem comunista holandês, meio cego, chamado Marinus van der Lubbe, tivera um encontro com a polícia alemã alguns dias antes. Segundo alguns relatos, tentara lançar fogo a um escritório de desempregados pouco tempo antes; e houve quem o ouvisse falar num bar , ameaçando incendiar o próprio Reichstag. Ora bem, dado que van der Lubbe era suspeito de um crime, e se sabia que ele andava a tramar outro, seria de pensar que os nazis o mantivessem prudentemente sob prisão. Mas deixaram-no à solta e, com um estranho sincronismo, van der Lubbe foi apanhado a lançar fogo ao Reichstag exactamente quando os homens de Hitler estavam a acabar o seu trabalho. No julgamento, os peritos de Hitler apresentaram provas conclusivas de que van der Lubbe não podia ter iniciado o incêndio sozinho, portanto tinha que haver uma conspiração. No entanto, no julgamento, toda a direcção comunista acabou por ser absolvida de responsabilidades, dados os seus fortes alibis. Van der Lubbe testemunhou repetidas vezes que era o único responsável pelo fogo, e portanto só ele foi condenado e executado.

Ainda hoje nem toda a gente está convencida do papel conspirativo dos nazis no incêndio. Alguns historiadores mantêm que foi mesmo van der Lubbe sozinho quem ateou o fogo, e que Hitler foi acusado injustamente neste caso. Talvez que, dada a natureza inflamatória da acusação, seja melhor concentrarmo-nos noutros aspectos do acontecimento. A resposta ilógica de Hitler ao acusar todo um movimento político, e por fim todo um país pelas pretensas acções de apenas alguns indivíduos; a urgência do julgamento e a ânsia de atirar as culpas para uma "vasta conspiração comunista" antes de as cinzas terem arrefecido; o encobrimento e as misteriosas mortes de todos os envolvidos no incidente; e as acções para esmagar os direitos e as liberdades individuais na Alemanha, em conjunto com o estertor da democracia alemã e o início da guerra mundial. Mesmo que não tivessem sido os apaniguados de Hitler a lançar fogo directamente ao Reichstag, de certeza que a resposta de Hitler foi mais do que suficiente para conquistar o desprezo da história.

Apesar de tudo, de todas as provas circunstanciais e de todos os testemunhos que apontam para a culpa de Hitler no incêndio do Reichstag, também é esclarecedor olhar para os que proclamam confiantemente a sua inocência. Uma dessas figuras é o jornalista Sefton Delmer , que em 1961 escreveu no seu livro "Trail Sinister" que "a lenda de que 'foram Hitler, Göring e Goebbels a fazê-lo' foi cuidadosamente desmantelada". Delmer, que foi membro do círculo interno de Hitler em 1933, forneceu grande quantidade de detalhes coloridos de testemunhos oculares que pretendiam apoiar a inocência de Hitler; provas que pouca gente confirma, para dizer o mínimo. No entanto, acontece que a história da vida de Delmer é muito interessante: foi recrutado em 1940 pelo Executivo das Operações Especiais Britânicas para organizar programas de rádio de "propaganda suja" destinadas à Alemanha. Nesta sua faceta de informação secreta, acaba de ser acusado de inventar uma fracassada invasão nazi da Grã-Bretanha fora de qualquer contexto, segundo notícias da BBC .

A lição a tirar é que é importante saber quando é que entramos na sala dos espelhos criada pelos operacionais das informações. Porque é que um jornalista britânico iria ultrapassar as suas funções para absolver Hitler? É difícil explicá-lo à luz de qualquer análise convencional, mas mesmo assim entendo que é possível e acontece mesmo. Talvez pelas mesmíssimas razões que americanos como Prescott Bush e George Herbert Walker, os fundadores da dinastia Bush, trabalharam tão afincadamente para financiar os camisas castanhas de Hitler – e pelas mesmas razões por que muitos operacionais das informações alemãs foram incorporados nos serviços americanos de informações depois da II Guerra Mundial, para criar a CIA ainda em embrião .

Já passaram mais de setenta anos desde o incêndio do Reichstag, e por isso temos o benefício de uma certa perspectiva histórica. Só passaram pouco mais de dois anos [1] desde o 11 de Setembro, e por isso ainda estamos a acumular parte dessa mesma noção de perspectiva. Apesar disso, podemos ver hoje claramente que a guerra foi desencadeada, primeiro no Afeganistão e depois no Iraque, e que foram os ataques de 11/Set que lhe serviram de justificação. Em 4 de Novembro de 2003, ao falar das últimas baixas americanas no Iraque, o presidente Bush afirmou : "Estamos em guerra, e é essencial que o povo americano não se esqueça das lições de 11 de Setembro de 2001". Isto, apesar do facto de não ter aparecido nenhuma prova crível que ligue o 11/Set ao Iraque. Portanto, encontramos aqui a primeira analogia com o Incêndio do Reichstag: uma campanha para transformar em bode expiatório uma população inteira (neste caso, os islamitas do Médio Oriente) por conta das acções de alguns e, em conjunto com isso, uma agressiva campanha de guerra.

Outro paralelo evidente é que houve um encobrimento ou pelo menos uma notável falta de interesse das autoridades e dos media predominantes no acompanhamento das anomalias do 11/Set. Reparem, por exemplo, no insider trading [2] que foi investigado por Mike Ruppert, Tom Flocco e Kyle Hence. Obviamente, se quiséssemos saber quem foram os verdadeiros responsáveis pelos ataques de 11/Set, seria útil saber quem conseguiu ter conhecimento deles com antecedência. No entanto, como Rupert faz notar no seu s&íacute; web :

Para citar os 60 Minutes de 19 de Setembro, "Algumas fontes dizem à CBS News que na noite anterior ao ataque, soaram campainhas de alarme por negócios fora do vulgar no mercado de acções americano".

É difícil de acreditar que não repararam:

  • que as vendas de acções da UAL deram um salto de 90 vezes (não de 90 por cento) acima do normal entre 6 e 10 de Setembro, e foram 285 vezes mais altas do que a média na quinta-feira anterior ao ataque. [ CBS News, 26/Set).

  • que as vendas de acções das American Airlines deram um salto de 60 vezes (não de 60 por cento) acima do normal no dia anterior aos ataques. [ CBS News, 26/Set).

  • que não ocorreram negócios semelhantes em mais nenhuma companhia de aviação. [ Bloomberg Business Report, o Instituto para o Contraterrorismo (ICT), Herzliyya, Israel citando dados da CBO].

    A ABC World News noticiou em 20 de Setembro: "Jonathan Winer, consultor da ABC News disse que 'nunca se viram anteriormente casos de insider trading que se estendessem pelo mundo inteiro desde o Japão aos Estados Unidos, à América do Norte, à Europa".

    Quanto dinheiro esteve envolvido? Andreas von Bulow, antigo membro do Parlamento alemão responsável pela supervisão dos serviços de informações da Alemanha calculou o montante mundial em 15 mil milhões de dólares, segundo a Tagesspiegel de 13 de Janeiro. Outros especialistas calcularam a quantia em 12 mil milhões...

    Nem uma única organização de investigações americana ou estrangeira anunciou quaisquer detenções ou desenvolvimento na investigação destes negócios, que provam à saturação o conhecimento antecipado dos ataques. Isto, apesar de o antigo chefe da aplicação da Comissão de Câmbio e Segurança, William McLucas, ter dito à Bloomberg News que os reguladores "certamente conseguiriam localizar todos os negócios".
  • Conforme Ruppert também fez notar, sabemos exactamente onde é que a pista ia ter, quando de repente se desvaneceu:

    o negócio das acções das United Airlines – uma das pistas mais evidentes – foi feito pela firma Deutschebank/Alex Brown, que foi chefiada até 1998 pelo homem que é hoje o director executivo da CIA, A.B. "Byzzy" Krongard.

    Mas, para além do encobrimento e da utilização política e uso indevido do 11/Set, que provas é que temos de uma verdadeira cumplicidade do governo americano? Como escreveu o colunista da internet David McGowan :

    comecemos com o que é talvez a única prova incontroversa, no caso a nossa própria observação, enquanto testemunhas, do que naquele dia se passou em directo na televisão.

    Dezenas de milhões de pessoas em todo o país testemunharam o que aconteceu, e ficaram com as imagens daquele dia gravadas na memória. Mas o que queremos focar aqui é aquilo que não vimos acontecer naquele dia, porque algumas das evidências mais convincentes residem, de forma bastante estranha, naquilo que ninguém viu acontecer naquele dia.

    Por exemplo, ninguém viu serem tomadas quaisquer medidas de defesa durante todo o tempo que durou aquele longo espectáculo. Absolutamente nenhumas.

    Ninguém viu quaisquer jactos no ar para interceptar qualquer dos aviões desviados, embora se conhecesse a sua localização e rotas e tivesse havido mais que tempo para uma reacção militar. Ninguém viu quaisquer jactos no ar para garantir a defesa do espaço aéreo sobre Washington, embora se soubesse que alguns dos aviões desviados se dirigissem naquela direcção, e houvesse interceptadores sentados na pista de descolagem a alguns minutos apenas desses prováveis alvos.

    E, de forma muito estranha, ninguém viu ou ouviu nenhum pedido dos responsáveis da televisão para uma resposta de qualquer das forças militares, nem nenhuma interrogação sobre porque é que tal resposta ainda não se tinha concretizado. Nada depois do embate na primeira torre do WTC. Nada depois do embate na segunda torre do WTC. Nada durante o longo intervalo angustiante antes de ser atingido o Pentágono. Nem sequer depois do embate contra o Pentágono.

    Ficámos todos na situação de continuarmos sentados cheios de medo e de assistirmos indefesos enquanto o ataque continuava e o número de mortos aumentava, encorajados a sentirmo-nos impotentes, não só como indivíduos, mas como nação – como se não tivéssemos outra opção senão participar apenas como espectadores passivos, a observar estupefactos a carnificina que se desenrolava.

    Portanto, os acontecimentos do 11/Set foram orquestrados de modo a criar sentimentos de medo e impotência perante um ataque de surpresa – medos que foram depois explorados pelas imagens da administração Bush de que o moribundo programa de armas nucleares iraquianas podia vir a ser reiniciado e aparecer depois sob a forma de uma núvem cogumelo sobre uma cidade americana.

    No entanto, é precisamente na estranha falta de reacção dos militares americanos em 11/Set , que temos a nossa primeira prova da verdadeira cumplicidade do governo americano. Porque como é que os terroristas podiam levar ao fracasso da reacção ao ataque ao Pentágono? Como Bykov & Israel fizeram notar no seu revolucionário artigo "Guilty for 9-11 Bush, Rumsfeld, Meyer" (A Culpa do 11/Set é de Bush, Rumsfeld e Meyer):

    Parte do que aconteceu em 11/Set, tal como aviões a embater em edifícios, é fora do vulgar. Mas a maior parte do que aconteceu, tal como jactos comerciais a desviarem-se das suas rotas, falhas nas transmissões e possíveis desvios de aviões, são emergências do dia-a-dia... estas emergências são tratadas de forma rotineira com a eficácia de especialistas baseada em regras claras.

    Bykov & Israel continuam argumentando de forma convincente que, dada a natureza hierárquica e dividida da cadeia de comando das forças militares americanas, é impossível que estes procedimentos tivessem falhado tão espectacularmente a não ser que houvesse ordens explícitas, vindas directamente do topo , anulando procedimentos de reacções standard.

    O incêndio do Reichstag dá-nos mais uma pista para percebermos como a compreensão dos acontecimentos de 11/Set apontam muito cuidadosamente para o alegado perpetrador do crime. Que tipo de bode expiatório foi atirado para a frente como responsável pelo desastre?

    Tal como no caso do Incêndio do Reichstag, houve uma precipitação no julgamento feito pelo governo americano e pelos media após a catástrofe: foi imediatamente anunciado que Osama bin Laden e a Al-Qaida eram a única organização com capacidade e hostilidade para uma coisa daquelas. Em poucos dias foram publicados os nomes e as fotos dos alegados terroristas, e afirmou-se que as provas que os relacionavam com a Al-Qaida estavam fora de discussão. No entanto, os detalhes foram aparecendo a custo e lentamente, com ajustes contraditórios e aos soluços. Só agora, dois anos depois, temos uma razoável narrativa completa de fontes oficiais, no que se refere aos alegados mecanismos de organização e actuação dos terroristas. Segundo essa versão, o cérebro Khalid Sheikh Mohammed (sob o olho vigilante de Osama Bin Laden) reuniu uma equipa de terroristas chefiados por Mohammed Atta e Ramzi Binalshibh. Os terroristas foram para os Estados Unidos para aprenderem a pilotar e os fundos foram fornecidos por um financiador chamado Mustafa Ahmad Al-Hiwasi.

    A história foi tratada recentemente num artigo do Der Spiegel, traduzido e reimpresso no New York Times, intitulado "Operation Holy Tuesday" (Operação Terça-Feira Santa) que apareceu em 27 de Outubro de 2003. O artigo relata a "confissão" feita pelo alegado cérebro, Khalid Sheikh Mohammed . E transmite pelo menos uma mensagem clara de que esta "confissão" foi obtida sob tortura. O artigo afirma

    Os interrogadores americanos nunca tiveram dúvidas sobre o objectivo das suas funções. Segundo a CIA, é de interesse nacional que deve ser-lhes arrancado tudo o que os dois homens saibam sobre a Al-Qaida. "O silêncio deles é pago com o nosso sangue". Até alguns políticos americanos mostraram desagrado com esta abordagem do tipo ultimato. Sem mencionarem especificamente a palavra "tortura", os membros das comissões dos serviços de informações no Congresso americano perguntaram se estava a ser utilizada a força. "Tudo o que posso dizer é que há um antes e um depois do 11 de Setembro", respondeu Cofer Black, antigo director da contra-informação da CIA e actualmente responsável pelas mesmas funções no Departamento de Estado. Acrescentou que "tirámos as nossas luvas de criança".

    Omar al-Faruk, uma espécie de representante de Bin Laden no sudeste asiático até ser preso, revelou exactamente o que é que isto significa. Na sua cela de isolamento em Bagram, a luz mantinha-se acesa dia e noite e Faruk era forçado a deitar-se no chão durante a noite. Os interrogadores subiam a temperatura da cela bruscamente para uns 38º C tropicais e depois faziam-na descer para uns gelados -12º C, continuando este ciclo até ele estar disposto a cooperar.

    Ora bem, o que eu penso é que confissões obtidas nestas condições valem menos que nada. E, se a prova mais forte da história oficial é uma confissão obtida numa câmara de tortura secreta , penso que isso transmite uma mensagem suficientemente clara do desprezo que aqueles responsáveis têm pela verdadeira justiça e pela verdade. Este é outro paralelo alarmante com os acontecimentos do Incêndio do Reichstag: uma deterioração total do respeito pelos direitos humanos.

    Há ainda muito mais coisas que podemos aprender com a história oficial e a sequência com que foi publicada. Com um pomenor completo e meticuloso, Chaim Kupferberg do sítio canadiano da internet GlobalResearch.ca , constrói o seu processo de que a história dos terroristas de 11/Set é um conto improvisado , fabuloso, tecido em torno de um pequeno grupo de figuras misteriosas de identidade duvidosa – cujas vidas estavam ligadas às organizações dos serviços de informações da New World Order numa série espantosa de sincronismos.

    Segundo Kupferberg, os contornos protótipos da lenda do 11/Set foram revelados em 1995, quando Ramzi Yousef, que foi o responsável pela tentativa de fazer explodir uma bomba em 1993 no Worl Trade Centre (juntamente com o espião do FBI Emad Salem), foi preso nas Filipinas. Disse-se que o disco do computador dele continha planos para um projecto chamado "Bojinka" que envolvia simultaneamente desviar vários aviões de passageiros, destruí-los, ou atirá-los contra edifícios como o World Trade Centre, instalações de energia nuclear, e por aí fora. Khalid Shaikh Mohammed foi identificado na altura como parte integrante deste embrião da conspiração da Al-Qaida. Kupferberg escreveu:

    Para falar francamente, se o aparelho dos serviços de informações ficou marcado como um falhanço na "ligação dos pontos" do 11 de Setembro, a verdade é que esses pontos começaram a ser alinhados muito a preceito pelos media predominantes logo em Abril de 1995.

    Nos dias que se seguiram logo ao 11/Set, ao mesmo tempo que a administração continuava a dizer que tinha sido totalmente apanhada de surpresa pelos ataques – também afirmava com toda a segurança que os ataques só podiam ter sido obra de Bin Laden e da Al-Qaida. A verdade é que, evidentemente, os ataques não podiam ter sido uma surpresa, pelo menos no sentido de que as organizações dos serviços de informações estavam totalmente informadas quanto à conspiração e às suas principais características já em 1995.

    Quando a equipa dos terroristas foi identificada, ficámos a saber factos ainda mais intrigantes. Os terroristas foram principalmente recrutados para a Al-Qaida por dois pregadores, Abu Hamza em Londres e Mohammed Haydar Zammar em Hamburgo. Kupferberg diz

    a realidade é que, com uma população de mais de mil milhões de aderentes, e um leque geográfico que se estende desde o Estreito de Gibraltar na África ocidental até ao extremo oriental da Ásia, o Mundo Muçulmano parece não ter sido capaz de fornecer à Al-Qaida as células operativas mais dedicadas e mais sofisticadas. Contrariamente ao que se podia pensar, o inferno do 11/Set não foi concebido nos bairros de lata mal cheirosos de Gaza, onde as privações e a amargura alimentam o ódio inter-gerações contra os ocidentais e judeus. Pelo contrário, a tensão estranhamente sofisticada do terrorismo muçulmano que foi atribuída à Al-Qaida, foi incubada principalmente no seio de uma rede insular no Reino Unido e na União Europeia, onde era fácil seguir e exibir como prova definitiva da autoria do 11/Set uma pista convenientemente incriminadora.

    Mais uma vez, recordamo-nos do incêndio do Reichstag, em que foi um jovem holandês que assumiu a responsabilidade directa, embora o bode expiatório fosse uma população muito mais alargada de comunistas europeus e russos.

    Os terroristas, depois de terem sido recrutados para a Al-Qaida, demonstraram o fascinante hábito de realizar reuniões em hotéis elegantes, apenas com alguns dias de intervalo de reuniões contra-terroristas nesses mesmos hotéis, onde estiveram presentes pessoas como os funcionários do FBI Robert Mueller e John O'Neill. Depois dirigiram-se para os EU para aprenderem a pilotar. Ora bem, esses terroristas não eram o tipo de jovens que normalmente conseguissem com facilidade obter vistos para entrar nos EU em condições normais. Desempregados, com instrução incompleta – também sem relações no interior, representam aquele tipo de pessoas (e há milhões ou mesmo milhares de milhões como eles) que não conseguem pura e simplesmente arranjar uma entrada legal nos Estados Unidos. No entanto, apesar das suas ligações bem conhecidas com organizações terroristas nalguns casos, os terroristas vogaram com limpeza por entre o sistema.

    Alguns dos terroristas aprenderam a pilotar na Florida, onde, segundo o trabalho investigativo do antigo Produtor Executivo da NBC News, Daniel Hopsicker:

    …os indícios apontam para que a CIA não só tinha conhecimento que milhares de aprendizes de pilotos árabes começavam a invadir os EU para participar em treinos de pilotagem desde 1999, mas na verdade era ela própria quem estava a dirigir essa operação.

    Foi montada uma outra célula em San Diego, onde os terroristas Nawaf Alhazmi e Khalid Almihdhar se instalaram em casa do informador do FBI, Abdussattar Shaikh, de que o alegado piloto do voo 77, Hani Hanjour, era visita frequente.

    Não só é difícil deixar de concluir que os serviços de informações americanos estavam a conspirar passo a passo conjuntamente com os terroristas, mas também é evidente que havia outras importantes organizações de serviços de informações em todo o mundo que conheciam bem os planos para o 11 de Setembro, e que informaram o governo americano , por vezes com grande pormenor, conforme Paul Thompson e Mike Ruppert documentaram.

    Há muitas perguntas sem resposta sobre o verdadeiro papel dos terroristas no 11/Set. Como é que os terroristas iludiram a segurança do aeroporto, como é que eles conseguiram embarcar nos aviões sem serem fotografados pelas câmaras de segurança (ou, porque é que essas fotos nunca foram publicadas), como é que foram capazes de fazer voar os aviões com êxito até aos seus destinos apesar de terem tido muito pouco treino directamente relacionado com aviões a jacto Boeing (incluindo as manobras acrobáticas por parte do piloto com menos treino, Hani Hanjour ) e, claro, se eram mesmo eles que estavam nos aviões, todas estas questões se mantêm em aberto e em discussão.

    Foram os terroristas do 11/Set os verdadeiros perpetradores dos crimes do 11/Set (independentemente de como poderão ter sido ajudados no seu objectivo destrutivo pelo governo americano) ou na verdade não passaram de bodes expiatórios, actores figurantes num drama em que os verdadeiros perpetradores do crime estavam escondidos por detrás dos bastidores? Isso é uma outra longa história, e não tenho hipóteses de entrar nela por agora, mas há um conjunto cada vez maior de indícios judiciais que indicam que os terroristas possivelmente não conseguiriam causar todos os danos que aconteceram em 11 de Setembro. A analogia com o incêndio do Reichstag também pode ser completada com o seguinte: na minha opinião, os comandos da New World Order foram os verdadeiros incendiários do 11/Set, tal como os apaniguados de Hitler foram os responsáveis que atearam o incêndio em 1933. No meu sí web , e no novo site physics911.org , que recomendo vivamente, podem ler mais sobre este assunto.

    AGRADECIMENTOS
    A analogia com o incêndio do Reichstag surgiu na Internet horas após os ataques, num excelente artigo de análise intitulado "Making a Case for 911 skepticism" de John McCurdy. A minha introdução mencionando esta analogia vem do autor anónimo de uma peça chamada "The Rise of the Fourth Reich", que foi publicada em http://www.whatreallyhappened.com/reich.html .

    [1] Este artigo foi escrito em 2003, com base numa palestra da autora no Eugene Forum for Peace Education no dia 11 de Setembro desse ano.
    [2] insider trading – compra ou venda de acções de uma empresa por parte de alguém ligado à respectiva administração ou a instituições de intermediação financeira e que, tendo, no exercício das suas funções, acesso a informação sigilosa sobre a situação da empresa e as suas perspectivas de futuro, aproveita essa informação para obter ganhos fáceis.


    O original encontra-se em http://www.911-strike.com/reichstag.htm.
    Tradução de Margarida Ferreira.


    Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .
    09/Set/06