Foi o 11/Set um trabalho interno?
A edição norueguesa de
Le Monde Diplomatique
publicou, no número de Julho de 2006, um notável conjunto de
artigos acerca dos atentados do 11 de Setembro, concluindo que foram o fruto de
uma conspiração interna americana. O assunto provocou grande
celeuma na Noruega, ao ponto de os grandes medias escritos e audiovisuais
daquele reino publicarem seus próprios inquéritos, quer aceitando
as dúvidas quer chegando às mesmas conclusões.
Os artigos da edição norueguesa de
Le Monde Diplomatique
traduzidos para o inglês são:
"The Explosions that Razed the Towers " por Ann Grieg
"Media Polls " por Kim Bredesen
"Was 9/11 an inside job ? " por Kim Bredesen (também em
português, abaixo).
Pode-se também consultar:
artigo do
Aftenposte,
traduzido em inglês
" 9/11 Theories flourish "
, e
outro do
Dagbladet,
" The Third Tower "
.
Também o sítio web Voltairet.org publicou uma nota a respeito:
Flagrants délits
.
Cada vez mais pessoas nos EUA estão convencidas de que as autoridades
americanas estão a esconder o seu envolvimento na tragédia do
11/Set. Declarações de testemunhas, marcadas como confidencial
durante vários anos, mostram agora que pode ter havido
demolição controlada. O governo havia há muito previsto
um tal incidente como indica o documento republicano de 2000,
Rebuilding America's defences.
A organização 9/11Truth acredita que os EUA provavelmente
orquestraram um incidente deste tipo a fim de justificar a invasão do
Iraque e do Afeganistão, bem como a restrição de
liberdades civis dentro dos EUA através da aprovação do
Patriot Act. Revelou-se agora que em 1962 o principal líder militar da
América concebeu um plano para um ataque premeditado aos americanos, o
qual teria envolvido o derrube de um avião de passageiros, de modo a que
a culpa pudesse ser lançada sobre Cuba. Assim, por que deveria isto ser
excluído nos dias de hoje? Muitos também acreditam que a
inteligência paquistanesa cooperou com a CIA e a Al-Qaeda porque esta
transferiu somas significativas de dinheiro para o sequestrador Mohammed Atta
nos dias que antecederam o 11/Set. Eles tinham mesmo Bin Laden sob
vigilância durante o período do seu tratamento num hospital
militar em Peshawar, Paquistão, em Setembro de 2001.
A maior parte de nós consideraria estranho que o impacto de um
avião de passageiros não fosse suficiente para provocar o colapso
de um arranha-céu. Assim, poucos foram os que puseram em dúvida
o que se chocou com as Twin Towers ou as identidades dos perpetradores.
Contudo, nos anos a seguir, vários indivíduos e grupos, tanto na
América do Norte como na Europa, começaram a por em dúvida
a precisão disto. Para eles, um conjunto de circunstâncias
contraditórias em torno dos ataques não corresponde às
explicações das autoridades americanas e da Comissão do
11/Set nomeada pelo Congresso.
[1]
Uma razão chave para esta dúvida é que há
testemunhos do 11/Set a descrever eventos que não concordam com os
eventos da estória oficial
[2]
. Um exemplo é o dos espectadores que ouviram e viram aquilo que
acreditaram ser explosões nas Twin Towers antes de elas serem batidas
pelos aviões. Polícias pensaram que aquilo parecia a uma
"implosão planeadas".
[3]
O bombeiro Richard Banaciski relatou que "Parecia como na
televisão quando eles explodem edifícios. Parecia como se
estivessem a correr tudo à volta, como num cinturão, todas
aquelas explosões". O assistente do comissário dos
bombeiros Stephen Gregory afirmou: "Viu um flash flash flash no
nível mais baixo do edifício. Você sabe, como quando eles
demolem um edifício"
[4]
Outra declaração de uma testemunha controversa veio de um
trabalhador da manutenção, William Rodriguez, que estava a
trabalhar na Torre Norte no 11/Set. Numa entrevista a
New York Magazine,
[5]
ele afirmou que primeiro ouviu uma enorme explosão quando estava numa
das caves do arranha-céus e testemunhou o aparecimento de
vítimas, com a pele dos braços queimada pelos fogos no
poço do elevador. Após a explosão na cave ele ouviu outra
vinda de cima. Era o Boeing 767. Williams foi o último sobrevivente a
ser resgatado do piso zero do World Trade Center. Ele foi saudado como um
herói e convidado a visitar Geroge Bush a Casa Branca. Posteriormente,
quando tentou publicitar sua estória acerca da explosão na cave,
foi rejeitado pelas autoridades americanas. Agora abriu um processo judicial
contra estas mesmas autoridades, sob o Estatuto Rico, uma
disposição legal concebida originalmente para processar
famílias da Mafia.
Além de declarações de testemunhas que descrevem uma
demolição controlada das Twin Towers, com explosivos,
críticos da administração Bush acreditam que há
vários conjuntos de circunstâncias em torno do 11/Set que
dão boas razões para suspeitar que a estória oficial
é incorrecta. É um facto que nenhum dos quatro aviões
sequestrados foi interceptado por aviões caça. Que isto
não tenha acontecido, combinado com o facto de que a maioria da
força aérea estava envolvida em exercícios militares, deu
peso à suspeição de que a força de defesa
aérea americana deu a ordem de "ficar em terra"
("stand down")
de modo a que os ataques terroristas pudessem progredir sem impedimentos.
Outra circunstância suspeita é que o WTC 7 também
conhecido como Edifício 7 um arranha-céus de 47 andares,
entrou em colapso sem ter sido batido por qualquer dos aviões.
Inversamente, os edifícios adjacentes ainda estão intactos.
No que se refere a advertências prévias dos ataques,
afirmações de que a National Security Agency (NSA) no
verão de 2001 monitorou conversações plenamente traduzidas
em tempo real entre Mohammed Atta e Khalid Shaikh Mohammed
levantaram preocupações. Numa das conversações,
Atta aparentemente deu a Mohammed sinal verde para os ataques. A NSA deveria
portanto ter sido avisada previamente.
Quanto à investigação que poderia ter levado à
detenção dos sequestradores, o agente do FBI Colleen Rowley
afirma que os directores do FBI obstruíram intencionalmente sua
investigação de Zacarias Moussaoui no tempo em que ele
estava ocupado na escola de voo de Minneapolis. Eles fizeram isto apesar de
terem recebido avisos da inteligência francesa. Rowley acredita que, se
o FBI tivesse aprovado a investigação, eles poderiam ter
descoberto os planos de Moussaoui bem como aqueles dos outros sequestradores
matriculados nas escolas de voo
[6]
. Que a inteligência paquistanesa (ISI) tenha transferida quantias
significativas de dinheiro para Mohammed Atta nos dias que antecederam o 11/Set
é, acreditam alguns, prova da cooperação entre o ISI, a
CIA e a Al-Qaida.
[7]
Também pode parecer suspeito que George Bush tenha afirmado que as
autoridades americanas renunciaram à caçada a Osama bin Laden, o
principal suspeito por trás do 11 de Setembro. O general Richard Myers
também declarou que a guerra no Afeganistão não era para
encontrar bin Laden.
[8]
Um antigo agente da CIA, Gary Berntsen, afirmou mais uma vez que a
administração Bush deixou bin Laden escapar quando ele estava
encurralado num bolsão das montanhas Tora Bora, em 2001 no
Afeganistão.
[9]
Também se sabe que a inteligência americana estava plenamente
consciente do paradeiro de bin Laden em Julho 2001, quando ele foi tratado de
uma afecção nos rins num hospital americano em Dubai, nos
Emirados Árabes Unidos
[10]
. Uns poucos meses depois, em Setembro, ele também recebeu tratamento
num hospital militar em Peshawar, no Paquistão, sob a vigilância
da inteligência paquistanesa.
[11]
A existência de circunstâncias e testemunhos que contradizem
aspectos da estória oficial levou algumas pessoas e grupos a
investigarem explicações alternativas para o que acontecem no
11/Set. Brotou uma verdadeira selva de teorias acerca do que realmente
aconteceu nos EUA cinco anos atrás. As teorias desenrolam-se em
várias direcções, interconectadas. Uma
comparação das diferentes opiniões é apresentada no
livro
The New Pearl Harbor Disturbing Questions about the Bush-Administration
and 9/11
(2004), de David Ray Griffin, Professor de Teologia na Claremont School of
Theology de Claremont, Califórnia. Uma premissa chave que ele apresenta
no livro é que a responsabilidade pelos ataques do 11/Set podem, em
grande medida, ser atribuída a antigos membros do
think tank
neoconservador Project for a New American Century (PNAC), que são agora
os actores chave na administração Bush. No documento
"Rebuilding America's defences: strategies, forces and resources for a New
American Century" (2000),
[12]
escrito por membros do PNAC, é afirmado que: "O processo de
transformação, mesmo que provoque mudança
revolucionária, provavelmente será longo se faltar um evento
catastrófico e catalisador como um novo Pearl Harbour".
O título do livro de Griffin menciona a declaração do PNAC
de que a transformação dos militares americanos precisava
"um novo Pearl Harbour". Griffin encara esta citação
à luz do princípio legal do
cui bono?
(a quem aproveita?) e conclui que o 11/Set foi precisamente o catalisador que
a administração Bush precisava. Portanto, para Griffin, é
provável que os EUA orquestraram um incidente deste tipo a fim de
justificar a invasão do Iraque e do Afeganistão, bem como a
redução das liberdades civis nos EUA através do Patriot
Act. Que eles tenham optado por invadir países no Médio Oriente
é encarado por Griffin simplesmente como uma extensão da
cooperação que os EUA já tinham com a elite do poder na
Arábia Saudita, com a inteligência paquistanesa (ISI), com o
regime Taliban e com regime da Ásia Central. E para Griffin a agenda no
Médio Oriente e Ásia Central é bastante clara: é
acerca do controle tanto da produção como do transporte de
petróleo através de oleodutos e navios petroleiros. Griffin
não indica quaisquer figuras específicas responsáveis pela
organização dos ataques do 11/Set. Declara apenas que há
diferentes opiniões acerca do assunto.
Para alguns, a especulação acerca da identidade daqueles
responsáveis cai sobre agências de inteligência tais como a
NSA, o FBI e a CIA. Outros acreditam que foi a Casa Branca. Um terceiro grupo
acredita que foram figuras individuais como Dick Cheney, Paul Wolfowitz, Jed
Bush, George Tenet e Donald Rumsfeld os arquitectos reais dos ataques.
Alternativamente, outras possíveis combinações de
perpetradores e organizações podem ter trabalhado em conjunto.
No seu documento, "What is your 'HOP' level?"
[13]
Nicholas Levis estabelece as categorias de opiniões acerca dos ataques
sob quatro títulos principais:
A estória oficial:
Que Osama bin Laden foi responsável, que os
aviões foram sequestrados por dezanove fundamentalistas
muçulmanos e que a Casa Branca não recebeu qualquer
advertência.
A teoria da incompetência:
Aceita a estória oficial mas culpa a
Casa Branca, FBI, CIA, NSA e outros de não seguirem as muitas
advertências. Esta foi a linha adoptada, com um grande cuidado de
encobrimento e volteios, no relatório da Comissão do 11/Set.
"O deixar acontecer intencionalmente"
("Letting It Happen on
Purpose", LIHOP): Há numerosas variações desta.
Refere-se principalmente às facções dentro das
autoridades americanas e no sector privado que estavam conscientes dos planos
dos sequestradores mas nada fizeram para impedi-los, uma vez que o 11/Set
concordava com os seus objectivos políticos.
"O fazer acontecer intencionalmente"
("Making It Happen on
Purpose", MIHOP): Autoridades ou forças privadas americanas
planearam e executaram os ataques.
Para os cépticos, o denominador comum é a sua crença de
que pelo menos um dos elementos da apresentação oficial do 11/Set
é inexacta. Para aqueles que subscrevem a hipótese radical do
MIHOP, uma premissa chave é que as Twin Towers incluindo o
Edifício 7 entraram em colapso devido à
demolição controlada por meio de explosivos: isto foi um
trabalho interno
("inside job").
A parte técnica/de construção desta
afirmação foi directamente refutada num relatório de
aproximadamente 10 mil páginas escrito pelo National Institute of
Standards and Technology (NIST), o qual afirma que foi o combustível dos
aviões de passageiros que perturbou a estrutura das torres e que foi
isto que finalmente levou-os ao colapso.
[14]
O NIST foi incapaz de apresentar uma explicação
satisfatória de como e porque o terceiro edifício, o WTC 7,
entrou em colapso sem ter sido atingido por um avião.
[15]
Steven E. Jones, professor de física da Brigham Young University, de
Utah, rejeita as afirmações do NIST acerca das Twin Towers. Ele
conta, por exemplo, como testemunhas oculares observaram que o aço de
todos os três edifícios havia fundido (em alguns casos, o
aço foi encontrado ardente
("glowing")
três semanas após o ataque) e foi deformado de um modo que
só podia ter sido provocado pelo que ele descreve como "cargas de
corte"
("cutter charges")
pré-posicionadas. Segundo Jones, estas cargas eram constituídas
por thermate, HMX ou RDX, substâncias utilizadas em explosivos usados
apenas em demolições controladas. Outro ponto importante para
Jones é que os incêndios nos edifícios e o
combustível dos aviões de passageiros (a temperatura
máxima do combustível de aviões é de 1000 graus
Celsius) não produziria calor suficiente para fundir o aço
para o que seriam exigidas temperaturas entre 1550 e 1990º C dentro
da uma hora a uma hora e meia que levou para as Twin Towers entrarem em colapso.
[16]
As afirmações de Jones são corroboradas pelo engenheiro
Jim Hoffman. Após análises de vídos e fotos dos
acontecimentos, Hoffman conclui que todos os três edifícios
caíram quase simetricamente, à velocidade de queda livre, e
directamente para baixo dentro das suas próprias
fundações. De acordo com Hoffman, a velocidade do colapso, a
pulverização do betão num pó "leitoso", e
a presença de nuvens de pó horizontais observadas ao longo do WTC
7, estão associados com a utilização de explosivos
pré-posicionados nos edifícios.
[17]
Muitos não acreditam mais na explicação oficial, mas
estão convencidos de que o colapso das Torres foi um trabalho interno
tanto que as autoridades "deixaram acontecer" ou "fizeram
acontecer". Muitos que depositam sua confiança em outras
hipóteses juntaram forças sob o abrigo da
organização 9/11Truth
[18]
uma organização
ad hoc
constituída para existir até que a última questão
não respondida acerca do 11/Set tenha encontrado resposta. A 9/11Truth
reuniu uma amostragem significativa da sociedade, membros com diferentes
lealdades políticas dirigem as mesmas organizações e
grupos de lobby. Esta cooperação concentra-se principalmente em
reuniões, demonstrações, produção de filmes
documentários, fóruns Internet, publicações on line
e conferências. No Reino Unido, foi estabelecido um ramo local da
9/11Truth chamado JulySeventhTruth,
[19]
assim denominado porque procura juntar as peças do que aconteceu
durante os ataques terroristas em Londres a 7 de Julho de 2005.
O porta-voz do NY9/11Truth, Les Jamieson, todos os domingo ajuda a organizar
demonstrações no Piso Zero ou seminários na Igreja de St.
Mark, disponibilizada pelo padre, Frank Morales. Jamieson conversou com
Le Monde diplomatique:
LMd:
Será que o 11/Set representa uma nova justificação
para a guerra?
LJ:
Não. Recentemente descobriu-se que, aqui nos EUA, as autoridades
planearam uma operação encenada de modo semelhante, a Operation
Northwoods: Um plano concebido em 1962 pelas mais altas patentes militares dos
EUA. O plano era arranjar um ataque terrorista interno, na costa da Florida,
onde seriam mortos americanos, derrubado um avião de passageiros,
afundado um navio e toda a culpa seria atirada sobre os cubanos. Assim,
isto não é nada de novo, já foi feito antes.
LMd:
Quão cínico pode um governo tornar-se?
LJ:
Foi também uma mentira que desencadeou a Guerra do Vietnam
os eventos no Golfo de Tonquim. Foi relatado que barcos torpedo vietnamitas
haviam atirado em navios americanos no Golfo de Tonquim. Mas estes relatos
eram fictícios. O presidente Lyndon B. Johnson e o ministro dos
Negócios Estrangeiros Robert McNamara exploraram estes relatos para
aprovar no Congresso a Resolução Golfo de Tonquim a qual
era realmente uma declaração de guerra. Cinquenta mil americanos
acabaram por morrer, centenas de milhares ficaram tragicamente afectados. O
herbicida Agente Laranja foi utilizado para envenenar terras agrícolas.
Isto é o que acontece quando os governos e a elite do poder orquestram
guerras. Há realmente um nível de maldade, um ódio
à humanidade. Eis porque Henry Kissinger disse certa vez acerca do
guerra entre o Iraque e o Irão: "Espero que eles se matem um ao
outro", ou: "O petróleo é uma mercadoria demasiado
importante para ser deixada nas mãos dos árabes".
LMd:
Será possível, analogamente, sugerir que poderia ter havido
um grupo secreto ligado ao governo, um "estado dentro do estado", que
planeou e produziu o 11 de Setembro?
LJ:
Sim. É preciso lembrar que há grupos de agentes privados,
exércitos privados que existem fora do campo de visão do
Congresso. Eles executam operações encobertas dentro da CIA, e
cortaram todo contacto com o governo americano, que da sua parte não tem
conhecimento acerca do que está em andamento. Isto tem estado a
acontecer desde a década de 1950. Quando Dwight Eisenhower deixou a
presidência disse que deveríamos ficar vigilantes quando ao
controle abrangente do complexo militar-industrial. Nestes dias, ainda temos
um governo sombra, um governo invisível, e acreditamos que este trabalha
em conjunto com elementos dentro das agências de inteligências,
MI5, MI6, e talvez a Mossad. O MI5 e a CIA certamente trabalham em conjunto a
traduzir a agenda para a elite internacional do poder.
LMd:
Não tem receio de ser etiquetado como um teórico da
conspiração?
LJ:
A expressão "Teoria da conspiração"
também deve ser entendida como uma estratégia dos mass media e de
indivíduos dentro da elite do poder para lançar sementes de
dúvida acerca desta espécie de informação. O facto
é que, ao contrário, há um conjunto de exemplos de
conspirações reais da parte das autoridades. Por exemplo: o
caso Irão-Contras foi o resultado de uma enorme
conspiração que permitiu a venda de narcóticos a fim de
comprar armas para os Contras. E temos o escândalo BCCI em 1991
um escândalo bancário maciço. Também há a
votação na Florida em 2000 e no Ohio em 2004. Se alguém
estuda estas coisas, conspirações gigantescas podem ser
descobertas. E então todas as mentiras que levaram à
invasão do Iraque? Disseram-nos que armas de destruição
em massa certamente existiam e que Saddam tentou comprar urânio
("yellow cake")
à Nigéria. Era tudo mentira e engano. Esta espécie de
eventos precisa de uma conspiração! A versão oficial do
governo americano acerca do que aconteceu no 11/Set é uma escandalosa
teoria da conspiração; não se pode acreditar nela. Na
nossa organização somos detectives e investigadores. Nós
elaborámos uma teoria e somos na verdade extremamente rigorosos em
descobrir as melhores análises possíveis.
Jamieson não é o único a subscrever tais teorias. A
participação de muitos grupos comunitários e pessoal de
serviço ligado ao 9/11Truth gerou uma série de
investigações e artigos. Um grupo chamado "Scholars for
9/11 Truth" descreve-se como "... uma associação
não partidária de estudantes e académicos, em campos
tão diversos como história, ciência, assuntos militares,
psicologia e filosofia, dedicada a expor falsidades e revelas verdades por
trás do 11/Set".
[20]
Ela foi estabelecida pelo professor de filosofia James H. Fetzer e o
professor de física Steven E. Jones o principal perido do
movimento acerca do colapso das Twin Towers. O trabalho deste último
será publicado em Setembro, uma contribuição para a
antologia
9/11 & American Empire: Intellectuals Speak Out
(eds. David Ray Griffin and Peter Dale Scott, 2006).
Nafeez Mosaddeq Ahmed
[21]
escreveu um dos primeiros livros publicados a questionar a versão
oficial do 11/Set:
The War on Freedom: How and Why America was Attacked, September 11th, 2001
(2002). Ali se apresenta uma crítica profunda da política
externa americana, tanto a anterior como a posterior ao 11/Set. Paul Thompson,
da Scholars for 9/11Truth, é de autor de
The Terror Timeline. A Comprehensive Chronicle of the Road to 9/11 and
America's Response.
Trata-se de uma colecção abrangente de artigos com
notícias acerca do 11/Set. Thompson trabalha no Centre for Cooperative
Research. Outro membro muito falado de Scholars for 9/11Truth é David
Ray Griffin (ver acima). Griffin é também a força
dinâmica por trás da organização MUJCA-net um
fórum de discussão para cristãos, judeus,
muçulmanos e outros crentes que são cépticos quanto
à explicação oficial do 11/Set. À testa da
organização está o intelectual, médico e imam Faiz
Khan, que trabalha num hospital judeu em Nova York. No ensaio "The
Paralysis of Discourse; The Incompetence of Academia, and The Need for an
Accurate Diagnosis",
[22]
ele argumenta que o 11/Set precipitou uma simplificação da
linguagem e das ideias acerca do que significa ser muçulmano e
árabe especialmente quando muçulmanos do mundo todo
são responsabilizados por acções executadas por uma
pequena minoria de terroristas. Khan acredita que os sequestradores mais
provavelmente foram "falsos" muçulmanos, i.e, que não
eram muçulmanos nas suas crenças do modo como a política
externa americana é americana. Que a culpa pelos ataques terroristas
seja atribuída a alguma coisa tão difusa como uma "rede
militar islâmica", acredita ele, equivale a uma
abdicação da responsabilidade pelos EUA, uma vez que estes
trabalharam em conjunto com o ISI (inteligência paquistanesa) e a
Arábia Saudita para construírem aquelas redes.
Este artigo foi elaborado por iniciativa apenas da edição
norueguesa de
Le Monde Diplomatique.
Notas
[1] O título completo da Comissão é: The National
Commission on Terrorist Attacks Upon the United States. O seu relatório
pode ser descarregado de:
http://www.9-11commission.gov/report/index.htm
[2] Ler vários relatos semelhantes de testemunhos transcritos dos
registo feitos pelo New York's Fire Department:
http://graphics8.nytimes.com/
[3] Ver artigo: "Everyone was screaming, crying, running. It's like a war
zone", The Guardian 12 September 2001.
http://www.guardian.co.uk/september11/story/0,11209,600839,00.html
[4] Testemunhos de ambos os bombeiros são apresentados neste
sítio:
http://www.911truth.org/article.php?story=20060118104223192
[5] Jakobson, Mark, "The Ground Zero Grassy Knoll" em
New York Magazine
27 March 2006.
http://www.newyorkmetro.com/news/features/16464/index.html
[6] Ver artigo, "Why Didn't the FBI Fully Investigate Moussaoui?" em
Time Magazine,
23 May 2002.
http://www.time.com/time/nation/article/0,8599,249500,00.html
[7] Griffin, David Ray (2004): The New Pearl Harbour Disturbing
Questions about the Bush Administration and 9/11, Ariss Publishing, 109-110.
[8] Ibid. 107.
[9] Ver artigo, "Eksagent saksøker CIA",
Aftenposten,
29 July 2005.
http://www.aftenposten.no/nyheter/uriks/terror/article1087864.ece
[10] Sampson, Anthony: "CIA agent alleged to have met Bin Laden in
July",
The Guardian,
1 November 2001,
http://www.guardian.co.uk/waronterror/story/0,1361,584444,00.html
[11] Ver artigo, "Overt assistance from Pakistan may bring dire
consequences" in Jane's Intelligence Digest, published 20 September 2001.
http://www.janes.com/
[12] Fra Kap.V, "Creating Tomorrow's Dominant Force in the Document
Rebuilding Amercia's defenses: Strategies, Forces and Resources for a New
American Century", publicado em Setembro de 2000 por Project for a New
American Century, 50-51.
http://newamericancentury.org/RebuildingAmericasDefenses.pdf
[13] Nicholas Levis, "What is your 'HOP'-level?", citado por Jakobson,
Mark: "The Ground Zero Grassy Knoll" in
New York Magazine
27 March 2006.
[14] Ver:
http://fire.nist.gov/bfrlpubs/fire05/art119.html
[15] Isto é afirmado pelo Dr. Sunder, que dirigiu a
investigação do Edifício 7 para o NIST, no artigo
"The Ground Zero Grassy Knoll" no
New York Magazine,
27 March 2006.
[16] Ver:
http://www.physics.byu.edu/research/energy/htm7.html
[17] Ver:
http://en.wikipedia.org/wiki/Steven_E._Jones
[18] Ver:
http://www.911truth.org/
[19] Ver:
http://julyseventh.co.uk/
[20] Ver:
www.scholarsfor911truth.org
[21] Director Executivo do Institute for Policy Research and Development
(IPRD), também ligado ao 9/11Truth, crítico de media e activista
de direitos humanos em Londres. Anteriormente foi investigador da Islamic
Human Rights Commission (IHRC), com sede em Londres.
[22] Ver:
http://www.mujca.com/muslims.htm
[*]
Jornalista da edição norueguesa de
Le Monde Diplomatique.
O original em norueguês encontra-se em
http://www.diplo.no
, edição de Julho de 2006.
A tradução para o inglês encontra-se em
http://www.eurozine.com/articles/2006-07-21-bredesen-en.html
Este artigo encontra-se em
http://resistir.info/
.
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