A resistência diz um não categórico às
eleições-farsa de 29/Novembro
Comunicado Nº 34
A Frente Nacional de Resistência contra o Golpe de Estado comunica
à população hondurenha e à comunidade internacional:
1. Ao haver vencido o prazo estabelecido para quinta-feira 5 de Novembro
às 12 da noite sem haver sido restituído o presidente
legítimo Manuel Zelaya Rosales, declaramos nosso desconhecimento activo
do processo eleitoral de 29 de Novembro deste ano.
Eleições promovidas por um regime de facto que reprime e atropela
os direitos humanos e políticos dos cidadãos e cidadãs
seriam só uma forma de validação da ditadura da oligarquia
a nível nacional e internacional, e um método para assegurar a
continuação de um sistema que marginaliza e explora os sectores
populares para garantir os privilégios de uns poucos.
A participação em tal processo daria legitimidade ao regime
golpista ou ao seu sucessor que se instalasse fraudulentamente a 27 de Janeiro
de 2010.
2. O desconhecimento da farsa eleitoral manter-se-á firme ainda que
durante o período compreendido entre o dia de hoje e o dia 29 de
Novembro fosse restituído no seu cargo o Presidente Manuel Zelaya, uma
vez que 20 dias ou menos é um lapso muito curto para desmontar a fraude
eleitoral que se forjou para assegurar que um dos representantes da oligarquia
golpista seja imposto para dar continuidade ao seu projecto
anti-democrático e repressor.
O que antecede não significa que renunciámos à nossa
exigência fundamental de devolver a Honduras a ordem institucional, que
inclui o retorno do presidente Zelaya ao cargo para o qual foi eleito pelo povo
hondurenho por quatro anos.
3. Hoje, mais do que nunca, demonstra-se que o exercício da democracia
participativa através da instalação da Assembleia Nacional
Constituinte não só é um direito inegociável como a
única via para dotar a população hondurenha de um sistema
político democrático e includente.
4. Denunciamos a atitude cúmplice do governo dos Estados Unidos, que
manobrou para dilatar a crise e agora mostra a sua verdadeira
intenção de validar o regime golpista e assegurar que o governo
seguinte seja dócil aos interesses das companhias transnacionais e seu
projecto de controle regional. Por isso, consideramos correcta a decisão
do Presidente Manuel Zelaya de declarar fracassado o Acordo de Tegucigalpa que
faz parte da estratégia norte-americana de dilatar a sua
restituição para validar o processo eleitoral.
5. Fazemos um apelo às organizações e candidaturas
políticas que se postulam para o 29 de Novembro a que mostrem uma
atitude consequente com os compromissos assumidos anteriormente e se retirem
publicamente da farsa eleitoral.
6. Convocamos a população organizada e não organizada a
somar-se às acções de repúdio à farsa
eleitoral e a promover as acções de desobediência civil que
realizaremos amparando-nos no artigo 3 da Constituição da
República que nos dá direito à desobediência e
à insurreição popular.
7. Aos governos e povos irmãos do mundo apelamos a que mantenham a
pressão política para derrotar a ditadura militar imposta pela
oligarquia e o imperialismo, assim como a desconhecer as falsas
eleições de 29 de Novembro e as autoridades espúrias que
pretendam apresentar-se como representantes eleitos pelo povo.
RESISTIMOS E VENCEREMOS
Tegucigalpa, 9 de Novembro de 2009
O original encontra-se em
www.resumenlatinoamericano.org
, nº 2110
Este comunicado encontra-se em
http://resistir.info/
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