por Michel Chossudovsky
A União Europeia está a enviar uma força de
intervenção policial e militar ao Kosovo, em menosprezo da
soberania Sérvia e em violação do direito internacional.
Esta missão tem todas as características de uma força de
ocupação ilegal por uma potência estrangeira.
A União Europeia aprovou no sábado [16/Fevereiro] a
instalação de uma "missão de policiamento e
administração" no Kosovo com 1800 membros. Além dos
1500 polícias, cerca de700 peritos SWAT [Special Weapons And Tactics]
"treinados em controle de
multidões e tumultos" serão despachados para o Kosovo.
A missão é para ser executada sob a European Security and Defense
Policy (ESDP). Ela assistirá o governo kosovar integrado por antigos
criminosos de guerra do KLA. Ela proporcionará apoio à
polícia e autoridades judiciais "no seu progresso rumo à
sustentabilidade e responsabilidade".
A missão policial da UE está destinada a assumir várias
funções que estão actualmente sob os auspícios da
UN Mission to Kosovo (UNMIK), incluindo polícia, justiça e
policiamento de fronteira.
"Quando atingir a plena capacidade operacional a missão terá
cerca de 1900 oficiais de polícia, juízes, promotores e
responsáveis de alfândegas e aproximadamente 1100 membros locais e
será baseada na sede em Pristina.
A missão EU-LEX ficará sob a autoridade de um general
francês reformado, Yves de Kermabon. Além disso, Bruxelas nomeou
um Representante Especial da UE para o Kosovo a ser chefiado pelo diplomata
holandês Pieter Feith.
FACTO CONSUMADO
De um dia para o outro, a UE assume as funções de uma
"missão de manutenção da paz" da ONU, em
menosprezo dos procedimentos das Nações Unidas. Consta que o
secretário-geral da ONU foi consultado sobre o assunto e deu o sinal
verde. Nenhuma decisão formal foi tomada pela ONU no sentido de
transferir a sua autoridade para uma administração militar-civil
da UE de "manutenção da paz".
O comunicado declara que a EU-LEX assistirá o Kosovo em "ulterior
desenvolvimento e fortalecimento de um multi-étnico sistema de
justiça independente, de uma polícia multi-étnica e de
serviços de alfândegas... livre de interferência
politica". O serviço de alfândegas faz parte da
imposição de uma fronteira militarizada entre o Kosovo e o resto
da Sérvica, tendo em vista impedir a Sérvia de exercer a sua
soberania sobre a província do Kosovo.
"Num texto legal publicado sábado, a UE disse que a missão
EU-LEX "assistirá instituições do Kosovo, autoridades
judiciais e agências de aplicação da lei no seu progresso
rumo à sustentabilidade e responsabilidade".
O apoio da UE à "independência" do Kosovo foi anunciado
antes de uma reunião de ministros de Negócios Estrangeiros da UE
prevista para 18 de Fevereiro. Ela está destinada a ser ratificada por
uma
sessão de emergência do parlamento kosovar.
TROPAS BRITÂNICAS PARA O KOSOVO
Além da missão EU-LEX, mais de 1000 tropas britânicas foram
enviadas ao Kosovo para juntarem-se à guarnição da NATO
com 15 mil homens no Kosovo ocupado. Segundo o
Daily Telegraph:
"A iminente partida do 1º Batalhão de Guardas Galeses para o
Kosovo foi ordenada em resposta a temores de que o recém-formado estado
independente pudesse deslizar para a "limpeza étnica". Mas na
noite passada deputados e antigos chefes militares descreveram tal movimento
como "irresponsável" e "insano"
("demented"),
acusando o Ministério [britânico] da Defesa de estar em
"bancarrota". (16/Fevereiro/2008)
Os EUA estarão a enviar 1000 "peritos não-UE" o que
também incluirá um novo influxo de empreiteiros privados de
serviços de segurança e militares.
A guarnição da NATO com mais de 15 homens no Kosovo, juntamente
com mercenários privados sob contrato da NATO e da ONU, estão
à mão para forçar a instalação de um governo
kosovar independente, o qual tem ligações extensas com o crime
organizado. A principal tarefa deste contingente militar-policial será
garantir as fronteiras do novo "Estado independente".
O ministro russo dos Negócios Estrangeiros "disse na sexta-feira
que apenas o Conselho de Segurança da ONU pode tomar uma decisão
relevante para mudar o formato da missão internacional no Kosovo".
"Estamos convencidos de que a Resolução 1244 do Conselho de
Segurança é válida. E chamamos a atenção
dos nossos parceiros da UE, os quais tem falado muitas vezes ultimamente acerca
do seu desejo e decisão de enviar uma missão adicional ao
território, de que uma mudança no conjunto internacional no
Kosovo é possível apenas na base de uma decisão relevante
do Conselho de Segurança", disse Mikhail Kamynin, porta-voz do
ministro russo (Rian Novosti, 15/Fev).
A "independência" do Kosovo, assim como o envio de
polícias e militares àquela província sérvia,
constitui uma violação do direito internacional.
16/Fev/2008
O original encontra-se em
http://www.globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=8100
Este artigo encontra-se em
http://resistir.info/
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