Marcha para a guerra: Concentração naval no Golfo
Pérsico e no Mediterrâneo Oriental (2)
por Mahdi Darius Nazemroaya
[*]
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O "alargamento" da NATO e o Cáucaso
Tal como aconteceu no Afeganistão, a NATO posicionou-se
estrategicamente no Líbano. Ao abrigo de um mandato formal de
manutenção da paz, a NATO tornou-se numa força de
ocupação de facto que faz parte da agenda anglo-americana.
Há mais dois factores que encaixam na equação da NATO. O
primeiro é a militarização da Geórgia e da
República do Azerbeijão, duas repúblicas da
ex-União Soviética que estão firmemente alinhadas com a
NATO. A Geórgia ocupa uma posição estratégica no
que se refere ao controlo e protecção dos corredores dos
pipelines petrolíferos a partir da Bacia do Mar Cáspio.
Também cosntitui uma cunha entre a Rússia, a Arménia e o
Irão. O Azerbeijão é acima de tudo o petróleo na
bacia do Mar Cáspio à entrada do pipeline Baku-Tbilisi-Ceyhan.
É a Geórgia que está a ser apoiada militarmente para se
opôr à Rússia, ao Irão e à Arménia,
sua aliada.
O Afeganistão a leste, o Cáucaso a norte e o Levante a oeste
formam um triângulo estratégico, em que o Iraque e o Irão
se situam algures no seu centro.
A Geórgia é essencial para conquistar o controlo desta
área a partir do norte. A região do Cáucaso é
também uma frente interligada com o Médio Oriente e a Ásia
Central e que se tornará mais activa à medida que o mapa militar
anglo-americano avançar.
Parece que as tensões crescentes entre a Rússia e a
Geórgia fazem parte deste processo. A intranquilidade civil e os
conflitos no Cáucaso estão intimamente relacionados com a luta
para garantir os recursos energéticos do Médio Oriente e da
Ásia Central.
Os Balcãs, o coração da Ásia Central, e o
Sudão são outro triângulo estratégico do mapa
militar anglo-americano. A reconfiguração da Jugoslávia e
a entrada na esfera da NATO de estados como a Bulgária, a Albânia,
Montenegro e a Macedónia também são passos essenciais no
mapa anglo-americano.
A Rússia foi ultrajada pelo acolhimento dos rebeldes tchechenos na
Geórgia e pela colaboração do governo da Geórgia
com os Estados Unidos para minar a influência russa no Cáucaso. A
Rússia reagiu e tentou opor-se à influência da
Geórgia e da aliança anglo-americana no Cáucaso apoiando
os movimentos separatistas da Abkacia e da Ossécia do Sul. Além
disso, a delimitação de fronteiras tornou-se um problema entre a
Geórgia e a Rússia. Tudo isto resultou num empate
desconfortável, mas parece que a situação está a
alterar-se. Tropas russas têm estado também a sair das suas bases
na Geórgia
[47]
e tem havido um crescendo de tensões entre os russos, por um lado, e a
Geórgia e a NATO, por outro.
Durante o mês de Setembro de 2006 as relações chegaram
à beira do colapso. O governo da Geórgia acusou os militares
russos de espionagem na Geórgia e a Federação Russa de
tentar derrubar o governo da Geórgia e instalar em seu lugar um governo
pró-russo e anti-NATO. Além disso, forças da
Ossécia do Sul abateram um helicóptero com o ministro da defesa
da Geórgia a bordo e, dias depois, autoridades da Geórgia
abortaram o que disseram ser uma tentativa de um "coup d'état"
apoiado pela Rússia, coisa que a Rússia desmente.
[48]
Há também um paralelo flagrante entre as
"operações de manutenção de paz" na
Geórgia e no Líbano. Ambas são operações de
fachada com uma agenda oculta. Na Geórgia são as tropas russas
que estão posicionadas como forças para a
manutenção da paz e no Líbano a manutenção
da paz é dominada "não oficialmente" pela NATO. O
ministro dos estrangeiros da Geórgia disse, "Se continuarmos a
manter a situação [na Geórgia]... com os actuais actores e
com o poder dominante da Rússia... vamos acabar na violência
[guerra]". Exigiu a retirada das tropas russas situadas na Geórgia
e acusou Moscovo de procurar sabotar o governo da Geórgia.
[49]
O segundo factor é a rápida política expansionista da NATO.
A NATO tem vindo a expandir-se para leste. Está agora a tentar a entrada
na NATO da Geórgia, da República do Azerbeijão, da
Ucrânia e de outros países.
[50]
O ministro dos estrangeiros russo disse ao secretário-geral da NATO que
a "Reconfiguração das forças militares da NATO na
Europa, assim como o desejo dos Estados Unidos de posicionar alguns locais de
lançamento de mísseis na Europa de Leste são de grande
preocupação para nós [Federação
Russa]".
[51]
Quanto a este aspecto, a Associated Press assinala tensões crescentes
entre a Federação Russa e a NATO, no que se refere à
entrada da Geórgia para a NATO.
Moscovo [o governo russo] denunciou a jogada [de a Geórgia se
comprometer ainda mais com a NATO] como um regresso à Guerra Fria que
prejudica os interesses da Rússia e pode desestabilizar ainda mais a
região do Cáucaso. O ministro da defesa russo Sergei Ivanov
ameaçou enviar duas divisões de tropas russas para a fronteira
com a Geórgia para garantir que a "segurança da
Rússia não será beliscada se a Geórgia entrar para
a NATO".
As relações tensas entre a Rússia e a Geórgia
pioraram na quinta-feira quando Moscovo fez regressar o seu embaixador,
anunciou o regresso de diplomatas e se queixou às Nações
Unidas da detenção na Geórgia de cinco funcionários
russos acusados de espionagem. Sergei Ivanov chamou à Geórgia um
"estado bandido".
Na sexta-feira a Geórgia acusou de espionagem quatro dos
funcionários, preparando-se para os levar a julgamento no final do dia,
disse Shota Khizanishvili, porta-voz do ministro do interior. Um quinto
funcionário foi libertado na sexta-feira (Setembro de 2006).
[52]
Formação de uma Aliança Militar da Eurásia?
Desde Agosto de 2006 que a Rússia, a China, o Casaquistão, o
Uzbequistão, o Tajiquistão e o Quirguistão têm
efectuado conjuntamente manobras militares e exercícios anti-terrorismo.
Estas operações foram supervisionadas pela Conferência
Internacional de Xangai (SCO) e/ou Organização do Tratado de
Segurança Colectiva (CSTO) (com o envolvimento da Comunidade de Estados
Independentes (CIS). Estas manobras militares foram efectuadas na mesma altura
em que o Irão esteve também envolvido em importantes manobras
militares.
a Rússia e a Bielorrússia efectuaram manobras militares
conjuntas em 2006 (17 a 25 de Junho)
[53]
os EUA efectuaram operações e manobras militares nos
Balcãs com a Bulgária e a Roménia (Julho-Agosto de 2006)
[54]
as manobras iranianas começaram em 19 de Agosto de 2006.
[55]
os exercícios anti-terrorismo da Organização do Tratado
de Segurança Colectiva (CSTO), que incluiram a Rússia, o
Casaquistão, o Quirguistão e o Tajiquistão, foram
efectuados nos finais de Agosto de 2006.
[56]
a China e o Casaquistão efectuaram exercícios conjuntos
anti-terrorismo nos finais de Agosto (com início em 23-24 de Agosto de
2006).
[57]
a Rússia, o Uzbequistão e o Casaquistão efectuaram
exercícios anti-terrorismo (19-23 de Setembro de 2006).
[58]
a China e o Tajiquistão efectuaram o seu primeiro exercício
militar conjunto (22-23 de Setembro de 2006).
[59]
exercícios anti-terrorismo da CIS e da Organização do
Tratado de Segurança Colectiva (CSTO) na Arménia (26-28 de
Setembro de 2006).
[60]
O início de um "Clube Energético da Eurásia" foi
o resultado prático para a SCO de uma conferência realizada em 15
de Setembro de 2006 em Dushanbe, Tajiquistão.
[61]
Este é um objectivo que só pode ser alcançado quando o
Irão for um membro de pleno direito da SCO.
A IRNA [Agência Noticiosa da República Islâmica] citou o
vice-primeiro-ministro do Uzbequistão, Rustam Azimov, como tendo dito
que "os projectos económicos, sobre os quais se tinha chegado a
acordo durante a Conferência Internacional de Xangai (SCO), não
podem ser implementados sem a cooperação do Irão, enquanto
país significativo da região".
[62]
A Mongólia também está apostada em tornar-se membro de
pleno direito da SCO. A Mongólia, o Irão, a Índia e o
Paquistão são todos eles membros observadores da SCO. A
Arménia, membro da Organização do Tratado de
Segurança Colectiva (CSTO), e da CIS, e a Sérvia, um aliado
histórico da Rússia, são possíveis candidatos
à SCO. A Arménia também já deixou claro que
não tem intenções de se juntar à União
Europeia ou à NATO.
[63]
A Bielorrússia também tem mostrado interesse em aderir à
SCO como estado de pleno direito.
[64]
A expansão da SCO e a total inclusão do Irão como membro
de pleno direito foi contestada pela Comissão de Helsínquia (a
Comissão de Segurança e Cooperação na Europa) num
inquérito (em 26 de Setembro de 2006) quanto ao impacto da SCO sobre os
objectivos anglo-americanos e a influência dos EUA na Ásia Central.
Afirmou-se que a expansão da SCO seria pouco provável porque a
"missão económica da SCO parece estar mal definida" e
que a organização não parece disposta a admitir novos
membros que podem acabar por competir com a Rússia e a China pelo
controlo da Ásia Central. Também foi assinalado durante as
audiências da Comissão de Helsínquia que "eles [os
membros da SCO] estão interligados por um conjunto partilhado de
interesses de segurança e um conjunto partilhado de riscos
previstos".
"Interesses de segurança e riscos previstos" são
subentendidos para a crescente ameaça de intrusão anglo-americana
nas ex-repúblicas soviéticas da Ásia Central.
As manobras militares efectuadas na ex-União Soviética e na
Ásia Central
[65]
foram dominadas pela Rússia e pela China. Foram efectuadas sob o
disfarce de combate ao "terrorismo, ao extremismo e ao separatismo".
O terrorismo, o extremismo e o separatismo são áreas
críticas de cooperação para todos os estados membros.
[66]
Qual é a agenda oculta? Estarão estas manobras militares
relacionadas com os preparativos dos EUA para a guerra?
O terrorismo, o extremismo e o separatismo são alimentados pelas
operações dos serviços secretos anglo-americanos, que
incluem sabotagem e ataques terroristas feitos por Forças Especiais. O
incitamento de tensões étnicas, ideológicas e
sectárias e as movimentações separatistas têm sido
uma marca tradicional da estratégia anglo-americana no Médio
Oriente, nos Balcãs, na Índia, no Sudeste Asiático, na
ex-União Soviética e em África.
Quanto à manipulação e criação do
extremismo, o Afeganistão é testemunho desta estratégia.
Foi no Afeganistão que os ISI paquistaneses e os Estados Unidos ajudaram
a criar os talibãs para lutar contra a União Soviética. Os
Estados Unidos, o Paquistão e a Arábia Saudita também
contribuiram para apoiar movimentos extremistas na ex-União
Soviética. Esta é uma das razões por que o governo
iraniano se manteve silencioso quanto à ajuda ou ao reconhecimento de
movimentos separatistas ou ideológicos baseados na religião no
Cáucaso e na ex-União Soviética, incluindo a
Tchechénia.
Curdistão: Sementes de balcanização e
"finlandização"?
Tanto os Estados Unidos como Israel têm estado a treinar secretamente uma
série de grupos curdos no norte do Iraque. O Irão e a
Síria acusaram Israel de instalar uma presença militar no
Curdistão iraquiano. Israel também treinou forças
especiais anglo-americanas em missões assassinas e na
formação de "equipas de caçadores assassinos" no
Iraque.
[67]
Magdi Abdelhadi, analista de assuntos árabes e do Médio Oriente,
escreveu:
"Desde que começou a invasão do Iraque encabeçada
pelos EUA há mais de três anos [em 2003], que jornalistas
árabes têm vindo a falar de israelenses a operar no interior da
região autónoma do Curdistão [no norte do Iraque].
Afirmaram que isso era uma prova de que o derrube de Saddam Hussein tinha sido
apenas o primeiro capítulo de uma conspiração
americano-israelense mais alargada para eliminar ameaças aos seus
interesses estratégicos e para re-desenhar o mapa do Médio
Oriente [vis-à-vis um mapa militar].
Pensa-se que a Síria e o Irão, que têm fronteiras comuns
com áreas curdas, são os alvos principais".
[68]
Há tentativas deliberadas para fabricar ou criar conflitos civis e
divisões no interior dos países do Médio Oriente. Os
objectivos subjacentes são a balcanização (divisão)
e a "finlandização" (pacificação).
[69]
O Curdistão é o centro geográfico do Médio Oriente
contemporâneo e o nó górdio que mantém ligado todo o
mosaico de estados e povos. Do ponto de vista estratégico o
Curdistão é também a ponte que liga a Síria e o
Mediterrâneo oriental ao Irão. O povo curdo tem sido
continuadamente manipulado e enganado pelos Estados Unidos. A
manipulação deliberada do povo curdo pelos Estados Unidos e por
Israel pode provocar um abalo grave e caótico na estabilidade do
Curdistão e da unidade nacional da Síria, da Turquia, do
Irão, do Iraque e, por extensão, dos países seus vizinhos.
Além disso, a balcanização do Iraque pode desencadear um
efeito de dominó, que pode ter impacto em todo o Médio Oriente e
mesmo para além dele. Os Estados Unidos criaram as
condições para a divisão social no interior do Iraque. A
divisão da sociedade iraquiana enfraquece o movimento de
resistência à ocupação militar anglo-americana. A
criação de divisões sectárias e étnicas na
sociedade iraquiana tem uma influência directa nos planos de guerra dos
EUA em relação ao Irão e à Síria. A premissa
é que os iraquianos estarão demasiado ocupados a lutarem uns
contra os outros para poderem prestar apoio significativo à Síria
e ao Irão.
A balcanização do Iraque também é consistente com
os objectivos anglo-americanos para o "Corredor da Eurásia" e
o "Plano Yinon"
[70]
para um Médio Oriente mais alargado.
Ambos os objectivos têm em comum e dependem de uma parceria entre os
Estados Unidos, a Grã-Bretanha e Israel. Estes objectivos assentam em
mudanças de regime iniciais a partir do interior de um estado alvo
através do despoletamento de conflitos étnicos e
sectários. Esta estratégia está também a ser
utilizada contra a Rússia, a China, e a Ásia Central. O objectivo
final é a criação de um novo conjunto de mini-estados
tipo-Kuwait ou tipo-Bahrain ou de protectorados anglo-americanos no
Médio Oriente e na ex-União Soviética que possam ser
facilmente controlados pelos EUA, pela Grã-Bretanha e por Israel.
Numa entrevista ao Der Spiegel, o presidente sírio disse que o
Médio Oriente estava num equilíbrio instável à
beira do caos e do conflito. Quando o questionaram sobre a
partição ou balcanização do Iraque ocupado pelos
anglo-americanos, o presidente sírio respondeu:
"Seria um desastre, não apenas para o Iraque, mas para toda a
região, desde a Síria até ao Golfo [Pérsico] e
à Ásia Central. Imaginem quebrar um colar e todas as
pérolas a cairem no chão. Quase todos esses países
têm linhas divisórias naturais, e se acontecer uma
partição étnica e religiosa num país, rapidamente
acontecerá noutro lugar. Seria como o fim da União
Soviética só que muito pior. Guerras maiores, guerras
menores, ninguém teria hipótese de manter as consequências
sob controlo".
[71]
O problema pode vir a complicar-se. Uma guerra com a Síria pode
propagar-se e incendiar outros conflitos na Palestina, na Jordânia e no
Líbano, e afectar também a Turquia, Chipre e todo o mundo
árabe.
Uma guerra com o Irão ou qualquer balcanização afectando o
Irão pode contribuir também para desestabilizar o Cáucaso,
a Turquia e a Ásia Central que têm todos laços
étnicos e culturais com o Irão. Isto inclui a Ossécia do
Norte-Alania, a Tchechénia, o Daguetão, a Ingushetia, que fazem
parte do Distrito Federal do Sul da Federação Russa.
Uma guerra com o Irão pode respingar para as diversidades étnicas
do Cáucaso com graves e imprevisíveis ramificações
para a Rússia.
O Cáucaso está intimamente interligado com o Irão. Os
conflitos entre a Arménia e a República do Azerbeijão
sobre a região Nagorno-Karabakh, os conflitos internos na Geórgia
sobre a Ossécia do sul e a Abkacia, e a luta na Tchechénia e no
Daguestão podem voltar a incendiar-se todos. Estes conflitos não
só ameaçarão a segurança nacional da Rússia,
como afectarão também a SCO, que integra a China, a Rússia
e várias das ex-repúblicas soviéticas assim como a CSTO.
Ligar-todos-os-Pontos: As peças estão a encaixar-se?
Há uma evidente concentração militar de forças
convencionais, terrestres, aéreas, navais e nucleares no Médio
Oriente e na Ásia Central e seus arredores. Inclui a
mobilização de tropas britânicas na fronteira iraniana
[72]
e o prolongamento de comissões de serviço militares no Iraque
ocupado pelos anglo-americanos e no Afeganistão onde se encontra uma
guarnição da NATO.
[73]
Foi prolongada a comissão de serviço da 1ª Brigada da
1ª Divisão Blindada, uma unidade de 4 000 homens que está a
operar na província de Al-Anbar do Iraque, fronteiriça à
Síria. Não é o primeiro grupo de soldados americanos ou
britânicos a ver prolongadas as suas comissões de serviço
no Iraque ou no Afeganistão. A brigada tem cerca de 4 000 soldados no
Iraque.
[74]
Estavam programados para ficar no Iraque por um máximo de 12 meses, mas
as comissões foram prolongadas repetidas vezes tal como em outras
unidades militares. O exército americano também prolongou por
várias vezes a comissão da 172ª Brigada de Ataque com base
no Alasca, uma unidade do exército com mais de 3 500 efectivos.
[75]
Muitas das ditaduras árabes também apoiarão secretamente a
aliança anglo-americana. Manter-se-ão como observadores se a
Síria e o Irão forem atacados e o Líbano, a Palestina, o
Iraque e o Afeganistão forem ainda mais devastados pelo conflito. Os
governos pró-EUA da Arábia Saudita, os emirados árabes, o
Egipto e a Jordânia são apoiantes do "mapa militar" dos
EUA, apesar de os povos desses países se oporem fortemente à
guerra travada pelos EUA. Os líderes palestinos também já
abandonaram a esperança de um estado palestino.
Isto ficou demonstrado pelo sua atitude em relação ao Iraque
antes e depois da invasão anglo-americana de 2003. Aceitaram tacitamente
a opressão do povo palestino, assim como a invasão e
bombardeamento do Líbano por Israel (referida no Líbano como a
"conspiração árabe contra o Líbano"). Tem
havido notícias nos media de que a Arábia Saudita e Israel
também têm efectuado conversações secretas relativas
ao Irão e ao Médio Oriente mais alargado.
[76]
A Roménia e a Bulgária são já importantes centros
de operações militares anglo-americanas na Eurásia que se
estendem desde os Balcãs ao Médio Oriente e à Ásia
Central. Estes dois estados também são importantes parceiros da
aliança anglo-americana. Segundo Lawrence Korb num artigo de 2003 no
New York Times:
O Pentágono está a penetrar na Roménia. E na
Polónia. E também na Bulgária. O Departamento de Defesa
está a pensar fechar muitas, ou mesmo todas, as suas bases na Europa
ocidental que são fundamentalmente na Alemanha e mudar as
suas tropas para novos locais mais económicos no ex-bloco
soviético. Já nos dizem [a nós público] que a
Primeira Divisão Blindada, actualmente no terreno no Iraque, não
regressará às bases da Alemanha de onde saiu em Abril [2003]. E o
general James Jones, chefe do Comando Europeu [dos Estados Unidos], disse este
mês que podiam vir a ser fechadas todas as 26 instalações
do exército e da força aérea na Alemanha, com
excepção da base da força aérea em Ramstein. Na
prática, isto pode significar a transferência de cinco brigadas do
exército, cerca de 25 mil efectivos, para o leste [ou seja, Europa do
leste, Bulgária e Roménia].
(The Pentagon's Eastern Obsession,
NYT,
July 30, 2003)
Em retrospectiva, a decisão do Pentágono de avançar para
leste foi estrategicamente correcta e foi baseada na premissa da mudança
para leste das operações militares anglo-americanas. A
situação na ex-Jugoslávia e nos Balcãs foi
pacificada na segunda metade dos anos 90. Com o início de 2001 chegou a
altura de fazer avançar as operações ainda mais para leste.
A NATO também tem estado em ligação com Washington,
Londres e Tel Aviv. A NATO tem servido os interesses anglo-americanos e
israelenses. A NATO, formal ou informalmente, tem vindo a enviar tropas para
ajudar a "fase ocupacional" de todas as operações
anglo-americanas depois das "blitzkriegs" ou "fases militares
iniciais". A NATO e os estados membros têm vindo a actuar como
forças de ocupação no Afeganistão e no Iraque e
também se estão a movimentar para o Líbano. O
secretário-geral da NATO prometeu que a missão da NATO no
Afeganistão será alargada e intensificada.
[77]
O porta-voz da NATO no Afeganistão informou que em Fevereiro de 2007 o
general McNeil do exército dos EUA assumirá o comando das
forças da NATO no Afeganistão, a chamada Força
Internacional de Assistência de Segurança e das tropas americanas
do Afeganistão. Isto significa que as tropas americanas e as tropas da
NATO, que têm estado sob estruturas de comando separadas, passarão
a ficar juntas sob uma única estrutura de comando no Afeganistão.
[78]
Os media assinalaram o facto de que as tropas americanas ficarão
sob o comando da NATO. Mas, na prática, o que se passa é que
é um general americano quem dirige agora as forças da NATO.
Em Outubro de 2006, começarão a integrar-se na NATO cerca de 12
000 efectivos, na sua maioria americanos, no Afeganistão.
[79]
O supremo
comando da NATO no Afeganistão é actualmente chefiado pelo
tenente-general David Richards da Grã-Bretanha. No caso de um conflito
com o Irão, as tropas da NATO no Afeganistão atacarão o
Irão. De igual modo, as tropas da NATO posicionadas no Líbano
atacarão a Síria.
A conexão paquistanesa
Também há sinais de que a NATO e os Estados Unidos estão
à espera da queda do general Musharraf e do governo paquistanês
dado o caos que se despoletará no Paquistão a partir de ataques
ao Irão e à Síria.
[80]
Isto poderá explicar o pedido para que a Índia envie tropas para
o Afeganistão.
[81]
Os interesses da NATO e da Índia convergem para assegurar que o
Paquistão e o seu arsenal nuclear não caiam nas mãos de
radicais ou extremistas que poderão ameaçar os interesses
anglo-americanos e a segurança da Índia.
Não há embargo de armamento à Síria para a
importação de sistemas de defesa, mas em Limassol, Chipre, foi
detido um navio mercante vindo da Ásia e do Egipto que transportava
sistemas de defesa destinados à Síria. O navio foi deixado em
liberdade mas o destino da carga ainda não foi decidido.
[82]
O presidente e o governo da Síria também disseram que estavam
à espera de ser atacados por Israel no contexto de uma guerra no
Médio Oriente mais alargada.
[83]
Numa entrevista à NBC com Brian Williams, o presidente iraniano disse
que a política externa da Casa Branca e dos EUA no Médio Oriente
está a "levar o mundo para a guerra". Isto é uma
afirmação significativa vinda de um líder de um estado do
Médio Oriente e tal afirmação deve ser levada muito a
sério. O presidente iraniano fez uma declaração semelhante
quando em Setembro discursou na Assembleia Geral das Nações
Unidas, apontando para o facto de os Estados Unidos estarem a arrastar o mundo
para uma grande guerra.
Os líderes iranianos anunciaram que os esforços
diplomáticos britânicos e americanos são uma mera farsa
destinada ao público em geral. Sublinharam que "a
tentativa de tentarem resolver a crise através da guerra é
uma fantasia". Tanto no caso do Iraque como do Afeganistão, os
Estados Unidos e a Grã-Bretanha decidiram avançar muito antes de
informarem o público das suas intenções. No caso do Iraque
existe documentação, que já deixou de ser confidencial,
que prova que isto é verdade e, no caso do Afeganistão,
não havia forma logística possível de preparar uma
invasão sem meses de planeamento antes da declaração de
guerra, que teve lugar a 12 de Setembro de 2001.
O Irão está plenamente consciente da ameaça dos EUA de o
bombardear e invadir. A sua população está plenamente
consciente da possibilidade de ataques aéreos anglo-americanos. O
Irão avisou os Estados Unidos e a Grã-Bretanha. Em Agosto de
2006, efectuaram-se manobras iranianas em coordenação com as
manobras russas, chinesas e da CSTO, em todo o Irão, incluindo as
províncias fronteiriças geo-estrategicamente importantes do
Irão com o Paquistão, o Afeganistão, o Golfo
Pérsico, a Turquia e o Iraque. Foram enviados sinais claros à
aliança anglo-americana.
A Venezuela, aliada iraniana, avisou os Estados Unidos por diversas vezes de
que não irá assistir impávido à invasão ou
ataque ao Irão e à Síria. O presidente da Venezuela, Hugo
Chavez, referiu-se aos preparativos militares americanos para a invasão
do Irão no seu discurso na 61ª Assembleia Geral das
Nações Unidas:
"E agora [os Estados Unidos] ameaçam a Venezuela novas
ameaças contra a Venezuela, [também] contra o Irão?"
[84]
O presidente venezuelano também afirmou: "Entretanto, a actual
administração dos EUA também anda a sonhar [a planear
incorrectamente] com a invasão do Irão e da Venezuela para
assumir o controlo dos recursos petrolíferos destes dois países
da mesma forma [do Iraque]".
[85]
Quais são os planos da Venezuela para ajudar o Irão e a
Síria numa guerra contra os Estados Unidos, isso é um
tópico para debate, mas é muito provável que, em caso de
guerra, sejam cortadas as relações diplomáticas
venezuelanas com o governo americano e os fornecimentos de petróleo para
os Estados Unidos.
Elo entre o Golfo Pérsico e o Mediterrâneo oriental?
Há um processo de militarização em curso no Levante e no
Mediterrâneo oriental, essencialmente liderado pelas forças da
NATO, sob o pretexto de manutenção da paz das NU.
Se vier a acontecer a guerra liderada pelos EUA, o Terminal de Petróleo
Baku-Tbilisi-Ceyhan (BTC), assim como o percurso do pipeline que o leva
até Ceyhan, serão alvos militares óbvios das forças
sírio-iranianas. Entretanto, a Marinha iraniana tentará boquear o
Estreito de Ormuz. Isso pode levar à paralização do fluxo
dos fornecimentos mundiais de petróleo como o Irão prometeu
repetidas vezes. A Venezuela também pode parar o fluxo do seu
petróleo como o seu governo já avisou por diversas vezes.
A base aérea Ýncirlik é uma importante base da NATO na
Turquia, perto da fronteira e da linha da costa síria. De notar que
também foram posicionadas armas nucleares americanas na base
aérea Ýncirlik da Turquia. Esta última foi um dos
principais eixos centrais para os Estados Unidos e para a NATO durante a
campanha militar no Afeganistão em 2001. Esta base turca ainda é
de importância vital para os Estados Unidos, Grã-Bretanha e NATO.
Estão ali estacionados milhares de efectivos aeronáuticos
americanos e britânicos. Está também adjacente ao Terminal
de Petróleo Baku-Tbilisi-Cehyan (BTC).
O Terminal de Petróleo Baku-Tbilisi-Cehyan (BTC) tornar-se-á
ainda mais significativo e importante se o Irão conseguir fechar o
Estreito de Ormuz.
Esta é uma das razões por que a base aérea Ýncirlik
é tão importante estrategicamente. A base aérea
Ýncirlik será usada para proteger o porto de Ceyhan, o ponto de
partida do Terminal de Petróleo Baku-Tbilisi-Cehyan (BTC) se a
Síria ou o Irão tentarem interromper o fluxo de energia para o
Mediterrâneo oriental.
Há duas armadas navais distintas: no Golfo Pérsico-Mar
Arábico e no Mediterrâneo oriental ao largo das costas da
Síria e do Líbano.
Estas armadas estão a concentrar-se simultaneamente. A
concentração no Mediterrâneo oriental caracteriza-se
essencialmente pelas forças navais e terrestres de Israel e da NATO. No
Golfo Pérsico, a armada naval é substancialmente americana com a
participação da Grã-Bretanha, Austrália e
Canadá. Nesta extensa faixa de terra entre o Mediterrâneo
oriental e o Golfo Pérsico, estão a ocorrer diversas
movimentações militares no terreno, incluindo no norte do Iraque
e na Geórgia.
O teatro de guerra mais alargado estender-se-á muito para além
dela, para norte até à bacia do Mar Cáspio e para leste
até ao Paquistão e à fronteira ocidental da China. Estamos
a lidar com um tabuleiro de xadrez para mais uma guerra no Médio
Oriente, que pode possivelmente englobar uma região muito mais vasta.
Notas
[47] Russian Military Hardware and Ammunition Left Georgia,
The Georgian Times,
September 19, 2006
http://www.geotimes.ge/index.php?m=home&newsid=1743
[48] Nicola, Stefan; Analysis: Georgia-Russia conflict heats up, United Press
International, September 22, 2006
www.upi.com/InternationalIntelligence/view.php?StoryID=20060921-125716-2166r
[49] Ibid
[50] Russia slams move to speed Georgia's NATO entry, Interfax, September 22,
2006
http://www.interfax.ru/e/B/0/28.html?id_issue=11592648
[51] Russia concerned about NATO reconfiguration in EuropeLavov,
Information Telegraph Agency of Russia (ITAR-TASS News Agency), September 20,
2006
http://www.tass.ru/eng/level2.html?NewsID=10807863&PageNum=0
[52] Paul Ames, NATO set for uneasy meeting with Russia, Associated Press,
September 29, 2006
[53] Russia, Belarus hold joint military exercise,
People's Daily,
June 17, 2006
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[54] Romanian, US pilots hold exercise at Black Sea coastal base,
People's Daily,
August 12, 2006
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U.S., Romania, Bulgaria team up for Immediate Response 06, Army Public Affairs
(ArNews, U.S. Army News Service), August 3, 2006
http://www4.army.mil/ocpa/read.php?story_id_key=9380
[55] Mahdi Darius Nazemroaya, Iranian War Games: Exercises, Tests, and Drills
or Preparation and Mobilization for War?, Centre for Research on Globalization
(CRG), August 21, 2006
globalresearch.ca/index.php?context=viewArticle&code=DAR20060821&articleId=3027
[56] Chossudovsky, Michel; Russia and Central Asian allies Conduct War Games in
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2006
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[57] Ibid
[58] Russia, Kazakhstan special forces hold antiterrorist exercises,
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2006
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[59] China, Tajikistan to hold military exercises, Xinhua News Agency,
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http://news.xinhuanet.com/english/2006-09/19/content_5111376.htm
[60] CIS security services to hold anti-terror exercises in Armenia,
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2006
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[61] Energy outcome of SCO meeting in Dushanbe, Russian News and Information
Agency (RIA Novosti), September 20, 2006
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[62] Uzbek official: SCO projects cannot be implemented without Iran, IRNA,
September 15, 2006
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[63] Armenia not to join NATO, EU: president,
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[64] The Shanghai Cooperation Organization acquires military character: Iran
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SCO's influence, Radio Free Europe/Radio Liberty, September 27, 2006
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[66] The Shanghai Cooperation Organization acquires military character: Iran
eager to join SCO,
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[67] Ju.lian Borger, Israel trains US assassination squads in Iraq,
Guardian,
December 9, 2003
http://www.guardian.co.uk/Iraq/Story/0,2763,1102940,00.html
[68] Magdi Abdelhadi, Israelis 'train Kurdish forces,' British Broadcasting
Corporation (BBC), September 20, 2006
http://news.bbc.co.uk/2/hi/middle_east/5364982.stm
[69] Mahdi Darius Nazemroaya, Beating the Drums of War. US Troop Build-up: Army
and Marines authorize "Involuntary Conscription," Centre for Research
on Globalization (CRG), August 23, 2006
www.globalresearch.ca/index.php?context=viewArticle&code=20060823&articleId=3042
[70] O "Plano Yinon" é um conjunto de objectivos
estrategicamente criados para Israel que advoga a fractura de todos os inimigos
ou rivais potenciais. É uma parceria sincronizada com a aliança
anglo-americana. Visa produzir mini-estados pequenos e passivos no Médio
Oriente alargado. O "Plano Yinon" realça que Israel deve ser
o centro do poder imperialista no Médio Oriente com hegemonia regional.
Envolve um dogma expansionista e o controlo de recursos naturais tais como o
petróleo, a água e o gás.
[71] "America Must Listen,"
Der Spiegel,
September 24, 2006
http://www.spiegel.de/international/spiegel/0,1518,438804,00.html
[72] Mahdi Darius Nazemroaya, British Troops Mobilizing on the Iranian Border,
Centre for Research on Globalization (CRG), August 30, 2006
www.globalresearch.ca/index.php?context=viewArticle&code=20060830&articleId=3097
[73] Nazemroaya, Beating the Drums of War, op cit.
www.globalresearch.ca/index.php?context=viewArticle&code=20060823&articleId=3042
[74] Homecoming delayed for 4,000 U.S. troops in Iraq, Cable News Network
(CNN), September 25, 2006
http://www.cnn.com/2006/WORLD/meast/09/25/iraq.troops.ap/
[75] Nazemroaya, Beating the Drums of War, op cit .
[76] Joshua Brilliant, Analysis: Israeli, Saudi officials met, United Press
International, September 25, 2006
www.upi.com/InternationalIntelligence/view.php?StoryID=20060925-035251-7556r
[77] Helene Cooper, NATO Chief Says More Troops Are Needed in Afghanistan,
The New York Times,
September 22, 2006
http://www.nytimes.com/2006/09/22/world/asia/22nato.html
[78] Washington to send 4-star general to assume Afghanistan command,
International Herald Tribune,
September 26, 2006
www.iht.com/articles/ap/2006/09/26/asia/AS_GEN_Afghan_New_US_Commander.php
[79] NATO ready for early takeover of Afghan peacekeeping, Reuters, September
28, 2006
http://www.alertnet.org/thenews/newsdesk/JOH838685.htm
Nota: O título da Reuters é extremamente enganador. A NATO
não está pronta para fazer nada de novo e as
operações no Afeganistão não são de
manutenção de paz, são de uma guerra contra a
rebelião que é incorrectamente chamada de
"talibãs" nos media ocidentais. No Afeganistão, as
tropas no terreno da NATO designam os rebeldes afegãos por
Milícias Anti-Coligação (ACM's). Este título
reflecte o facto de a NATO estar a combater um movimento de rebelião
multi-étnico no Afeganistão que considera a aliança
anglo-americana como forças de ocupação.
[80] Khalid Hasan, US now viewing Pakistan without Musharraf,
Daily Times,
April 21, 2006
Pennington, Matthew; Pakistani President Denies Coup Rumours, Forbes.com,
September 25, 2006
http://www.forbes.com/business/commerce/feeds/ap/2006/09/25/ap3043177.html
[81] NATO wants Indian troops to operate in Afghanistan,
India Defence,
September 23, 2006
http://www.india-defence.com/reports/2532
[82] Cyprus holds 'Syria arms cargo,' British Broadcasting Corporation (BBC),
September 12, 2006
http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/5338518.stm
[83] Assad says Israel likely to attack Syria, United Press International,
September 21, 2006
http://www.upi.com/NewsTrack/view.php?StoryID=20060921-020803-1201r
[84] Rise Up Against the Empire, Speech at the UN General Assembly (President
Hugo Chavez), Centre for Research on Globalization (CRG), September 21, 2006
[85] Chavez: US Invasion of Iran Spikes Oil Prices to $200, Fars News Agency,
September 24, 2006
http://www.farsnews.com/English/newstext.php?nn=8506310324
© Copyright Mahdi Darius Nazemroaya, GlobalResearch.ca, 2006
[*]
Editor colaborador de Global Research.
Do mesmo autor:
Jogos de guerra iranianos: Exercícios, testes e ensaios ou preparação e mobilização para a guerra real?
O original encontra-se em
globalresearch.ca/index.php?context=viewArticle&code=NAZ20061001&articleId=3361
Tradução de Margarida Ferreira (2ª parte).
A primeira parte deste artigo encontra-se em
http://resistir.info/chossudovsky/march_to_war_p1.html
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Este artigo encontra-se em
http://resistir.info/
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