Annus horribilis (mirabilis)
2013: ponto de inflexão na longa decadência ocidental
A
"crise global"
(ainda se continua a chamá-la assim) continua seu curso, vai-se
aprofundando com o correr dos anos, deteriora as instituições das
potências centrais, rompe os tecidos económicos e culturais que
davam coesão a essas sociedades, deixa a descoberto como
decadência, ou seja, como processo de deterioração geral
irreversível. Também vai chegando aos denominados
"países emergentes" derrubando o mito do rejuvenescimento
capitalista a partir da periferia, da superação burguesa do
neoliberalismo ocidental graças à intervenção do
estado.
Os anos 2008 e 2013 constituem períodos em que se acelerou o
declínio do capitalismo. Em ambos os casos o desastre teve como origem o
centro imperial para a seguir propagar-se em direcção ao conjunto
do sistema global. Poderíamos estabelecer um corte ainda mais preciso e
fixar os meses de Setembro de 2008 e Setembro-Outubro de 2013 como os
"momentos"
nos quais a história universal incrementou bruscamente sua velocidade
quando a acumulação de degradações produziu um
grande salto de quantidade em qualidade. Do ponto de vista dos amos do sistema
é possível falar de
"annus horribilis",
ou seja, anos de grandes desgraças, ainda que do lado das
vítimas, dos milhares de milhões de seres humanos que habitam o
subsolo do planeta burguês se possa afirmar que se trata do
"annus mirabilis",
de períodos em que o sistema avança claramente para a sua
ruína, ou seja, de acontecimentos
"maravilhosos"
que alentam a esperança da possível conquista de um mundo melhor.
Em 15 de Setembro de 2008, nos Estados Unidos, o gigante financeiro Lehman
Brothers declarou-se em quebra e o American International Group (AIG),
considerado o líder mundial de seguros e serviços financeiros,
precisou ser resgatado pela Reserva Federal. A crise provocada pelo desinchar
da bolha imobiliária norte-americana propagou-se rapidamente, estalaram
outras bolhas imobiliárias e bursáteis na Europa e na Ásia
e os governos das grandes potências injectaram nos anos seguintes
vários milhões de milhões de dólares a fim de
impedir o afundamento do sistema financeiro internacional, pilar decisivo da
economia mundial. Não conseguiram recompor a sua dinâmica anterior
nem tão pouco a das estruturas produtivas, mas conseguiram sim evitar
(adiar) a derrocada.
Assim, a partir de 2008 a massa financeira global, que se vinha expandindo de
maneira exponencial, deixou de crescer. Na realidade, experimentou um
decréscimo suave é o que constatamos quando comparamos a
especulação em
"produtos financeiros derivados"
(cerne do parasitismo financeiro global) com o Produto Bruto Mundial. Em
meados de 1998 esses negócios equivaliam a cerca de 2,4 vezes o valor
nominal da economia planetária, chegaram a 4,3 vezes pelos fins de 2002,
a 8,5 vezes em fins de 2006 e a 11,7 vezes em meados de 2008 em pleno
delírio especulativo, baixando
lentamente
desde então: 10,5 em fins de 2009, 10,6 em meados de 2011, caindo para
8,9 em fins de 2012 e para 8,6 em meados de 2013
[1]
.
O estancamento da massa financeira, pior ainda o seu desinchar, marca o fim do
longo crescimento drogado do capitalismo global durante a
financiarização neoliberal. Desde os anos 1970 verificou-se a
reconversão financeira
do capitalismo que permitiu a reprodução ampliada da área
imperial do sistema: os estados centrais endividavam-se e subsidiavam a
indústria (gastos militares, reduções fiscais de todo
tipo, etc) e travavam a desaceleração do consumo
(subsídios aos desempregados), as empresas endividavam-se para continuar
a investir e os consumidores endividavam-se sustentando esses grandes mercados.
Por outro lado, as quedas tendenciais nas taxas de lucros produtivos de grandes
grupos económicos eram mais que compensadas pela expansão dos
negócios financeiros.
Mas finalmente a bolha estalou no ano de 2008. O que se verificou a partir de
então foi uma degradação financeira-produtiva
"controlada"
as dívidas públicas e privadas das potências
centrais tradicionais continuaram a crescer, a União Europeia
estancou-se para entrar finalmente em recessão, o Japão transitou
um caminho ainda mais dramático (devido a Fukushima) e os Estados Unidos
tiveram um crescimento anémico que ao longo de 2012-2013 ameaçava
converter-se em estancamento o directamente em recessão. O sistema havia
entrado numa nova etapa.
Guerra e petrodólares
A crise de 2008 não terminou com a onda militarista dos Estados Unidos.
Pelo contrário, potenciou-a. Muito antes dessa crise, frente ao seu
enfraquecimento financeiro e produtivo, a elite imperial estava convencida de
que só a utilização da sua superioridade militar podia
reverter os retrocessos económicos ou pelo menos travar seu
desenvolvimento. A vitória ocidental na Guerra-fria parecia confirmar
essa hipótese. A avalancha militarista da era Reagan durante os anos
1980, continuada pela presidência de George Bush (pai) havia dado a
estocada final na União Soviética, obrigando-a a competir numa
corrida armamentista que ultrapassou sua capacidade económica e
burocrática em declínio. Liquidada a URSS os Estados Unidos
surgiam como a única superpotência militar, o planeta ficava
à sua disposição.
Agora, desde há algo mais de uma década, assistimos a uma
espécie de mega Vietname diversificado em vários espaço
geográficos com diferentes intensidades e modalidades. O olhar do
Império ao resto do mundo é principalmente militar, a periferia
surge perante os olhos da sua elite dominante como um vasto campo de batalha.
Os golpes de estado em Honduras (2009) e no Paraguai (2012), o agravamento das
intervenções sobre a Colômbia e a Venezuela e as
actividades de desestabilização em outros países
latino-americanos assinalam que o Império lançou uma ofensiva de
grande alcance sobre a região. A isto devemos somar o desenvolvimento de
uma segunda frente de guerra na África cujo momento mais
dramático foi a destruição da Líbia, mas apontando
ao mesmo tempo ao mundo árabe. Ambas as ofensivas convergem com o
prosseguimento da longa guerra no Médio Oriente e na Ásia
Central: a terceira frente e a instalação de uma quarta frente de
forças militares cada vez mais extensa e intensa na
Ásia-Pacífico, apontando contra a China.
Nos princípios da década actual os Estados Unidos apresentavam
quatro mega frentes simultâneas, toda a periferia não controlada
pelo Ocidente encontrava-se atacada ou ameaçada. Desse modo a
agressividade dos falcões da era Bush (quando o seu secretário da
Defesa Ronald Runsfeld afirmava que os Estados Unidos podiam desenvolver com
êxito duas guerras ao mesmo tempo) foi a seguir ampliada na era Obama.
O duplo rosto do Império (decadência económica e social por
um lado e militarismo pelo outro) sugere perguntar se a onda militar é
sustentável no médio-longo prazo. Na realidade, não
é seguro que possa ser sustentada nem sequer no curto prazo. Basta
verificar que os gastos militares reais dos Estados Unidos aproximam-se dos 1,3
milhões de milhões de dólares se aos gastos do
Departamento da Defesa somarmos aqueles com finalidades militares de outras
áreas da administração pública (Departamento do
Estado, Departamento da Energia, NASA, etc) e os interesses pagos pelo
endividamento necessário para a sua realização. Essa cifra
equivale no Orçamento de 2013 à quase totalidade da
arrecadação prevista de impostos pessoais directos ou a 140% do
défice fiscal projectado.
Assim, se a militarização não é economicamente
sustentável, devemos interrogar-nos acerca da existência de alguma
lógica, alguma racionalidade superior que explique o fenómeno.
Wallerstein respondeu a essa pergunta há alguns anos e de maneira
contundente: os Estados Unidos encontrar-se-iam perante a alternativa de
aceitar um declínio honroso (opção "racional")
ou então jogar a casa pela janela. Em resumo: as elites imperiais ao
seguirem o segundo caminho demonstrariam que se tornaram
"loucas",
que a decadência rompeu sua racionalidade. A explicação
é simples, directa, mas em última instância superficial,
ignora sobretudo a conexão necessária entre
racionalidade e realidade,
entre o teoricamente viável e a viabilidade prática da teoria
que condiciona a racionalidade, que lhe faz por os pés sobre a terra.
Encontramo-nos entre a dinâmica histórica concreta da
racionalidade instrumental
(da racionalidade burguesa) tal como se apresenta nos princípios do
século XXI, enquanto expressão da evolução, das
contradições, dramas, necessidades, possibilidades das
forças imperialistas dominantes que a desenvolvem, neste caso as elites
ocidentais. Trata-se de uma racionalidade só interessada na
eficácia dos mecanismos de preservação e expansão
do poder, cada vez mais atolada no curto prazo, absolutamente desinteressada
das consequências no longo prazo. Nesse sentido, o encadeamento de
"soluções racionais"
de problemas concretos pode chegar a ser um caminho seguro para o desastre,
para a explosão do sistema, o esforço
racional
(e amoral) de recomposição, de preservação do
capitalismo decadente, tornar-se auto-destruição.
O Ocidente encontra-se embarcado numa guerra planetária um dos
seus objectivos é o saqueio dos recursos naturais da periferia, em
primeiro lugar os energéticos. O êxito do empreendimento lhe
permitiria realizar uma drástica contenção dos custos
produtivos, assegurando níveis aceitáveis nas taxas de lucro dos
grandes grupos industriais e, em consequência, amplos benefícios e
expansões de negócios das redes financeiras... e do parasitismo
consumista das classes médias e altas dos Estados Unidos e Europa.
A
"guerra do petróleo"
está associada a outra guerra: a financeira, focalizada na desgastada
hegemonia do dólar que gira em torno de um factor decisivo: os
petrodólares. Em 2012 as exportações globais de
petróleo atingiram aproximadamente os 2 milhões de milhões
de dólares, mas este comércio "físico" gerou
negócios especulativos nos mercados de produtos financeiros derivados da
ordem dos 30 milhões de milhões
[2]
equivalente a cerca de 42% do Produto Bruto Mundial desse ano ou a umas duas
vezes do Produto Bruto dos Estados Unidos ou umas 13 vezes o valor das suas
importações. Desde o fim da Segunda Guerra Mundial os
negócios petrolíferos (tanto comerciais como financeiros) foram
realizados em dólares e desde princípios dos anos 1970 em
"petrodólares" sem base ouro, mas o declínio da moeda
norte-americana e do peso económico relativo da superpotência
causaram a redução paulatina da hegemonia do dólar.
Não foi só o deslocamento dos Estados Unidos no mercado
petrolífero global e sim do conjunto dos países do Primeiro Mundo
cujo consumo petrolífero relativo vem declinando. Controlar as
principais áreas produtivas e redes de comercialização
é para os Estados Unidos e seus sócios europeus mais o
Japão não só uma prioridade "energética"
agravada pela entrada na era do estancamento da extracção global
do petróleo como também um gravíssimo tema financeiro. Se
a procura de dólares chegar a declinar de maneira decisiva e, em
consequência, seu preço relativo em relação
às outras moedas internacionais importantes (em especial as emergentes,
como o yuan e o rublo) e também do ouro, então poderia ruir todo
o edifício parasitário norte-americano arrastando o conjunto do
primeiro mundo. Os Estados Unidos já não seriam capazes de
sustentar seu consumo civil nem seus gastos militares alimentados por um
défice comercial e fiscal pago com papéis (dólares e
títulos do Tesouro).
Em 1970 o primeiro mundo consumia 70% da produção
petrolífera global. Quando estourou a "Primeira Guerra do
Golfo", em 1991, essa proporção havia descido para 54%. No
ano de 2005 caía para 49,6% e em 2012 para 41,2%
[3]
. A
"guerra da eurasia"
iniciada em 1991 e acelerada uma década depois pretendia o controle
ocidental sobre uma área que abarcava as bacias do Mar Cáspio e
do Golfo Pérsico abrigando cerca de dois terços das reservas
mundiais de petróleo. A vitória militar teria encurralado a
Rússia (segundo promotor mundial de petróleo em 2012) obrigando-a
a submeter-se ao Ocidente.
Mas os Estados Unidos não puderam ganhar essa guerra e, quando tentaram
sancionar o Irão deixando de comprar o seu petróleo e obrigando a
União Europeia a fazer o mesmo, os iranianos puderam vender o produto
à China substituindo o dólar pelo yuan ou à Índia
em troca de ouro. O primeiro mundo já não é o mercado
maioritário do petróleo e tão pouco consegue controlar sua
produção. Em consequência, sua dominação
financeira declina rapidamente.
A ruptura de 2013
No ano de 2013 verificaram-se três factos decisivos.
Em primeiro lugar a ofensiva militar-planetária dos Estados Unidos
iniciada nos princípios dos anos 1990 (pós guerra fria) encontrou
pela primeira vez uma barreira que não pôde transpor, sua
intervenção na Síria não pôde passar (como
havia acontecido no caso líbio ou, antes, na Jugoslávia, Iraque
ou Afeganistão) à etapa da acção directo, neste
caso com a realização de bombardeamentos maciços sobre
esse país. Sua confrontação com a Rússia fez
fracassar a operação em Setembro de 2013. Não faltaram
comunicadores ocidentais a qualificar o facto como o começo de uma nova
guerra-fria. Na realidade tratou-se do fim da pós guerra-fria e a
entrada numa nova era marcada pelo enfraquecimento militar estratégico
dos Estados Unidos. Só na zona do Médio Oriente e Ásia
central ficam em posição difícil seus vassalos
tradicionais como a Arábia Saudita, Israel ou Turquia e aumenta a
influência da Rússia que por exemplo assinou em Novembro um acordo
de integração militar com a Arménia, Bielorrússia e
Cazaquistão que se projecta ser rapidamente ampliado ao
Tajiquistão ao mesmo tempo que se estreitam as relações
militares russo-egípcias.
Não se trata de um simples deslocamento de influências nessas
regiões e sim, também, de um duro golpe à imagem de
omnipotência da sua máquina militar e ao conjunto de interesses
económicos e políticos directamente vinculados à mesma. E
o que é muito mais grave: verificou-se uma brutal perda de
eficácia do principal instrumento de dissuasão global dos Estados
Unidos. Isto não significa o fim das suas agressões mas causa um
notável desconcerto estratégico que agrava a crise de
percepção no seu mais alto círculo de poder.
O segundo acontecimento significativo foi a ameaça de
cessação de pagamentos do estado norte-americano, em Outubro de
2013. Pela segunda vez nesta década, os Estados Unidos estiveram
à beira do incumprimento com uma dívida pública federal
que nesse momento atingia os 16,7 milhões de milhões de
dólares, equivalente a 105% do seu Produto Interno Bruto do ano 2012 (em
fins de Novembro de 2013 superava os 17,2 milhões de milhões de
dólares), mas somadas todas as dívidas públicas e privadas
chega-se a algo mais de 360% do PIB. Não se verificou o incumprimento
mas sim a evidência de uma grave deterioração
político-institucional. Durante dias as cúpulas politicas
brincavam com o incumprimento, intercambiavam chicanas e golpes baixos
até chegar à data limite de 17 de Outubro tentando sacar
vantagens com uma bomba financeira que se houvesse explodido teria produzido
uma catástrofe financeira global sem precedentes e certamente afundado a
economia estado-unidense na hiper recessão. Agora todos esperam o
próximo jogo do incumprimento sem que se saiba em que pode terminar.
O pano de fundo é a deterioração financeira de uma
economia esmagada pelas dívidas cujos estalidos cada vez mais fortes
põem a descoberto uma classe política que brinca com a
cessação de pagamentos e a explosão do capitalismo global
como se estivesse disputando o resultado de uma partida de beisebol ou de
alguma eleição municipal. A tragédia é assumida com
absoluta frivolidade, a decadência anestesia as elites dirigentes.
Estes dois factos o fracasso político-militar na Síria
mais o escândalo político-institucional do incumprimento (e o
pântano económico no qual se apoia) estimulam um terceiro
fenómeno desestruturante: o esgotamento da unipolaridade imperial, a
rápida perda de poder relativo mundial dos Estados Unidos. Isso
impulsiona o avanço de potências regionais e de pelo menos duas
que aspiram um papel global destacado: a Rússia e a China. Contudo esses
movimentos não impõem a construção de um mundo
multipolar, ou seja, a repartição completa do planeta entre um
grupo reduzido de impérios. O que vem ocorrendo (e agora se acelera)
é um processo de
despolarização
(e não de
multipolarização
) onde nem uma nem três super-potências podem controlar o sistema
global. É a hierarquia imperial do capitalismo como tal, manipulada por
um amo ou vários, que percorre toda a história do sistema, que se
encontra em decadência. Isso envolve em primeiro lugar os velhos
pólos como os Estados Unidos, as grandes potências europeias
ocidentais (Alemanha, Inglaterra, França) e Japão. Mas
também as potências novas ou renovadas, pois a economia chinesa se
vem desinchando seguindo assim a rota que marcam ao seu sistema industrial
exportador os seus grandes clientes declinantes: os Estados Unidos,
Japão e a União Europeia. A economia russa estanca-se em 2013 e
as previsões para 2014 são piores, a recessão na Europa
afecta suas exportações energéticas. A Índia e o
Brasil não se encontram em melhor situação, em ambos os
casos a economia estanca-se e ameaça entrar em recessão. Todas as
grandes economias encontram-se presas pela crise, as tradicionais e as
emergentes, as aferradas ao neoliberalismo e as que praticam o capitalismo de
estado. O motor da decadência é o G7 enquanto os BRICS vão
entrando gradualmente (por agora) no processo comum.
A despolarização global surge como um fenómeno complexo,
com imagens contraditórias onde algumas potências retrocedem e
outras avançam, onde algumas aparentam recuperar-se para a seguir voltar
a declinar, outras parecem escapar da onda depressiva para mais adiante sofrer
os impactos das forças entrópicas globais. É
necessário entender os pormenores, as especificidades, mas sem perder de
vista o panorama mais amplo: a decadência sistémica global.
A despolarização não instaura uma espécie de
capitalismo global democratizado, com menos imperialismo, com mais autonomias
nacionais ou regionais articuladas expandindo suas forças produtivas. A
ilusão da
despolarização progressista
não é menos irreal que a da multipolaridade ordenada. A
realidade apresenta o sistema a marchar rumo a convulsões cada vez
maiores, rumo à generalização da desordem, a
auto-destruição ambiental, a reprodução ampliada da
economia tendendo a zero e anunciando converter-se em negativa. É o
capitalismo em vias de esgotamento que se desarticula ao despolarizar-se,
apresentando horizontes futuros de barbárie mas também de
insurgências portadoras de utopias libertadoras.
(1) Fonte: Bank for International Settlements,
www.bis.org/statistics/derstats.htm
(2) Gati Al-Jebouri, CEO Lukoil International Trading and Suply Company,
Litasco SA, "International Oil Market and Oil Trading", Haute Ecole
de Gestion, Geneva, September 19, 2008 & BP Statistical Review of World Energy,
2013
(3) BP Statistical Review of World Energy, 2013.
[*]
Economista, Professor da Universidade de Buenos Aires.
Este artigo encontra-se em
http://resistir.info/
.
|