A desdolarização:
O desmantelamento do império financeiro-militar da América
O ponto de viragem de Yekaterinburg
por Michael Hudson
A cidade de Yakaterinburg, a maior da Rússia a leste dos Urais, pode
tornar-se conhecida não só como o local da morte dos czares como
também da hegemonia americana não só como o lugar
em que o piloto Gari Powers, do U-2, foi abatido em 1960 como também o
lugar em que a ordem financeira internacional centrada nos EUA foi deitada
abaixo.
O desafio à América será o foco primário das
extensas reuniões de Yekaterinburg (antiga Sverdlovsk) nos dia 15 e 16
de Junho entre o presidente chinês Hu Jintao, o presidente russo Dmitry
Medvedev e outros responsáveis superiores dos seis países da
Organização de Cooperação de Shangai (SCO). A
aliança é formada pela Rússia, China, Cazaquistão,
Tajiquistão, Quirguistão e Uzbequistão, com estatutos de
observadores para o Irão, Índia, Paquistão e
Mongólia. A ela somar-se-á na terça-feira o Brasil, para
discussões entre os países BRIC (Brasil, Rússia,
Índia e China).
Os participantes asseguraram a diplomatas americanas que o desmantelamento do
império financeiro e militar dos EUA não é o seu
objectivo. Eles simplesmente querem discutir ajuda mútua mas de
um modo em que não haja papel para os Estados Unido, a NATO ou o
dólar americano como veículo de comércio. Os diplomatas
estado-unidenses podem bem perguntar-se o que isto realmente significa, se
não um movimento para tornar a hegemonia dos EUA obsoleta. Isto é
o que quer dizer afinal de contas um mundo multipolar. Para começar, em
2005 a SCO pediu a Washington para estabelecer um calendário para a
retirada das suas bases militares na Ásia Central. Dois anos depois os
países SCO alinharam-se formalmente com as antigas repúblicas CIS
pertencentes à Collective Security Treaty Organization (CSTO),
estabelecida em 2002 como contra-peso à NATO.
Mas a reunião provocou apenas um bocejo colectivo dos EUA e mesmo da
imprensa europeia, apesar da sua agenda de substituição do
padrão dólar global por um novo sistema financeiro e de defesa
militar. Um porta-voz do Council on Foreign Relations disse dificilmente poder
imaginar que a Rússia e a China pudessem ultrapassar as suas rivalidades
geopolíticas,
[1]
sugerindo que a América poderia utilizar a táctica do
divide-e-conquista tão habilmente utilizada pela Grã-Bretanha
durante séculos a fim de fragmentar a oposição estrangeira
ao seu próprio império. Mas George W. Bush ("Eu sou um
unificador, não um divisor") confiou no legado da
administração Clinton impulsionando a Rússia, a China e os
seus vizinhos a descobrirem um terreno comum quando chegou o momento de
encontrar uma alternativa para o dólar e portanto para a capacidade
americana de incorrer em défices de balança de pagamentos
ad infinitum.
Aquilo que pode vir a demonstrar-se como ritos finais da hegemonia americana
começou em Abril na conferência do G-20 e tornou-se ainda mais
explícito no Fórum Económico Internacional de S.
Petesburgo, quando o sr. Medvedev apelou à China, Rússia e
Índia para "construírem uma ordem mundial cada vez mais
multipolar". O que isto significa é bom inglês é:
Nós atingimos o nosso limite na subsidiação do cerco
militar da Eurásia pelos Estados Unidos enquanto permitimos
também que os EUA se apropriem das nossas exportações,
companhias, acções e imobiliário em troca de
papel-dinheiro de valor discutível.
"O sistema unipolar mantido artificialmente", esclareceu o sr.
Medvedev, está baseado sobre "um grande centro de consumo,
financiado por um défice crescente, e portanto dívidas
crescentes, uma divisa de reserva anteriormente forte e um sistema dominante de
avaliação de activos e riscos".
[2]
A raiz da crise financeira global, concluiu, é que os Estados Unidos
fabricam muito pouco e gastam demasiado. Especialmente inquietantes são
os seus gastos militares, tais como a escalada militar da ajuda americana
à Geórgia anunciada na semana passada, o escudo de mísseis
da NATO na Europa do Leste e o crescimento americano nos países ricos em
petróleo do Médio Oriente e Ásia Central.
O ponto de impasse com todos estes países é a capacidade de os
EUA imprimirem ilimitadas quantias de dólares. Os super-gastos dos
consumidores americanos com importações em excesso das
exportações, as compras americanas de companhias e
imobiliário estrangeiro, e os dólares que o Pentágono
gasta no exterior acabam todos em bancos centrais estrangeiros. Estas
agências enfrentam então uma escolha difícil: ou reciclar
este dólares de volta para os Estados Unidos através da compra de
títulos do Tesouro dos EUA, ou deixar a força do "mercado
livre" aumentar o valor relativo da sua divisa para com o dólar
com isso apreçando as suas exportações de modo a
colocá-las fora dos mercados mundiais e portanto criando desemprego
interno e insolvências de negócios.
Quando a China e outros países reciclam as suas entradas de
dólares ao comprarem títulos do Tesouro dos EUA para
"investir" nos Estados Unidos, esta acumulação
não é realmente voluntária. Ela não reflecte a
fé na economia dos EUA, no enriquecimento de bancos centrais
estrangeiros através das suas poupanças, ou qualquer
preferência de investimento calculado, mas simplesmente uma falta de
alternativas. "Mercados livres" em US-style engancham países
num sistema que os força a aceitarem dólares sem limites. Agora
eles querem sair.
Isto significa criar uma nova alternativa. Ao invés de fazer
simplesmente "mudanças cosméticas como alguns países
e talvez como as próprias organizações financeiras
internacionais desejassem", concluiu o sr. Medvedev no discurso de S.
Petesburgo, "o que precisamos são instituições
financeiras de um tipo completamente novo, em que questões
políticas e motivos, e países particulares, não
dominarão".
Quando os gastos militares no estrangeiro forçaram a balança de
pagamentos dos EUA ao défice e conduziram os Estados Unidos ao abandono
do ouro, em 1971, os bancos centrais ficaram sem o activo tradicional utilizado
para regular desequilíbrios de pagamentos. A alternativa, na falta de
outra, era investir as suas subsequentes entradas de pagamentos em
títulos do Tesouro dos EUA, como se estes ainda fossem "tão
bons quanto ouro". Os bancos centrais agora possuem US$4 milhões de
milhões
(trillion)
destes títulos nas suas reservas internacionais o enterrar
destes empréstimos financiou a maior parte dos défices do
orçamento interno do Governo dos EUA durante mais de três
décadas! Uma vez que cerca da metade dos gastos discricionários
do governo dos EUA é com operações militares
incluindo mais de 750 bases militares no estrangeiro e operações
cada vez mais dispendiosas nos países produtores de petróleo e
nas vias de acesso ao mesmo o sistema financeiro internacional
está organizado de um modo que financia o Pentágono, assim como
compras americanas de activos estrangeiros que se espera renderem muito mais do
que os títulos do Tesouro possuídos pelos bancos centrais
estrangeiros.
A principal questão política a enfrentar os bancos centrais do
mundo é portanto como evitar acrescentar ainda mais dólares
às suas reservas e portanto financiar ainda mais o gasto
deficitário dos EUA incluindo a despesa militar junto às
suas fronteiras.
Em primeiro lugar, os seis países SCO e os países BRIC pretendem
comerciar nas suas próprias divisas de modo a obterem o benefício
do crédito mútuo que os Estados Unidos até agora
monopolizaram para si próprios. Tendo em vista este objectivo, a China
selou acordos bilaterais com a Argentina e o Brasil no sentido de denominar o
seu comércio em renminbi ao invés do dólar, da libra
esterlina ou dos euros,
[3]
e duas semanas atrás a China alcançou um acordo com a
Malásia no sentido de denominar o comércio entre os dois
países em renminbi.
[4]
O antigo primeiro-ministro, Dr. Mahathir Mohamad, explicou-me em Janeiro que,
como país muçulmano, a Malásia quer evitar fazer qualquer
coisa que facilite a acção militar estado-unidense contra
países islâmicos, incluindo a Palestina. O país já
tem demasiados activos em dólares, explicaram os seus colegas. O
governador do banco central Zhou Xiaochuan, do Banco do Povo da China, redigiu
uma declaração oficial no seu sítio web de que o objectivo
agora é criar uma divisa de reserva "que seja desconectada de
países individuais".
[5]
Este é o objectivo das discussões em Yekaterinburg.
Além de evitar financiar tanto a compra da sua própria
indústria pelos EUA como o cerco estado-unidense do globo, a China, a
Rússia e outros países gostariam sem dúvida de obter a
mesma espécie de "almoço gratuito" que a América
tem estado a obter. Tal como a questão se lhes apresenta, vêm os
Estados Unidos como um país fora da lei, tanto financeiramente como
militarmente. Como caracterizar de outra maneira um país que
mantém um conjunto de leis para os outros sobre guerra, reembolso
de dívida e tratamento de prisioneiros mas ignora-as em
relação a si próprio? Os Estados Unidos são agora o
maior devedor do mundo mas tem evitado o sofrimento dos "ajustamentos
estruturais" impostos a outras economias devedoras. As
reduções de taxas de juros e fiscais em face dos défices
comerciais e orçamentais em explosão são vistas como o
cúmulo da hipocrisia considerando os programas de austeridades a que
Washington força outros países, através do FMI e outros
dos seus veículos.
Os Estados Unidos dizem às economias devedoras para liquidarem as suas
empresas públicas e os seus recursos naturais, elevarem as suas taxas de
juros e aumentarem impostos enquanto arruínam as suas redes de
segurança social a fim de espremer dinheiro para pagar aos credores. E
internamente o Congresso proibiu a CNOOK da China de comprar a Unocal com o
argumento da segurança nacional, assim como proibiu o Dubai de comprar
portos e a outros fundos de riqueza soberana de comprarem infraestruturas
chave. Os estrangeiros são convidados a emularem a compra japonesa de
troféus tipo elefantes brancos, tal como o Rockefeller Center, no qual
os investidores perderam rapidamente mil milhões de dólares e
acabaram por se afastar.
Quanto a isto, os EUA não deram realmente à China e a outros
países com excedentes de pagamentos grande alternativa excepto descobrir
um meio de evitar nova acumulação de dólares. Até
à data, as tentativas da China de diversificar os seus haveres em
dólares para além dos títulos do Tesouro não
tiveram muito êxito. Para começar, Hank Paulson da Goldman Sachs
dirigiu o seu banco central para os títulos de rendimento mais alto da
Fannie Mae e do Freddie Mac, explicando-lhes que estes eram de facto
obrigações públicas. Ambos entraram em colapso em 2008,
mas pelo menos o governo dos EUA tomou posse destas duas agências de
empréstimos hipotecários, acrescentando formalmente os seus
US$5,2 milhões de milhões em obrigações à
dívida nacional. De facto, foi em grande parte o investimento oficial
estrangeiro que estimulou o salvamento. Impor uma perda a agências
oficiais estrangeiras teria rompido de imediato o padrão do
título do Tesouro, não só por destruir totalmente a
credibilidade dos EUA como também porque há simplesmente muito
poucos títulos do governo a absorverem a inundação de
dólares na economia mundial devida à elevação dos
défices da balança de pagamentos estado-unidense.
Procurando uma posição de equilíbrio para proteger o valor
dos seus haveres em dólares quando a bolha do crédito do Federal
Reserve levou ao rebaixamento das taxas de juro, os fundos de riqueza soberana
da China procuraram diversificar a partir do fim de 2007. A China comprou
participações no bem conectado fundo de acções
Blackstone e no Morgan Stanley na Wall Street, no Standard Bank do Barclays na
África do Sul (antes filiado ao Chase Manhattan no tempo do apartheid na
década de 1960) e no conglomerado financeiro belga Fortis, que entrou
logo em colapso. Mas o sector financeiro dos EUA estava a entrar em colapso sob
o peso da sua dívida piramidal e os preços das
acções de bancos e firmas de investimento mergulharam no mundo
todo.
Os estrangeiros vêem o FMI, o Banco Mundial e a Organização
Internacional de Comércio como emanações de Washington num
sistema financeiro suportado por bases militares e porta-aviões
americanos que envolve todo o globo. Mas esta dominação militar
é um vestígio de um império americano que já
não é mais capaz de dominar pela força económica. O
poder militar estado-unidense é músculo em excesso, baseado mais
no armamento atómico e ataques aéreos a longa distância do
que sobre operações no terreno, as quais politicamente
tornaram-se demasiado impopulares para serem montadas em grande escala.
Na frente económica não há meio previsível pelo
qual os Estados Unidos possam descarregar os US$4 milhões de
milhões que devem a governos estrangeiros, os seus bancos centrais e aos
fundos de riqueza soberana estabelecidos para dar destino à
inundação global de dólares. A América tornou-se
uma caloteira e na verdade, um caloteiro militarmente agressivo pois
procura manter-se como a potência única que chegou a ser
através de meios económicos. O problema é como restringir
o seu comportamento. Yu Yongding, um antigo conselheiro do banco central
chinês agora na Academia de Ciências de China, sugeriu que o
secretário do Tesouro Tim Geithner fosse avisado de que os Estados
Unidos deveriam "salvar-se" antes e acima de tudo pela
redução do seu orçamento militar. "O imposto sobre o
rendimento dos EUA provavelmente não aumentará no curto prazo
devido ao baixo crescimento económico, a despesas inflexíveis e
ao custo de 'combater duas guerras' ".
[6]
Actualmente são as poupanças estrangeiras, não as dos
americanos, que estão a financiar o défice orçamental dos
EUA através da compra da maior parte dos títulos do Tesouro. O
efeito é tributação sem representação para
os eleitores estrangeiros pois não podem dizer ao governo dos EUA como
utilizar as suas poupanças forçadas. Portanto é
necessário aos diplomatas financeiros que ampliem o âmbito das
suas decisões políticas para além do sector do mercado
privado. As taxas de câmbio são determinadas por muito factores
além de "cartões de crédito detidos pelos
consumidores", o eufemismo habitual que os media dos EUA mencionam para o
défice da balança de pagamentos. Desde o século XIII, a
guerra tem sido um factor dominante na balança de pagamentos dos
principais países e das suas dívidas nacionais. O
financiamento de governos através de títulos faz-se sobretudo
para dívidas de guerra, pois em tempos de paz normais os
orçamentos tendem a ser equilibrados. Isto liga o orçamento de
guerra directamente à balança de pagamentos e às taxas de
câmbio.
Os países estrangeiros vêem-se presos a títulos de
dívida impagáveis sob condições em que, se
se movimentassem para travar o almoço gratuito dos EUA, o dólar
mergulharia e os seus haveres em dólares cairiam de valor em
relação às suas próprias divisas internas e outras
divisas. Se a divisa da China se elevasse em 10% contra o dólar, o seu
banco central mostrará o equivalente a uma perda de US$200
milhões nos seus haveres de US$2 milhões de milhões quando
denominados em yuan. Isto explica porque, quando agências de
classificação de títulos falam acerca da perda da
classificação AAA para os títulos do Tesouro dos EUA, elas
não querem dizer que o governo não possa simplesmente imprimir os
dólares de papel para "tornar bons" estes títulos.
Querem dizer que os dólares depreciarão no valor internacional. E
isso é exactamente o que está agora a verificar-se. Quando o sr.
Geithner fez uma cara séria e disse numa sessão na Universidade
de Pequim, no princípio de Junho, que acreditava num "dólar
forte" e que os investimentos da China nos EUA portanto era seguros e
saudáveis, a reacção foram risadas sarcásticas.
[7]
A previsão de uma elevação da taxa de câmbio da
China dá um incentivo a especuladores para procurarem tomar emprestado
em dólares a fim de comprar renminbi e beneficiarem da
valorização. Para a China, o problema é que este influxo
especulativo tornar-se-ia uma profecia auto-cumprida ao forçar a alta da
sua divisa. Assim o problema das reservas internacionais está
inerentemente ligado ao dos controles de capitais. Por que a China deveria ver
as suas companhias mais lucrativas vendidas por US dólares criados
livremente, os quais o banco central deve utilizar para comprar títulos
do Tesouro dos EUA de baixo rendimento ou perder ainda mais dinheiro na Wall
Street?
Para evitar este dilema é necessário inverter a filosofia dos
mercados de capital abertos que o mundo tem adoptado desde Bretton Woods em
1944. Por ocasião da visita do sr. Geithner à China, "Zhou
Xiaochuan, ministro do Banco Popular da China, o banco central do país,
disse enfaticamente que esta era a primeira vez desde as
conversações semestrais principiadas em 2006 que a China
precisava aprender tanto com os erros americanos como com os seus
êxitos" no que concerne à desregulamentação de
mercados de capital e desmantelamento de controles.
[8]
Uma era está portanto a chegar ao fim. Face ao contínuo super
gasto dos EUA, a desdolarização ameaça forçar
países a retornarem à espécie de taxas de câmbio
duais que eram comuns entre a I e a II Guerras Mundiais: uma taxa de
câmbio para o comércio de mercadorias e outra para movimentos de
capital e investimentos, pelo menos das economias da área do
dólar.
Mesmo sem controles de capital, os países que se reúnem em
Yekaterinburg estão a dar passos para evitar serem os receptores
relutantes de ainda mais dólares. Ao verem que a hegemonia global dos
EUA não pode continuar sem os gastos de poder que eles próprios
fornecem, os governos estão a tentar acelerar o que Chalmers Johnson
denominou de "as aflições do império" no seu
livro com o mesmo nome ("The Sorrows of Empire"). Se a China, a
Rússia e seus aliados não alinhados prosseguirem o seu caminho,
os Estados Unidos já não viverão mais das poupanças
dos outros (na forma dos seus próprios dólares reciclados) nem
terão o dinheiro para as suas despesas e aventuras militares ilimitadas.
Responsáveis americanos quiseram comparecer como observadores à
reunião de Yekaterinburg. Disseram-lhes Não. É uma palavra
que os americanos ouvirão muito no futuro.
Notas
1. Andrew Scheineson, "The Shanghai Cooperation Organization",
Council on Foreign Relations, Updated: March 24, 2009: "While some experts
say the organization has emerged as a powerful anti-U.S. bulwark in Central
Asia, others believe frictions between its two largest members, Russia and
China, effectively preclude a strong, unified SCO."
2. Kremlin.ru, June 5, 2009, in
Johnson's Russia List
, June 8, 2009, #8.
3. Jamil Anderlini e Javier Blas, "China reveals big rise in gold
reserves,"
Financial Times,
April 24, 2009. Ver também "Chinese political advisors propose
making yuan an int'l currency." Beijing, March 7, 2009 (Xinhua). "The
key to financial reform is to make the yuan an international currency, said
[Peter Kwong Ching] Woo [chairman of the Hong Kong-based Wharf (Holdings)
Limited] in a speech to the Second Session of the 11th National Committee of
the Chinese People's Political Consultative Conference (CPPCC), the country's
top political advisory body. That means using the Chinese currency to settle
international trade payments
"
4. Shai Oster, "Malaysia, China Consider Ending Trade in Dollars,"
Wall Street Journal,
June 4, 2009.
5. Jonathan Wheatley, "Brazil and China in plan to axe dollar,"
Financial Times,
May 19, 2009.
6. "Another Dollar Crisis inevitable unless U.S. starts Saving - China
central bank adviser. Global Crisis 'Inevitable' Unless U.S. Starts Saving, Yu
Says," Bloomberg News, June 1, 2009.
http://www.bloomberg.com/apps/news?pid=20601080&sid=aCV0pFcAFyZw&refer=asia
7. Kathrin Hille, "Lesson in friendship draws blushes,"
Financial Times,
June 2, 2009.
8. Steven R. Weisman, "U.S. Tells China Subprime Woes Are No Reason to
Keep Markets Closed,"
The New York Times,
June 18, 2008.
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