O impulso secreto para a II Guerra Mundial:
A responsabilidade do Ocidente
por Olga Chetverikova
Desviar energias intelectuais para discussões ociosas nas quais os
russos têm de adoptar uma posição defensiva e desmentir
alegações sem fundamento é a técnica empregada
tradicionalmente pelo Ocidente na sua guerra de informação contra
a Rússia. A finalidade da resolução aprovada recentemente
pela Assembleia Parlamentar da
OSCE
(Organization for Security and Co-operation in Europe), a qual pôs como
equivalentes os papéis da União
Soviética e da Alemanha nazi no desencadeamento da II Guerra Mundial
não se limitava a uma tentativa de sacar dinheiro da Rússia para
manter à tona umas tantas economias em bancarrota. O objectivo chave
é demonizar a Rússia como a sucessora histórica da URSS e
criar uma estrutura legal para deslegitimar a sua oposição
à revisão das disposições globais que resultaram da
II Guerra Mundial (não surpreendentemente, a reclamação do
parlamento japonês às Ilhas Curilas do Sul foi sincronizada com a
resolução acima). Na véspera do aniversário do
início da guerra o Ocidente lançou uma vasta campanha destinada a
formular "um conceito comum da história da Europa", sendo a
agenda por trás disso responsabilizar legalmente o regime comunista por
crimes contra a humanidade a par com o dos nazis.
Falando da responsabilidade histórica, é a Rússia como o
país que sofreu mais do que qualquer outro com o desastre militar
pan-europeu no século XX que deveria tomar o papel de liderança
na identificação e condenação dos perpetradores
reais do massacre.
A pergunta número um no contexto é: que forças tornaram
possível aos fascistas alemães ascenderem ao poder e
orientá-los quando a espécie humana estava a deslizar para a pior
catástrofe do século XX?
Um exame da história da Alemanha anterior à guerra mostra
claramente que a sua política era controlada com a ajuda de crises
financeiras preparadas afins àquelas que o mundo está agora a
enfrentar.
Naquela época distante e no presente as crises foram organizadas pelos
clãs financeiros anglo-saxónicos abrangendo a elite banqueira
global. Portanto,
quando são feitas sugestões bastante razoáveis para
declarar 30 de Setembro a data da assinatura do Acordo de Munique
como dia de homenagem às vítimas do liberalismo e do nazismo,
deveria ser recordado que aquele acordo infame foi apenas um numa cadeia de
eventos planeados pela elite financeira anglo-americana cuja estratégia
estava centrada em organizar um conflito armado entre a URSS e a Alemanha.
A história do Ocidente anterior à guerra abunda com datas que
poderiam tornar-se dias de homenagem às vítimas da aliança
entre banqueiros e nazis. Por exemplo: uma destas datas trágicas foi
quando o Vaticano e a Alemanha assinaram uma concordata que deixava os
católicos romanos totalmente submetido ao regime nazi.
O papel chave na definição da estratégia do Ocidente no
pós-guerra foi desempenhado pelas principais instituições
financeiras da Grã-Bretanha e dos EUA o Banco da Inglaterra e o
Federal Reserve System e as organizações financeiras e
industriais que estavam estreitamente com elas relacionadas. Elas procuraram
controle absoluto sobre o sistema financeiro alemão a fim de dominar a
política central europeia. As fases da implementação da
estratégia foram:
-
1919-1924 Criação das condições para
influxos financeiros estado-unidenses maciços na economia alemã.
-
1924-1929 Estabelecimento de controle sobre o sistema financeiro
alemão e o apoio financeiro ao movimento nacional socialista.
-
1929-1933 Período em que foi provocada uma profunda crise
económica na Alemanha e aos nazis foi dada a oportunidade de tomarem o
poder.
-
1933-1939 A cooperação financeira com o regime nazi e o
apoio à sua política internacional expansionista, o que
significava preparar e desencadear a nova Guerra Mundial.
Durante a primeira fase, a expansão financeira dos EUA sobre a Europa
foi tornada possível principalmente pelo endividamento do tempo da
guerra e o problema estreitamente relacionado das reparações
alemãs. Além de formalmente ficarem envolvidos na I Guerra
Mundial, os EUA proporcionaram US$8,8 mil milhões em empréstimos
aos seus aliados. A maior parte do dinheiro foi para a Grã-Bretanha e a
França. Quando no endividamento geral do tempo da guerra se incluem os
empréstimos proporcionados pelos EUA em 1919-1921, ele totaliza mais de
US$11 mil milhões
[1]
. Por sua vez, os países que receberam os créditos tentavam
resolver os seus problemas às expensas da Alemanha sobre a qual
impuseram enormes reparações a serem pagas em termos extremamente
pesados. A saída de fluxos financeiros e a inevitável
evasão fiscal dentro da Alemanha sob estas condições
deixaram-na com um défice orçamental de tais
proporções que só podiam ser compensados pela desmedida
impressão de dinheiro a qual disparou um colapso da divisa alemã.
Em 1923 a inflação na Alemanha atingiu os 578,513% e US$1 valia
4,2 milhões de milhões de marcos. Os industriais alemães
começaram a ignorar abertamente as exigências de
reparação, sendo o resultado a crise de Janeiro de 1923 durante a
qual o Ruhr foi ocupado pela França e pela Bélgica.
Isto foi exactamente a situação que os círculos dirigentes
anglo-americanos aguardavam, pois quando a França envolveu-se e
demonstrou incapacidade total apresentou-se-lhes a oportunidade de
assumir o comando. O secretário de Estado dos EUA, C.E. Hughes, disse
que os EUA estavam à espera de a Europa ficar pronta para aceitar a
oferta estado-unidense.
[2]
Os contornos do novo projecto foram traçados no J.P. Morgan and Co. a
pedido do governador do Banco da Inglaterra,
Montagu Norman
. Era baseado na ideias do representante do Dresdner Bank, Hjalmar Schacht, as
quais havia formulado em Março de 1922 para John Foster Dulles, o qual
fora um conselheiro legal do presidente Woodrow Wilson na Conferência de
Paz de Paris e subsequentemente o secretário de Estado dos EUA sob D.
Einsenhower. Dulles passou o documento de Schacht ao principal emissário
da J.P. Mongan and Co. e depois disso a J.P. Morgan recomendou J. Schacht a M.
Norman e ele aos líderes da República de Weimar. Em Dezembro de
1923 J. Schacht foi nomeado presidente do Reichsbank e foi providencial para
juntar os círculos financeiros anglo-americanos e alemão.
[3]
No Verão de 1924 o projecto que se tornou conhecido como
Plano Dawes
(de acordo com o nome do presidente do grupo de peritos que o redigiu, um
banqueiro
estado-unidense que dirigia um dos bancos do grupo Morgan) foi adoptado na
Conferência de Londres. Ele previa reduzir as reparações
à metade e especificava de que fontes o dinheiro para pagá-las
deveria ser retirado. Numa perspectiva mais ampla, a prioridade era criar um
ambiente hospitaleiro aos investimentos estado-unidenses, sendo a
estabilização do marco alemão um pré requisito. Um
grande crédito US$200 milhões (800 milhões de
marcos) foi concedido à Alemanha, metade da quantia vindo do J.P.
Morgan. No processo, os bancos anglo-americanos ganharam controle não
só sobre a transferência de pagamentos da Alemanha como
também sobre o orçamento do país, a
circulação monetária e numa grande medida sobre o seu
sistema bancário. Em Agosto de 1924 a Alemanha emitia uma nova divisa, a
sua situação financeira tornava-se relativamente estável
e, como escreveu G. Preparata, a República de Weimar estava pronta para
a mais espectacular assistência económica da história
à qual seguir-se-ia a pior tragédia mundial o sangue
americano fluía dentro das veias financeiras da Alemanha.
[4]
As consequências seguiram-se imediatamente.
Primeiro, emergiu o chamado círculo absurdo de Weimar porque as
reparações anuais foram gastas pelos aliados dos EUA para
reembolsarem as suas dívidas. O ouro que a Alemanha entregava como
reparações era vendido e aterrava nos EUA, de onde retornava como
ajuda à Alemanha de acordo com o plano. Então a Alemanha
passava-o outra vez para a Grã-Bretanha e a França, e ambos
usavam-no para reembolsar as suas dívidas do tempo da guerra aos EUA. Os
EUA ganhavam juros sobre o ouro e enviavam-no de volta para a Alemanha.
Em resultado, todos na Alemanha sobreviviam a crédito e era claro que se
a Wall Street retirasse os créditos seguir-se-ia a completa bancarrota
do país.
Sob tal cenário os bancos dos EUA não teriam sofrido danos uma
vez que vendiam os títulos que obtinham em retorno dos créditos a
cidadãos dos EUA.
Segundo, embora formalmente os créditos fossem concedidos para facilitar
pagamentos, na realidade a Alemanha estava a reconstruir o seu potencial
militar-industrial.
Estava a pagar os créditos com acções de companhias
alemãs e no todo o processo traduzia-se na integração
activa dos capital estado-unidense na economia alemã.
Um total de aproximadamente 63 mil milhões de marcos ouros foram
injectados na economia alemã em 1924-1929 (30 mil milhões dos
quais na forma de empréstimos), enquanto as reparações
montavam a apenas 10 mil milhões
[5]
. Uns 70% dos recursos financeiros vieram de bancos dos EUA, principalmente do
J.P. Morgan.
Já em 1929 a indústria da Alemanha evoluía para a segunda
maior do mundo, sendo em grande medida controlada pelos principais grupos
estado-unidenses.
A IG Farben, por exemplo, que foi o fornecedor número um do
exército alemão e também cobriu 45% do custo da
campanha eleitoral de A. Hitler em 1930 estava sob o controle da
Standard Oil de Rockefeller. Os Morgans controlavam os grandes das
indústrias electro-técnicas e de rádio alemãs
AEG e Siemens via General Electric (a GE detinha 30% da AEG em
1933) e 40% da rede telefónica alemã via ITT Corporation,
que também possuía 30% do fabricante de aviões Focke-Wulf.
A General Motors, a qual pertencia à família Dupont, ganhou o
controle da Opel. Henry Ford possuía 100% das acções da
Volkswagen. O segundo maior monopólio industrial da Alemanha, a
Vereinigte Stahlwerke possuída por Thyssen, Flick, Wolff, Vogler e
outros, foi criado em 1926 com a ajuda da Dillon, Read & Co. de Rockfeller.
[6]
A cooperação estado-unidense com o complexo militar-industrial
alemão era tão vasta e intensa que em 1933 os bancos dos EUA
controlavam os principais sectores da indústria alemã e bancos
como o Deutsche Bank, Dresdner Bank, etc. Os concederam mais de 150
empréstimos a longo prazo durante sete anos para atingirem o objectivo e
o Plano Dawes é muitas vezes mencionado como o primeiro plano quinquenal
da Alemanha anterior à guerra.
Como um processo paralelo os mesmo actores promoveram a força
política que deveria desempenhar o papel chave na
realização dos planos anglo-americanos. Ao partido nazi e
pessoalmente a Adolf Hitler foram dados generosos apoios financeiros.
Constituído em 1919, o partido nazi entrou na fase de crescimento
só na Primavera de 1922 quando o seu líder começou a
receber financiamento substancial. O antigo primeiro-ministro
Heirich Brüning
afirmou por escrito que a partir de 1923 recebeu grandes somas de dinheiro do
exterior. A sua fonte era obscura mas sabia-se que elas chegavam através
de bancos da Suíça e da Suécia. Também se sabe que
em 1922 teve uma reunião como o adido militar dos EUA na Alemanha,
capitão Truman Smith, o qual apresentou a Washington um relato
pormenorizado da mesma com uma avaliação positiva de Hitler. Foi
Smith que apresentou ao círculo de Hitler o licenciado por Harvard
Ernst Franz Sedgwick Hanfstaengl (Putzi)
, um indivíduo que teve séria influência sobre Hitler nos
anos de formação da sua carreira política,
proporcionando-lhe apoio financeiro substancial e conectando-o a
políticos britânicos de alto escalão.
[7]
Hanfstaengl deixou a Alemanha em 1937 e serviu como conselheiro de Roosevelt
durante a II Guerra Mundial.
Hitler foi condicionado para actuar em altos escalões políticos,
mas o seu partido estava destinado a permanecer periférico enquanto a
prosperidade da Alemanha continuasse. A perspectiva para ele mudou subitamente
quando irrompeu a crise.
A terceira fase da estratégia dos círculos financeiros
anglo-americano começou a materializar-se no fim de 1929, a seguir ao
crash do mercado de acções dos EUA provocado pelo Federal
Reserve. É indicado dos planos de grande alcance que já em 1928 a
Wall Street começasse a cancelar créditos para a Alemanha.
Após o colapso financeiro nos EUA, o Banco da Inglaterra, o Federal
Reserve e o J.P. Morgan decidiram cortar créditos à Alemanha e
portanto dispararam uma crise bancária e uma depressão
económica na Europa Central. Em Setembro de 1931 a Grã-Bretanha
abandonou o padrão ouro, assim destruindo deliberadamente o sistema de
pagamentos internacional e, entre outras coisas, sufocando financeiramente a
República de Weimar. Mesmo um prolongamento mínimo de
créditos proporcionados moderadamente podia impedir a crise
[8]
mas Hjalmar Schacht inesperadamente optou por demitir-se, e o novo presidente
do Reichsbank, Hans Luther, nomeado a pedido de Montagu Norman e do
responsável executivo chefe do Federal Reserve,
George Harrison
, obedientemente absteve-se de quaisquer tentativas de impedir o colapso dos
principais bancos alemães.
Ao mesmo tempo, o Partido Nacional Socialista Alemão experimentou uma
espécie de milagre financeiro. Tendo recebido donativos maciços
da Thyssen, IG Farben e Kirdorf teve 6,4 milhões de votos em Setembro de
1930 e tornou-se o partido número dois no Reichstag. Após o
êxito eleitoral ele começou a receber generosas entradas
financeiras do exterior.
Hjalmar Schacht
actuava como a ligação entre industriais alemães e centros
financeiros estrangeiros.
Em Outubro de 1931 A. Rosenberg visitou Londres e encontrou-se com os
principais banqueiros e homens de negócios britânicos, incluindo
Montagu Norman, o presidente da Royal Dutch-Shell
Henri Deterding
que deu a Hitler 10 milhões de marcos antes de 1933, e Frank Tyarks
presidente do Schroder Bank filiado ao J. Henry Schroder Bank AG de Nova York e
o Stein Bank com sede em Colónia possuído pelo barão Kurt
von Schroder. O Schroder Bank ocupava uma posição extremamente
influente na rede bancária global e era membro do círculos
estreito de bancos de Londres que tinham influência reconhecida sobre a
administração do Banco da Inglaterra. Tyarks era o confidente de
Schroder no Banco da Inglaterra em 1918-1945. Schroder também mantinha
relações estreitas com Morgan e Rockefeller e seus interesses
eram representados oficialmente na Wall Street por Sullivan e Cromwell, uma
firma legal que empregava John Foster e Allen Dulles (o último
participava no conselho de directores do banco de Schroder).
As conexões eram de importância crucial para os nazis desde quando
depois de 1931 o barão von Schroder e Schacht pediram aos
industriais e magnatas financeiros da Alemanha para apoiar os nazis e a
primeira pergunta que eles lhes fizeram era como a comunidade financeira
internacional e Montagu Norman em particular viam a perspectiva de um governo
alemão liderado por Hitler e se eles estariam prontos a conceder
créditos. A resposta foi positiva e
em 4 de Janeiro de 1932 Hitler encontrou-se com Papen na villa de Kurt von
Schroder e fizeram um acordo secreto para o apoio do Partido Nacional
Socialista Alemão, o qual na altura estava sobrecarregado com enormes
dívidas. Os irmãos Dulles também estavam presente, o que
é um facto que os seus biógrafos preferem não mencionar
[9]
. Outra reunião entre Hitler, Schroder, Papen e Kepler, durante a qual o
programa de Hitler foi plenamente aprovado, teve lugar em 14 de Janeiro de
1933. A decisão de transferir o poder para os nazis foi tomada durante
esta reunião e em 30 de Janeiro Hitler tornou-se o chanceler do Reich.
Estes desenvolvimentos abriram a quarta fase da implementação da
estratégia.
Os círculos dirigentes anglo-americanos encaravam o novo governo
alemão bastante favoravelmente. Quando Hitler se recusou a pagar
reparações, pondo em risco o esquema da Grã-Bretanha e da
França de reembolso das suas dívidas de guerra, nenhum dos dois
países reagiu com quaisquer reclamações. Além
disso, os EUA concederam um total de US$1 mil milhões em novos
créditos à Alemanha em Maio de 1933 a seguir à visita aos
EUA de Schacht, que foi reintegrado como presidente do Reichsbank, onde manteve
reuniões com o presidente dos Estados Unidos e os principais banqueiros
da Wall Street. Schacht também visitou Londres em Junho, encontrou-se
com Norman e conseguiu obter um empréstimo de US$2 mil milhões da
Grã-Bretanha bem como uma renúncia a velhas dívidas.
Portanto os nazis alcançaram o que governos alemães anteriores
não podiam sequer sonhar.
Quando um grupo de grandes banqueiros encontrou-se com Norman para discutir a
situação política na Europa no princípio de 1934, a
Alemanha foi avaliada como força estabilizadora. Norman visitou Berlim
em Maio do mesmo ano para efectuar um acordo sobre o apoio financeiro secreto
ao novo regime. No Verão de 1934 a Grã-Bretanha assinou o acordo
de transferência britânico-germânico o qual tornou-se um dos
fundamentos da política britânica nas relações com o
Terceiro Reich e
no fim da década de 1930 a Alemanha tornara-se o principal parceiro
comercial da Grã-Bretanha.
Ao mesmo tempo, a Grã-Bretanha restaurou em 1931 a moratória
sobre o reembolso de dívidas relativas ao Plano Dawes e de todas as
dívidas da Alemanha a bancos britânicos. Além disso,
Montagu Norman avançou um novo empréstimo de 4 milhões de
libras aos nazis a fim de injectar liquidez adicional à economia
alemã. Companhias privadas alemãs, tais como a IG Farben,
também puderam tomar dinheiro emprestado na Grã-Bretanha enquanto
o Banco da Inglaterra advertia os seus empregados de que o assunto era
estritamente confidencial.
[10]
O Schroder Bank serviu como o principal agente da Alemanha na
Grã-Bretanha e em 1936 a sua divisão de Nova York fundiu-se com o
império Rockefeller para formar o banco de investimento Schroder
Rockefeller and Co. o qual
The Times
descreveu como o propagandista económico do eixo Berlim-Roma.
Finalmente, em 1939, a Alemanha reembolsou apenas 10% do seu endividamento de
1932, mas os círculos financeiros internacionais continuaram a ser
gentis com os nazis. Hitler disse que o seu plano de quatro anos era baseado em
créditos externos e ele nunca teve quaisquer preocupações
de que se levantassem problemas quanto a isto.
Sob o regime nazi, o dinheiro estrangeiro na Alemanha aumentou principalmente
na base de investimentos directos. Em Agosto de 1934 a Standard Oil comprou 730
mil acres [295.422 hectares] de terra na Alemanha para construir refinarias, as
quais abasteciam os nazis com combustível. Aproximadamente ao mesmo
tempo, equipamentos avançados dos EUA no valor de US$1 mil
milhões foram entregues secretamente a fábricas de aviões
alemãs. A Pratt and Whitney, a Douglas e a Bendix Aviation forneceram
à Alemanha um grande número de patentes militares e os Junkers 87
alemães eram fabricados utilizando tecnologias importadas dos EUA. Em
1941 os investimentos estado-unidenses na Alemanha atingiam US$475
milhões. A Standard Oil investiu US$120 milhões, a General Motors
US$35 milhões, a ITT US$30 milhões e a Ford US$17,5 milhões
[11]
.
O
Bank for International Settlements
, criado em 1930 no âmbito do
Plano Young
para regular a extracção e distribuição das
reparações alemãs, desempenhou um papel particular na
manutenção das ligações entre os círculos
financeiros dos EUA e da Alemanha. Inicialmente estabelecido para controlar a
transferência de divisas estrangeiras da Alemanha para o exterior,
assumiu uma missão oposta e começou a actuar como canal para
despejar dinheiro dos EUA e da Grã-Bretanh nas reservas nazis. No
princípio da II Guerra Mundial o Bank for International Settlements
estava sob o controle total de Hitler apesar de ser dirigido por Thomas
McKittrick, um americano. O novo objectivo foi inventado pelo mesmo Hjalmar
Schacht, que almejava criar
uma instituição capaz de manter os banqueiros do mundo conectados
no caso de um conflito militar global. Para este objectivo, os estatutos do
Bank for International Settlements garantiam que ele permaneceria intacto
não sujeito a confisco, liquidação ou controle
sob quaisquer circunstâncias.
A estreita cooperação financeira e económica entre os
anglo-americanos e os círculos de negócios nazis foi o pano de
fundo das políticas de apaziguamento e do Acordo de Munique. Nos dias de
hoje, quando a elite financeira global está a implementar o seu plano de
Grande Depressão-2 como um prólogo para a
instituição da "nova ordem mundial", é uma
tarefa urgente revelar o papel chave que a mesma desempenhou na
organização dos crimes do passado contra a humanidade.
24/Julho/2009
Notas
1. A.A. Gromyko. Foreign Expansion of Capital. History and Modernity. Moscow,
Mysl Publishers, 1982. P. 84
2 Ver: History of Diplomacy. Moscow. Political Literature Publishers, 1965. V.
3, P. 357
3 G. Preparata, "Conjuring Hitler: How Britain and America Made the Third
Reich"
4 Ibid. P. 34
5 History of Diplomacy, P. 502.
6 Ver: C.Sutton A. Wall Street and the Rise of Hitler. Arlington House
Publishers, New Rochelle, New York. 1976,
http://www.reformation.org/wall-st-hitler.html
. R. Epperson. The Invisible Hand. Viewing History as Conspiracy. Kyiv, 2003
7 Ver; Sutton, Opt. Cit. Starikov. Who Made Hitler Attack Stalin. St.
Petersburg, Piter Publishers, 2008. P. 78-80
8 F. Engdal. Century of War -Anglo-American Oil Politics and the New World
Order. Pluto Press, 2004
9 Mullins E. Secrets of the Federal Reserve. Published by the Federal Reserve
Bank of Boston in its seventh printing, 1982,
http://www.apfn.org/apfn/reserve.htm
10 Preparata, Ibid. Nenhuma evidência referente ao assunto pôde ser
encontrada nos arquivos do banco.
11 Ch. Higham's Trading With the Enemy: An Expose of the Nazi-American Money
Plot, 1933-1949. Escrito com base em materiais desclassificados em 1978-1980,
proporciona o quadro mais completo da cooperação financeira,
económica e política entre os EUA e os negócios
alemães na época antes e durante a guerra.
O original encontra-se em
http://en.fondsk.ru/article.php?id=2320
Este artigo encontra-se em
http://resistir.info/
.
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