Novos aumentos no preço dos combustíveis
- Preços em Portugal já são superiores aos preços
médios da UE
|
|
|
|||
|
|
|||
|
|
|
|
|
Alemanha | 0,714 | 1,410 | 0,686 | 1,596 |
Áustria | 0,690 | 1,353 | 0,651 | 1,412 |
Bélgica | 0,733 | 1,404 | 0,718 | 1,611 |
Bulgária | 0,685 | 1,209 | 0,646 | 1,211 |
Chipre | 0,792 | 1,325 | 0,737 | 1,295 |
Dinamarca | 0,729 | 1,409 | 0,734 | 1,646 |
Eslovénia | 0,707 | 1,303 | 0,680 | 1,421 |
Espanha | 0,737 | 1,297 | 0,704 | 1,371 |
Estónia | 0,686 | 1,295 | 0,686 | 1,331 |
Finlândia | 0,762 | 1,507 | 0,713 | 1,644 |
França | 0,688 | 1,348 | 0,671 | 1,535 |
Grécia | 0,803 | 1,511 | 0,703 | 1,706 |
Holanda | 0,728 | 1,386 | 0,706 | 1,717 |
Hungria | 0,761 | 1,455 | 0,719 | 1,444 |
Irlanda | 0,795 | 1,591 | 0,758 | 1,679 |
Itália | 0,758 | 1,654 | 0,734 | 1,758 |
Letónia | 0,720 | 1,306 | 0,692 | 1,373 |
Lituânia | 0,765 | 1,292 | 0,705 | 1,379 |
Luxemburgo | 0,718 | 1,205 | 0,715 | 1,354 |
Malta | 0,804 | 1,400 | 0,802 | 1,500 |
Polónia | 0,733 | 1,315 | 0,705 | 1,343 |
Portugal | 0,775 | 1,405 | 0,727 | 1,613 |
Reino Unido | 0,714 | 1,719 | 0,654 | 1,647 |
República Checa | 0,735 | 1,395 | 0,682 | 1,420 |
Rep. Eslovaca | 0,771 | 1,413 | 0,715 | 1,543 |
Roménia | 0,740 | 1,295 | 0,674 | 1,264 |
Suécia | 0,747 | 1,591 | 0,684 | 1,650 |
União Europeia | 0,727 | 1,438 | 0,692 | 1,585 |
Preço em Portugal
/ Preço na UE |
+6,6% | -2,3% | +5,0% | +1,8% |
Em Junho de 2012, que é o último mês cujos dados foram
divulgados pela Direcção Geral de Energia do Ministério da
Economia, o
preço sem impostos
, que é aquele que reverte na sua totalidade para as empresas, do
gasóleo em Portugal era superior ao preço médio praticado
na União Europeia em +6,6%, e o da gasolina era superior em +5%; mas
o preço com impostos
do gasóleo em Portugal era já inferior em -2,5% ao preço
médio praticado na União Europeia, e o da gasolina era superior
em apenas 1,8%, ou seja, quase três vezes menos que a diferença do
preço sem impostos.
Fica assim claro que a diferença de preços médios dos
combustíveis entre Portugal e a União Europeia se deve aos
preços que revertem na totalidade para as empresas (os preços sem
impostos), e não aos impostos como estes grupos económicos e os
seus defensores nos media afirmam e pretendem fazer crer
. È esta diferença para mais em Portugal que tem permitido
às petrolíferas arrecadar elevados sobrelucros. Nos 27
países da UE, em 23 o preço do gasóleo e da gasolina
é inferior ao de Portugal. Até na Alemanha, na França e na
Suécia, países em que os rendimentos da população e
os salários são muito mais elevados do que os dos portugueses, os
preços da gasolina e gasóleo sem impostos, são inferiores
aos pagos pelos portugueses. Apesar desta situação ser fortemente
lesiva para os consumidores portugueses, nem o governo, nem a
"troika", que falam com insistência em moderação
dos salários e na necessidade de baixar os custos do trabalho, nem a
Autoridade da Concorrência dizem qualquer palavra, mantendo um
silêncio comprometedor e conivente, mostrando que interesses defendem.
AS PETROLIFERRAS AUMENTAM SEMANALMENTE OS PREÇOS DOS COMBUSTIVEIS PARA
OBTER SOBRE LUCROS. OS LUCROS DA GALP SUBIRAM 56,7% NO 1º SEMESTRE DE 2012
Contrariamente ao que afirmam os principais media, nomeadamente a TV, que
veiculam, sem qualquer analise objectiva e sem contraditório, apenas as
justificações dos grupos económicos dominantes neste
sector, as petrolíferas estão aumentar praticamente todas as
semanas os preços dos combustíveis com o objectivo de manter, e
se possível aumentar, os lucros extraordinários (sobrelucros) que
obtêm por vender os combustíveis em Portugal sistematicamente a um
preço superior ao preço médio praticado na União
Europeia. É isso que prova os dados divulgados mensalmente pela
Direcção Geral de Energia do Ministério da Economia, com
base nos quais se obtiveram os do quadro 2.
Quadro 2- Diferença percentual dos preços dos combustíveis
entre Portugal e a União Europeia nos primeiros seis meses de 2012 que
permitiu às petrolíferas obter sobrelucros
|
|
|
||||
|
|
|
|
|
|
|
Jan-12 | PT/UE | +5,0% | 2,3% | PT/UE | +6,3% | -1,7% |
Fev-12 | PT/UE. | +4,7% | 2,1% | PT/UE | +4,7% | -2,8% |
Mar-12 | PT/UE | +5,0% | 2,3% | PT/UE | +4,5% | -2,7% |
Abr-12 | PT/UE | +4,6% | 2,1% | PT/UE | +4,2% | -3,1% |
Mai-12 | PT/UE | +3,7% | 1,3% | PT/UE | +5,4% | -2,6% |
Jun-12 | PT/UE | +5,0% | 1,8% | PT/UE | +6,7% | -2,3% |
Em todos os meses de 2012 (Jan/Jun), os
preços sem impostos
do gasolina e do gasóleo em Portugal foram sempre superiores aos
preços médios da União Europeia: da gasolina entre +3,7% e
+5%; e o do gasóleo entre +4,2% e + 6,3%. Mas já nos
preços com impostos
a diferença é menor no caso da gasolina (entre +1,8% e +2,3%),
ou então no caso do gasóleo o preço em Portugal tem sido
mesmo inferior ao preço médio praticado na UE (entre -1,7% e
-3,1%). A
diferença para mais dos preços sem impostos
em Portugal, que nem as petrolíferas, nem o governo, nem a
"troika", nem a Autoridade da Concorrência alguma vez
esclareceram e tentaram por cobro (e a desculpa do preço do
petróleo não colhe porque a quase a totalidade dos países
da União da Europeia têm também, como Portugal, de importar
o petróleo que consomem), deu as petrolíferas em Portugal,
só no 1º semestre de 2012, um lucro extraordinário
injustificado (sobrelucro) que estimamos, pelo menos, em 126,5 milhões
pagos pelos consumidores portugueses. A gravidade desta
situação ainda se torna mais clara e chocante, quando analisamos
o aumento escandaloso em plena crise dos lucros da GALP, que é o grupo
económico dominante neste mercado. Como consta dos "
Resultados 1º semestre de 2012
" divulgados pela GALP, "
No primeiro semestre de 2012, o resultado líquido RCA foi de 178
milhões , mais 64 milhões do que no primeiro
semestre de 2011
", o que corresponde a
um aumento de +56,7% .
Existe ainda um outro aspecto na formação dos preços dos
combustíveis, cujos efeitos quer o governo quer a Autoridade da
Concorrência também nunca esclareceram. A GALP tem stocks de
petróleo suficientes para a produção de três meses,
por isso, contrariamente à ideia que os media têm procurado fazer
passar junto da opinião, o combustível vendido em cada semana
não foi produzido com o petróleo adquirido nessa semana. A GALP
participa também na extracção de petróleo em Angola
e no Brasil e, para além disso, tem contratos com fornecedores a
médio prazo que garante um mínimo de estabilidade nos
preços do petróleo que adquire. Tudo isto é
sistematicamente esquecido nas justificações apresentadas pela
empresa que os media transmitem sem qualquer investigação e sem
contraditório contribuindo assim, objectivamente, para o engano e
manipulação da opinião pública pelos grupos
económicos que dominam este mercado.