Taxa de desemprego em Portugal atinge 23,7%
Mas Passos Coelho diz que isso é normal
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População Activa - Mil | 5.568,0 | 5.543,4 | 5.506,5 | 5.481,7 | 5.515,2 | 5.527,2 |
DESEMPREGO OFICIAL - Mil | 675,0 | 689,6 | 771,0 | 819,3 | 826,9 | 870,9 |
TAXA DE DESEMPREGO OFICIAL | 12,1% | 12,4% | 14,0% | 14,9% | 15,0% | 15,8% |
Inativos disponíveis mas que não procuram emprego - Mil | 147,7 | 193,4 | 203,1 | 202,1 | 217,4 | 249,2 |
Subemprego de trabalhadores a tempo parcial - Mil | 211,4 | 210,2 | 238,0 | 255,8 | 261,0 | 247,3 |
DESEMPREGO REAL - Mil | 1.034,1 | 1.093,2 | 1.212,1 | 1.277,2 | 1.305,3 | 1.367,4 |
TAXA DE DESEMPREGO REAL | 18,1% | 19,1% | 21,2% | 22,5% | 22,8% | 23,7% |
Desempregados a receber subsidio de desemprego - Mil | 285,7 | 296,3 | 316,1 | 360,7 | 356,5 | 370,1 (*) |
TAXA DE COBERTURA DO SUBSIDIO DE DESEMPREGO | ||||||
Percentagem do desemprego oficial | 42,3% | 43,0% | 41,0% | 44,0% | 43,1% | 42,5% |
Percentagem do desemprego real | 27,6% | 27,1% | 26,1% | 28,2% | 27,3% | 27,1% |
No 3º Trimestre de 2012, o desemprego oficial atingiu 15,8% (870.900
desempregados), mas o desemprego real, que inclui também os
desempregados que não constam das estatísticas oficiais de
desemprego ou por não procurarem emprego ou por qualquer outra
razão, atingiu 23,7% (1.367.400 desempregados). Desde o 1º
Trimestre de 2011, ou seja, desde que este governo tomou posse e a
"troika" entrou em Portugal (2ºT2011-3ºT2012), o
número oficial de desempregados aumentou em 195.900, mas o desemprego
real subiu em 333.300. No entanto, o numero de desempregados que recebem
subsídio de desemprego aumentou apenas em 84,4 mil, sendo o total, no
fim de Agosto de 2012, somente 370,1 mil (42,5%dos desempregados oficiais e
27,1% do desemprego real). Portanto, no 3º Trim.-2012, dos 1.376.400
desempregados que existiam no país segundo os dados do INE, quase um
milhão de portugueses (997,3 mil) desempregados não tinham
direito a subsídio de desemprego sendo empurrados para a miséria.
Num ano de governo PSD/CDS e de "troika" (3ºTrim.2011 -
3ºTrim.2012), o número de postos de trabalho destruídos
atingiu 197,4 mil (o emprego diminuiu de 4.853,7 mil para 4.656, 3 mil), tendo
o número de desempregados com um nível de escolaridade até
ao básico crescido em 15,6%, mas os com ensino secundário
aumentaram em +46,4%, e os com o ensino superior em +45,8%. No fim do 3º
Trim.-2012, 50,9% dos desempregados estavam no desemprego há mais de um
ano, portanto eram desempregados de longa duração em que o risco
de exclusão social aumenta com a duração do desemprego. E
tudo isto é normal, assim como uma taxa de desemprego real de 23,7%,
segundo Passos Coelho porque está de acordo com as previsões do
governo. É preciso não ter vergonha para dizer isso publicamente.
Será que Passos Coelho pensará que assim ficará desculpado
pela destruição do país e da vida dos portugueses que
está a causar a cegueira do seu governo e a sua submissão
à sra. Merkel que, na sua curta estadia em Portugal, ignorando a
destruição do país e dos portugueses, ainda teve a
desfaçatez de afirmar que a aplicação do programa da
"troika" em Portugal estava a ser um êxito, que não se
devia mudar nada, e o importante era continuar no mesmo caminho (de
destruição, acrescentamos nós).
ATÉ SETEMBRO DE 2012 NÃO FORAM UTILIZADOS 6.480,5 MILHÕES
DE FUNDOS COMUNITÁRIOS QUE ESTAVAM ORÇAMENTADOS APESAR DA
QUEBRA BRUTAL DO INVESTIMENTO
Apesar do desemprego ter disparado devido à destruição da
economia e à falta de investimento (em 3 anos diminui 41%), mesmo assim
não foram utilizados 6.480,5 milhões de fundos
comunitários que estavam orçamentados para o período
Jan.2007/Set.2012.
O quadro 2 mostra os fundos comunitários que estavam orçamentados
e disponíveis até 30 de Setembro de 2012 e o que foi utilizado, e
também o que não foi utilizado.
Quadro 2 Fundos comunitários utilizados até 30/9/2012, e
fundos que podiam ser utilizados até à mesma data mas que
não foram
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(Período total de execução do QREN) |
(Fundos Comunitários que podiam ter sido utilizados até 30/9/2012) |
(Despesa validada até 30/9/2012) |
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POT Factores Competitividade (FEDER+FC) | 3.103,8 | 2.518,4 | 1.377,7 | 54,71% | 1.140,68 | 44,4% |
POT Potencial Humano (FSE) | 6.453,0 | 4.977,6 | 3.931,2 | 78,98% | 1.046,34 | 60,9% |
POT Valorização Território (FEDER+FC) | 4.342,5 | 3.613,1 | 1.933,3 | 53,51% | 1.679,81 | 44,5% |
POR Norte (FEDER) | 2.711,6 | 2.200,6 | 1.190,2 | 54,09% | 1.010,35 | 43,9% |
POR Centro (FEDER) | 1.701,6 | 1.380,7 | 851,7 | 61,68% | 529,01 | 50,1% |
POR Alentejo (FEDER) | 868,9 | 705,0 | 309,5 | 43,90% | 395,54 | 35,6% |
POR´s Açores (FEDER+FSE+DE) | 1.156,3 | 938,2 | 710,3 | 75,70% | 227,97 | 61,4% |
PO Assistência Técnica | 146,1 | 135,5 | 69,4 | 51,20% | 66,12 | 47,5% |
QREN -Total -Convergência | 20.483,8 | 16.469,1 | 10.373,3 | 63,0% | 6.095,8 | 50,6% |
POR Lisboa | 306,7 | 248,8 | 143,9 | 57,84% | 104,92 | 46,9% |
POR Algarve | 175,0 | 165,8 | 57,9 | 34,91% | 107,92 | 33,1% |
PO´s Madeira (FEDER+FSE) | 445,9 | 420,9 | 249,1 | 59,17% | 171,84 | 55,9% |
QREN-TOTAL | 21.411,4 | 17.304,6 | 10.824,1 | 62,55% | 6.480,51 | 50,6% |
Portugal tinha 21.411,4 milhões de fundos comunitários
para utilizar no período 2007-2013 (7 anos). Em 30 Set.2012, ou seja,
passados 5 anos e 9 meses após o inicio do QREN só tinha sido
utilizado 10.824,1 milhões , isto é apenas 50,6%. Por outro
lado, no período 2007-Set.2012, de acordo com a
programação aprovada no inicio pela Comissão Europeia,
Portugal podia utilizar 17.304,6 milhões de fundos
comunitários, no entanto utilizou, até 30/9/2012, apenas 10.824,1
milhões (62,6%), ficando por utilizar 6.480,5 milhões
. Portanto, baixíssimas taxas de utilização que, num
período de redução brutal do investimento e da despesa
publica, contribuíram também para agravar a crise social e a
recessão.
Se a análise for feita por programas operacionais as conclusões
ainda são mais graves. Entre os três maiores programas
operacionais Factores de Competitividade, Potencial Humano e
Valorização do Território cujos fundos
comunitários atribuídos (13.899,3 milhões )
representam 64,9% dos fundos comunitários do QREN, é precisamente
no Programa Operacional Factores de Competitividade (COMPETE), que tem como
objectivo directo aumentar a competitividade das empresas e apoiar a sua
internacionalização, um dos objetivos mais importantes deste
governo, que se verifica a taxa de
utilização/execução mais baixa. Nos cinco primeiros
anos e 9 meses do QREN, não foram utilizados, do orçamentado para
este período, 1.140,68 milhões no programa COMPETE.
Também ficaram por utilizar 1.046 milhões no POPH, vital
para o aumento da qualificação dos portugueses; e 1.679,8
milhões no POVT fundamental pata o desenvolvimento regional.
Porquê? O governo não explica.
Mas nos programas operacionais regionais, vitais para combater as graves
assimetrias (desigualdades) regionais e a elevada desertificação
do interior do país, que se têm agravado nos últimos anos e
ainda mais com a crise, as taxas de utilização dos fundos
comunitários são ainda mais baixas. Até 30.9.2012, no
Programa Regional do Norte, apenas foi utilizado 54,1% do orçamentado
para este período; no Programa Operacional Regional (POR) do Centro
apenas 61,7%; no POR do Alentejo 43,9%; no POR de Lisboa 57,8%; no POR do
Algarve 34,9%; nos POR´s dos Açores 75,7%, e nos POR´s da
Madeira 59,2%.. E este desaproveitamento é ainda mais grave quando o
investimento registará uma quebra brutal: em 3 anos de governo PSD/CDS e
de"troika" (2011/2013) a FBCF reduzir-se-á em 41% segundo o
Banco de Portugal. É o desastre e a incompetência que estrangula o
país que é preciso acabar.