Cortando sem hesitar toda renegociação sobre a dívida
grega inteiramente ilusória, pois a UE atlântica é
de natureza diKtatorial
o BCE acaba de lançar um ultimato ao povo grego
: ele insta o governo recém eleito a aplicar ao pé da letra
as directivas mortíferas da Troika, portanto a humilhar-se publicamente
reconhecendo que o sufrágio universal não serve para nada!
ou a declarar-se oficialmente em bancarrota (ler por exemplo a análise
técnico-financeira de Martine Orange:
Grécia: o BCE lança um golpe de Estado financeiro
). A luta entre o Golias euro-capitalista e o
David grego está iniciada, o povo francês não poderia ser
neutro ou indiferente. Recordemo-nos dos apelos de Victor Hugo para apoiar a
luta dos gregos contra o Império Otomano (o poema L'Enfant grec, em Les
Orientales), sejamos solidários com um povo que tanto contribuiu para o
mundo e para a França, com um país que, com as suas
próprias forças, sacudiu a dominação fascista e,
sobretudo, não sejamos solidários com os "nossos"
banqueiros usurários que são aqueles que nos exploram, que nos
humilham e que nos oprimem aqui!
O objectivo não é apenas salvar a todo custo o maldito Euro,
mesmo a esmagar os povos, seus direitos adquirido e sua soberania nacional,
sim, nacional, e não apenas popular, como dizem certos
"revolucionários" que estremecem por chamar um gato de gato, o
objectivo é político, mesmo geopolítico: impedir a
insurreição popular que se eleva na Europa contra as
políticas de austeridade, contra a diktadura arrogante de Berlim e dos
seus miseráveis seguidores "franceses" e
"socialistas", travar o contágio grego que poderia a seguir,
sob forma inéditas, apoderar-se da Espanha e de outros países da
Europa do Leste e do Sul.
Pois todas estas pensam não têm qualquer dúvida, ao
contrário dos
doces sonhadores da esquerda "alter-europeísta"
: os verdadeiros mestres do jogo sabem que
jamais haverá Europa "social, democrática e
pacífica" no quadro dos tratados supranacionais e neoliberais, ou
seja, no quadro da própria "construção
europeia", a qual não é nada mais que o conjunto
político-jurídico constituído pelos ditos tratados. E isto
é inevitável uma vez que de cabo a rabo a Europa foi feita
não para "edificar a paz e a democracia", como se ensinou na
escola às crianças obedientes da esquerda euro-reformista, mas
para destruir o campo socialista, estender a NATO, restaurar o imperialismo
alemão vencido em 1945 e fazendo [o papel] de brilhante segundo (por
enquanto!) do Tio Sam, esmagar os direitos populares e conjurar a
própria possibilidade do socialismo no nosso sub-continente: Alain
Madelin, o ultra-liberal, infelizmente tinha razão quando dizia que o
Tratado de Maastricht era "um seguro todos os riscos contra o
socialismo" na Europa... e na França!
Isso não significa de modo algum incensar o Syriza como fazem, com um
angelismo manhoso, os dirigentes do PCF-PGE e da Frente de esquerda.
O Syriza,
que procura fazer acreditar ao povo grego que se pode sair da euro-austeridade
sem sair do Euro e da UE atlântica, está hoje colocado diante das
suas contradições
e o BCE não lhe deixa senão a
escolha de se submeter desacreditando-se, de se demitir covardemente abrindo
uma avenida aos nazia da Aurora Dourada, ou de resistir valentemente ouvindo o
apelo dos comunistas gregos e europeus a sair do Euro, da UE, da NATO e do
capitalismo
. Pela sua natureza de classe pequeno-burguesa, o Syriza não
quer nem pode ir tão longe. Mas não há apenas o Syriza e
seus dirigentes associados ao reformista PEE [Partido de Esquerda Europeu],
há os povos da Europa, há a classe operária grega,
há as forças francamente comunistas e francamente progressistas
de todos os países; juntos devemos fustigar os dirigentes da UE
capitalista, juntos devemos recusar a revanche insidiosa dos vencidos de 1945,
juntos devemos gritar: "somos todos gregos", não toquem no
povo que deu ao mundo a matemática e a filosofia, a física e
retórica, o teatro e a história, a cidadania e a divisa imortal
da batalha de Maratona e do hino nacional grego:
"beltion estin eleuheroi qanein h douleuein, antes morrermos livres do que
sermos escravizados".
É neste espírito que o PRCF apela a todas as forças
verdadeiramente comunistas, progressistas, sindicalistas, patrióticas,
internacionalistas, anti-fascistas,
a não perder nem mais um minuto na
preparação unitária da grande manifestação
nacional à qual já apelou o Collectif de liaison des assises du
communisme para 30 de Maio próximo
(10º aniversário do
Não ao Tratado da Constituição Europeia) à qual
preparam-se para apoiar diversas forças republicanas que denunciam a UE
supranacional. Preparemos concretamente nas lutas esta
manifestação de vamos dar-lhe um tom antifascista e
anti-ditatorial (sim, a UE é uma ditadura à sombra da qual
prosperam nostálgicos do Reich!), patriótico e internacionalista,
em ligação com as lutas pelo emprego, pelos salários,
pelos serviços públicos e pelos direitos sociais adquiridos.
Que por toda a parte nos nossos muro e nos nosso corações se
inscreve a letra grega "Z" (zh, "ele está vivo", em
grego),
Abaixo a ditadura europeia! Solidariedade com nosso povo irmão!
Sem isso, seria a nossa própria escravatura que consentiríamos,
pois um povo que deixa esmagar outros povos em seu próprio nome
será por sua vez impiedosamente esmagado!
"Avante pela Grécia, pela justiça e pela liberdade!"
dizia o Hino do ELAS (Exército Popular de Libertação
Nacional, ramo militar do EAM, a Frente de Libertação Nacional, a
Resistência grega),
Acrescentemos avante pela França e todos os povos da Europa pois este
combate é um combate patriótica e internacionalista comum!
Antoine Manessis, responsable international du PRCF, fils de Résistant
(EAM-ELAS) grec ,
Léon Landini, ancien officier FTP-MOI, président du PRCF,
Pierre Pranchère, ancien Résistant FTPF, vice-président du
PRCF,
Jean-Pierre Hemmen, vice-président du PRCF, fils de Fusillé de la
Résistance,
Georges Gastaud, secrétaire national du PRCF, fils de Résistant,
Annette Mateu-Casado, fille de républicains espagnols,
trésorière nationale du PRCF,
Jany Sanfelieu, fille de républicains espagnols, secrétaire
à l'organisation du PRCF, ancien professeur de grec ancien,
Vincent Flament, rédacteur en chef d'Initiative communiste, professeur
de lettres classiques,
Annie Lacroix-Riz, professeur émérite à
l'université Paris VIII.