Destruição do Museu Nacional: crime contra a Humanidade
por Jornal
O Poder Popular
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Estamos novamente num momento de luto e de luta.
O incêndio do Museu Nacional, o mais antigo museu do Brasil e o maior do
seu tipo na América Latina, é um símbolo do projeto
político em curso no Brasil. O corte de verbas, a austeridade
permanente, o desmonte das políticas públicas na área da
educação, cultura e ciência e tecnologia, as ideologias da
"Escola sem partido" são responsáveis por essa
tragédia.
Sim, uma tragédia. A destruição cultural de nossa
história e do patrimônio do povo brasileiro. O símbolo de
uma dominação burguesa cada vez mais bárbara,
reacionária e obscurantista.
Os mentores intelectuais do crime têm nome: a classe dominante brasileira
e seus gerentes tipos como Cabral, Pezão, Temer e quadrilhas como
o MDB, PSDB, DEM e associados.
Anos sucessivos de subfinanciamento e descaso foram os responsáveis por
mais esse golpe. Desde os tempos de FHC opera-se a destruição da
memória, ciência e cultura. As direções do Museu
Nacional já vinham alertando há tempos sobre a necessidade e
urgência de restaurações e manutenções das
instalações do prédio, além da
conservação do acervo com 20 milhões de itens. Nos
últimos anos os repasses federais têm diminuído
drasticamente, e por várias ocasiões o Museu teve de fechar as
portas para visitação, assim como em função de
greve dos funcionários terceirizados, por falta de pagamento de
salários.
O prédio que completou 200 anos neste ano de 2018 estava sendo mantido a
duras penas pelo esforço denodado de pesquisadores, estudantes,
visitantes e da comunidade acadêmica da UFRJ, instituição
que, responsável por sua manutenção, sofre com a
redução das verbas federais, em consequência de uma
política de desmonte das universidades e institutos federais, com o
propósito de promover a privatização completa do ensino
superior público. O descaso e a irresponsabilidade para com a
história e a memória do nosso país e da humanidade, com o
patrimônio cultural construído de forma coletiva por
inúmeras gerações de trabalhadores, trabalhadoras e por
diferentes povos, além do desrespeito constante para com estudantes e
pesquisadores da instituição, tudo isso faz parte de um projeto
político onde história, educação e cultura
são absolutamente desprezados, pois não dão lucro para os
banqueiros e as grandes empresas.
O incêndio no Museu Nacional foi um crime contra nossa memória,
nossa ciência, nossa história.
Mais do que nunca, a luta pela revogação da EC 95 deve ganhar
força para que gerações futuras não sejam
tão duramente golpeadas. A política do "
teto dos gastos
", adotada pelo governo golpista de Temer a partir de dezembro de 2016,
após a aprovação da
Emenda Constitucional (EC) nº 95
, prevê que, durante 20 anos, as despesas primárias do
orçamento público ficarão limitadas à
variação inflacionária, congelando as verbas destinadas
às despesas primárias, ou seja, os gastos de custeio com
serviços públicos e as despesas com investimentos. A EC 95
não só congelou, mas de fato reduziu os gastos sociais.
Mais do que nunca é preciso resistir e cobrar que seja apurada a
responsabilidade pelo acontecido!
Somos todos Museu Nacional! Pela preservação da memória do
Museu Nacional!
Pela imediata revogação da EC 95!
Socialismo ou Barbárie!
03/Setembro/2018
Ver também:
A História, a Educação e a Cultura arderam em chamas
O original encontra-se em
pcb.org.br/...
Este editorial encontra-se em
http://resistir.info/
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