Demissões na TAP-ME do Brasil
Sindicato cobra benefícios para 160 trabalhadores demitidos em
Porto Alegre
por Luís Eduardo Gomes
A
TAP ME
, braço de manutenção e engenharia da companhia
aérea portuguesa TAP, iniciou na última semana um processo de
demissão de trabalhadores da unidade da empresa no Aeroporto Salgado
Filho, em Porto Alegre. De acordo com o Sindicato dos Aeroviários,
até o momento, mais de 100 pessoas já foram demitidas, mas a
própria empresa teria informado que a intenção seria
chegar a 160 até o final desta semana. A empresa passa por um processo
de reestruturação e, há três meses, já havia
demitido cerca de 300 funcionários da unidade do Rio de Janeiro.
No entanto, de acordo com o diretor do sindicato, Celso André Klafke,
antes de realizar o processo de demissão no Rio, a TAP ME havia
oferecido um Plano de Demissão Voluntária (PDV) para os
funcionários, com o pagamento de indenização maior do que
a multa de 40% do FGTS e a garantia de que os trabalhadores continuariam tendo
direito de acesso ao plano de saúde por três anos e a passagens
por outros cinco, o que não foi oferecido aos funcionários de
Porto Alegre.
Segundo Klafke, como as demissões ainda não foram homologadas,
uma vez que as rescisões são oficializadas em um prazo de
até 10 dias, o sindicato ainda tenta negociar pelo menos a
manutenção do plano de saúde e das passagens. Ele diz que,
no diálogo que mantém com a direção da TAP ME, a
empresa descartou a possibilidade de oferecer uma compensação
financeira nos moldes do PDV oferecido no Rio de Janeiro.
A presidente da TAP ME Brasil, Glaucia Loureiro confirmou que até o
momento foram desligados 106 trabalhadores da empresa e que a previsão
da companhia é demitir 164 pessoas até o fim desse processo.
Segundo ela, cerca de 830 funcionários continuarão trabalhando na
sede de Porto Alegre da empresa.
Questionada sobre a questão do PDV, Glaucia disse que não
há possibilidade de oferecer um plano de demissões para os
funcionários, mas que foi priorizado o desligamento de quem expressou
desejo de sair da empresa, processo já concluído, e agora
estariam sendo demitidos trabalhadores de acordo com o rendimento.
O sindicato também diz que está acompanhando o processo de
demissões para cobrar o cumprimento da convenção coletiva
da categoria, que estabelece que, quando houver dispensas coletivas, a empresa
irá priorizar o desligamento de trabalhadores que solicitarem a
demissão, já aposentados e aqueles que já teriam tempo
suficiente de contribuição para se aposentarem. A grosso
modo, estão seguindo a clausula da convenção
coletiva, diz Klafke.
Reestruturação da empresa
Empresa com sede em Portugal e no Brasil com centros de
manutenção no Rio de Janeiro e Porto Alegre , a TAP ME
presta serviços de manutenção, reparos e revisão
para aviões de fabricantes como Airbus, Boeing e Embraer de companhias
aéreas das Américas, Europa e África.
Os aeroviários questionam o fato de que as demissões incluem o
setor do hangar, o que, segundo Klafke, prejudica a oferta de serviço da
empresa. A TAP é uma empresa que vende mão-de-obra, o
trabalho dele é a manutenção, diz.
Glaucia afirma que as demissões fazem parte de um processo de
reestruturação da companhia iniciado ainda no final do ano
passado e que vem sendo elaborado em conjunto com duas consultorias contratadas
para auxiliar a TAP ME com o objetivo de aumentar a competitividade
internacional da empresa. As demissões no Rio de Janeiro fazem parte do
mesmo processo.
O sindicato entende que o processo de reestruturação seria, na
verdade, um reflexo da reforma trabalhista em que estariam sendo trocados
trabalhadores antigos e qualificados por funcionários mais novos e sem
experiência, precarizando condições de trabalho e reduzindo
salários.
04/Outubro/2017
O original encontra-se em
www.sul21.com.br/...
Esta notícia encontra-se em
http://resistir.info/
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