Acerca do chamado "aquecimento global"
por Jorge Figueiredo
A campanha de desinformação acerca do chamado "aquecimento
global" de origem humana (antropogénica) vai de vento em popa.
Ela destina-se a confundir as pessoas, apagando a
distinção entre verdades e mentiras. Esta
promoção do irracionalismo constitui uma impostura e um atropelo
à ciência. A fim de manter um mínimo de sanidade,
convém recapitular o assunto e estabelecer factos. As perguntas e
respostas que se seguem tentam fazer isso.
O ser humano é responsável pelo clima no planeta Terra?
A resposta é não. Não podemos controlar o clima do nosso
planeta, o qual é determinado por factores totalmente fora do nosso
alcance tais como intensidade da actividade solar, nuvens, ângulo de
rotação do planeta, vulcões e muitíssimos outros.
Clima é a mesma coisa que ambiente?
A resposta é igualmente negativa. O ambiente refere-se à camada
delgada de ar em que vivemos sobre a superfície da terra e do mar, ao
passo que o clima abrange todo o planeta até à estratosfera. A
confusão entre ambiente e clima é muito frequente, sobretudo por
parte de jornalistas e políticos ignorantes. O ser humano pode (e deve)
preservar o ambiente, mas nada pode fazer quanto ao clima.
O dióxido de carbono (CO2) é um gás poluente?
É um rematado absurdo dizer que o CO2 é um poluente pois trata-se
de um gás não só inócuo para a saúde humana
como também indispensável à vida no planeta Terra
(indispensável à fotossíntese). No entanto, o IPCC
resolveu erigir o CO2 como o grande vilão universal responsável
pelo aquecimento global mas tal relação de causa e efeito
nem sequer está demonstrada. O CO2 não é o
"botão de controle" do clima. Além disso, é
igualmente absurdo reduzir uma ciência tão complexa como a
climatologia em que intervém uma multidão de
variáveis a apenas uma única variável, o CO2.
Recorde-se que a proporção total de CO2 no ar que respiramos
é de apenas 0,03% a 0,04% e que a parte do mesmo de origem
antropogénica é absolutamente irrisória.
Aquecimento global
e
alterações climáticas
são expressões sinónimas?
A expressão ambígua de
alterações climáticas
constitui um recuo em relação à expressão original
utilizada pelo IPCC, de
aquecimento global.
A nova formulação é melíflua pois sempre houve
"alterações climáticas" desde que a Terra
existe.
Por que a ONU criou o IPCC?
Tudo indica que a ONU criou o
Intergovernmental Panel on Climate Change
(IPCC) num momento (1988) em que estava relativamente enfraquecida e algo
desmoralizada. Para se recompor o seu secretariado procurava uma grande causa
mobilizadora e adoptou a hipótese do aquecimento global de origem
antropogénica. Organismos seus como a Organização
Meteorológica Mundial e Programa das Nações Unidas para o
Meio Ambiente foram convocados para o efeito.
É verdade que o IPCC é constituído por cerca de três
mil cientistas?
Isso é falso. O IPCC é constituído sobretudo por
funcionários nomeados pelos governos que dele participam, ou seja, por
burocratas. A sua gestão é política e as grandes
conferências organizadas pelo IPCC (em Copenhaga, Bali, Paris e este ano
em Nova York) são participadas sobretudo por políticos.
Os relatórios periódicos do IPCC merecem credibilidade?
Os extensos relatórios do IPCC (que poucos lêem) são
geralmente vazados numa linguagem confusa e pouco inteligível. A maior
parte do público lê apenas a introdução de poucas
páginas dos mesmos, o "Executive Summary", o qual nem sempre
corresponde ao conteúdo do relatório.
A teoria climatológica em que o IPCC baseia as suas
afirmações é correcta?
Não, está ultrapassada. A teoria do "efeito estufa" e
da hipótese do aquecimento global foi elaborada por Arrhenius no fim do
século XIX, muito antes da existência de satélites
meteorológicos. A teoria climatológica moderna, dos anticiclones
móveis polares, foi elaborada pelo grande cientista Marcel Leroux
(1938-2008). Há um resumo da sua teoria em
resistir.info/climatologia/impostura.cientifica.html
. Quem quiser especializar-se em climatologia terá de estudar o seu
livro
"Global Warming Myth or Reality?: The Erring Ways of
Climatology"
(Springer Verlag, 2010, 510 p.)
É verdade que 97% dos cientistas apoiam a tese do aquecimento global de
origem antropogénica?
Em primeiro lugar as questões científicas não se decidem
por maiorias ou minorias a ciência não é
democrática. Os contemporâneos de Galileu acreditavam que a Terra
era o centro do universo, mas isso não prova a veracidade da sua
crença. O argumento da "maioria" é dos mais fracos que
possam existir para a demonstração de uma tese.
A modelação informática é um método
válido no estudo da climatologia?
Não. Para serem úteis os modelos devem ter um número de
variáveis relativamente limitado. Problemas complexos que envolvem
milhares de variáveis, como é o caso do clima, não se
prestam à modelação matemática por mais poderosos
que sejam os computadores. A tentativa do IPCC de modelar o clima é
vã e presta-se a inúmeras aldrabices pois há uma
multidão de variáveis que têm de ser estimadas de modo mais
ou menos arbitrário e inputadas no modelo. Portanto, os modelos do IPCC
não servem para análises preditivas. São "caixas
negras" em que ninguém sabe bem o que está lá dentro
e cujos resultados estão sujeitos ao arbítrio dos seus criadores,
os quais manipulam à vontade as variáveis que contém.
Entretanto, a modelação é útil na meteorologia e
permite uma capacidade preditiva da ordem de um par de semanas (nunca de
décadas como pretende o IPCC).
Combater o aquecimento global/alterações climáticas
é uma posição "de esquerda"?
Tal como em qualquer ciência, não existe uma climatologia "de
esquerda" ou "de direita". Quanto à crença na
origem antropogénica do aquecimento global, há gente tanto de
direita como de esquerda que embarca nisso. Ao nível institucional
verifica-se que há organizações de direita (como a
União Europeia) que defendem essa crença e fazem campanhas contra
as emissões de CO2 e outras igualmente de direita (como o governo Trump)
que a contestam. Simetricamente, há gente de direita e de esquerda que
contesta a validade das teses propaladas pelo IPCC. Isso não significa
necessariamente que neguem a possibilidade do aquecimento, facto já
verificado no passado (a Idade Média europeia, por exemplo, experimentou
um período mais quente que o actual). Não tem sentido politizar a
ciência em termos de esquerda-direita.
Qual a importância desta discussão? Que importa se o homem
é ou não responsável pelo clima?
Importa muito. Em primeiro lugar porque desvia a atenção da
humanidade dos problemas que são realmente graves e importantes, como a
ameaça de guerra nuclear, a corrida armamentista, as questões
ambientais (como a poluição verdadeira da terra, da água e
do ar, a desertificação da Amazónia, etc), a
repartição da riqueza, o depauperamento do Terceiro Mundo, etc,
etc.
Ao nível operacional, porque introduz uma grave distorção
nas políticas energéticas, as quais são postas a reboque
da nova "religião" aquecimentista. Isto significa um brutal
desperdício de recursos escassos. Assim, a apologia beata das energias
ditas renováveis faz com que sejam promovidas energias intermitentes e
anti-económicas. Exemplo: uma central eólica tem apenas uns 25
anos de vida útil, a comparar com uma central hidroeléctrica cuja
vida útil pode ir aos 100 anos. Por isso será preciso investir
quatro vezes numa central eólica para obter o mesmo serviço
proporcionado por uma hidroeléctrica. Além disso, por ser
intermitente, uma central eólica não evita a necessidade de
investir na geração convencional o que significa
duplicação de investimentos, onerando inutilmente a sociedade. E
isto sem esquecer que as referidas energias alternativas assentam em
soluções técnicas também poluentes nos processos de
fabricação (ex.: elementos venenosos no interior dos
painéis fotovoltaicos).
Ao nível subjectivo, a ideologia aquecimentista provoca sentimentos de
culpabilização nos povos. Querem que todos se sintam culpados por
estarem a "poluir" o ambiente com o diabolizado CO2. Em Portugal
chegou-se ao absurdo de cogitar um verdadeiro crime de lesa economia nacional:
o sucateamento de centrais termoeléctricas que estão boas e em
condições operacionais (como as de Sines e do Pego) devido
às malfadadas emissões de CO2.
Ao nível ambiental, a trapaça aquecimentista faz com que sejam
descuradas as emissões que são realmente poluentes e fazem mal
à saúde, tais como o SO2 (dióxido de enxofre), os NOx
(óxidos de azoto) e em especial o NO2 (dióxido de azoto), as
partículas sólidas
(particulate matter)
emitidas, por exemplo, pelos motores de Ciclo Diesel, etc. Isto, por sua vez,
gera graves distorções na política de transportes (e na
política fiscal que a precede) afastando soluções boas,
viáveis e económicas. O subsídio ao veículo
eléctrico é um exemplo dessa distorção (consumo
desbragado de terras raras para a sua construção,
disposição final das baterias após a sua vida útil,
geração de electricidade para alimentá-las, etc). A
"descarbonização" da sociedade apregoada pelo governo
António Costa é um projecto disparatado, ruinoso e
inviável.
Ao nível financeiro, a teoria errada do aquecimento global proporciona
bons negócios para o capital financeiro que inventou o negócio da
venda de direitos de emissão de CO2. Trata-se de algo como as
"indulgências para pecar" vendidas pela Igreja Católica,
contra as quais se revoltou Lutero. Este negócio dá bons lucros
aos banqueiros mas não beneficia a humanidade. Neste momento já
há uma verdadeira indústria do aquecimento global.
Por que tantos académicos defendem a origem humana do aquecimento global
e o combate ao CO2?
Trata-se de uma teoria que é dominante (por ter sido imposta através de
campanhas) e que para a União Europeia se transformou num artigo de
fé. Assim,
há numerosas linhas de financiamento da UE e dos governos europeus que
aceitam servilmente as suas imposições. Boa parte da comunidade
académica amolda-se a isso a fim de não secarem os
financiamentos. Alguns, como os da Universidade de East Anglia
(Grã-Bretanha) chegaram a aldrabar estatísticas a fim de
conseguir os resultados que desejavam apresentar. O escândalo ficou
conhecido como
Climategate
(v.
resistir.info/climatologia/climategate_28nov09.html
). Além disso, muitos académicos são intimidados ou
discriminados nas
peer reviews
quando apresentam opiniões diferentes desta doutrina dominante.
Recentemente a Universidade do Porto abrigou uma conferência
científica séria sobre alterações climáticas
(v.
www.portoconference2018.org
), o que provocou uma fúria histérica de académicos
aquecimentistas.
A humanidade pode prescindir dos combustíveis fósseis?
A classificação de "fóssil" atribuída ao
petróleo e ao gás natural (metano, ou CH4) pode ser discutida.
Muitos cientistas, como Thomas Gold (
www.resistir.info/energia/gold_biosfera_cap5.html
) e a escola ucraniana de geologia, defendem a origem abiótica do
petróleo e do metano. Existem planetas com mares e oceanos de metano.
Mas, respondendo directamente à pergunta, é quase
impossível que a energia consumida pela humanidade possa algum dia ser
renovável a 100 por cento. Isso não é preocupante pois
mesmo após o esgotamento dos recursos petrolíferos no planeta
haverá ainda reservas de metano suficientes para muitos séculos.
Além disso, o metano pode ser produzido pelo homem (o biometano, que
é uma energia renovável). O ódio dos aquecimentistas
contra o metano atrasa o processo necessário e inelutável de
afastamento do consumo de refinados de petróleo em
direcção ao gás natural, processo esse que desejavelmente
deveria ser gradual e harmonioso.
Até quando vai perdurar a loucura aquecimentista?
Não sabemos. Mas combater o irracionalismo continua a ser um dever de
toda a pessoa lúcida. Com a difusão destes mitos
climáticos parece que estamos a entrar numa nova idade das trevas, com
teorias fantasiosas e com gente e instituições interessadas em
instilar o medo a fim de vender as "soluções" e colher
os lucros respectivos. O sr. Al Gore deu o exemplo e depois dele seguiram-se
muitos outros.
A Humanidade tem direito ao desenvolvimento e enfrenta muitos problemas
científicos, técnicos, sociais e políticos. Mas a teoria
do aquecimento global não conduz à resolução dos
mesmos. Ela, ao contrário, ameaça agravar todos problemas e de
uma forma desumana.
06/Outubro/2019
Ver também:
links externos
pt.wikipedia.org/wiki/Milutin_Milankovitch
Este texto encontra-se em
https://resistir.info/
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