Como a pseudo-ciência das alterações climáticas
tornou-se aceite publicamente
Líderes políticos e corporativos reunidos na semana
climática em Nova York instaram a acções significativas
para combater o aquecimento global. Mas, considerando os altos custos das
soluções sugeridas,
será que a cura não seria pior que a doença?
Como liberal que cresceu numa casa solar, sempre fui consciente da energia e
propenso a soluções activistas em questões ambientais.
Fiquei portanto extremamente surpreso quando minhas investigações
como astrofísico me levaram à conclusão de que a
alteração climática é mais complicada do que nos
levam a acreditar. A doença é muito mais benigna e uma
solução paliativa simples está diante de nossos olhos.
Para começar, a história que ouvimos nos media, de que na maior
parte do século XX o aquecimento é de origem
antropogénica, de que o clima seria muito sensível às
mudanças de CO2 e de que o aquecimento futuro será portanto
grande e acontecerá muito em breve, simplesmente não é
apoiada por nenhuma evidência directa, apenas por uma linha duvidosa de
raciocínio circular. "Sabemos" que os seres humanos devem ter
causado algum aquecimento, vemos aquecimento, não sabemos de mais nada
que o pudesse ter causado, então [conclui-se] é por isso.
No entanto, não há cálculos baseados nos primeiros
princípios que levam a um grande aquecimento pelo CO2 nenhum.
Recorde-se, os relatórios do Painel Intergovernamental sobre
Mudanças Climáticas (IPCC) declaram que duplicar o CO2
aumentará as temperaturas em 1,5º a 4,5º C, uma enorme margem
de incerteza que remonta ao comité Charney desde 1979.
De facto, não há evidências em qualquer escala de tempo a
mostrar que variações do CO2 ou outras alterações
no orçamento de energia causem grandes variações de
temperatura. Há, no entanto, evidências em contrário.
Variações de dez vezes no CO2 nos últimos 500
milhões de anos não têm correlação alguma com
a temperatura; e igualmente, a resposta climática a grandes
erupções vulcânicas como a do
Krakatoa
.
Ambos os exemplos levam ao limite superior inelutável de 1,5º C por
duplicação de CO2 muito mais modesto do que prevêem
os sensíveis modelos climáticos do IPCC. No entanto, a grande
sensibilidade deste último é requerida para [poder] explicar o
aquecimento do século XX, ou assim se pensa erroneamente.
Em 2008, utilizando vários conjuntos de dados do período de mais
de um século, mostrei que a quantidade de calor que entra nos oceanos,
em sincronia com o ciclo solar de 11 anos, é de uma ordem de grandeza
maior do que o efeito relativamente pequeno esperado simplesmente a partir de
alterações na produção solar total. Nomeadamente,
as variações da actividade solar traduzem-se em grandes
mudanças no chamado forçamento radiactivo sobre o clima.
Como a actividade solar aumentou significativamente ao longo do século
XX, uma fracção significativa do aquecimento deveria ser
atribuída ao sol e, como a mudança geral no forçamento
radiactivo devido ao CO2 e à actividade solar é muito maior, a
sensibilidade climática deveria estar no lado baixo (cerca de 1º a
1,5º C por duplicação de CO2).
Na década seguinte à publicação do exposto acima,
não só o artigo não foi contestado como mas mais dados,
desta vez dos satélites, confirmaram as grandes variações
associadas à actividade solar. À luz desses dados concretos,
agora deveria ser evidente que grande parte do aquecimento não é
de origem humana e que o aquecimento futuro em qualquer dado cenário de
emissão será muito mais pequeno.
Infelizmente, como a comunidade climática desenvolveu um ponto cego
(blind spot)
a qualquer evidência que devesse levantar uma bandeira vermelha, tais
como os exemplos acima mencionados ou o aquecimento troposférico nas
últimas duas décadas muito menor do que os modelos previstos, o
resto do público tem uma visão muito distorcida das
alterações climáticas um quadro científico
duvidoso cheio de inconsistências tornou-se uma espécie de
calamidade.
Com esta mentalidade pública, fenómenos como o da activista
infantil Greta Thunberg não são surpresa. O mais preocupante, no
entanto, é que esta mentalidade comprometeu a capacidade de transmitir a
ciência ao público.
Um exemplo do mês passado é a minha entrevista à [revista]
Forbes.
Poucas horas depois de o artigo ser publicado on-line, ele foi removido pelos
editores "por não cumprir nossos padrões editoriais". O
facto de se ter tornado politicamente incorrecto ter qualquer discussão
científica levou o público a aceitar a
pseudo-argumentação que apoia os cenários
catastróficos.
A evidência do aquecimento não nos diz o que causou o aquecimento,
e sempre que alguém precisa recorrer ao chamado consenso dos 97%, ele ou
ela está a fazer isso porque seus argumentos científicos
não são suficientemente fortes. A ciência não
é uma democracia.
Falta saber se o mundo ocidental ultrapassará esta histeria em curso no
futuro próximo, pois é claro que numa escala de tempo de uma
década ou duas isso será uma coisa do passado. Não apenas
haverá crescentes inconsistências entre modelo e dados, como uma
força muito mais forte mudará as regras do jogo.
Quando a China perceber que já não pode confiar no carvão,
começará a investir fortemente na energia nuclear para atender
suas necessidades de energia crescentes. Nessa altura, o Ocidente não
ficará para trás. Teremos, então energia barata e limpa,
que pode produzir combustíveis neutros em carbono e até
fertilizantes baratos que tornarão redundante a agricultura recentemente
problemática do corte e da queima.
O Ocidente perceberia então que o aquecimento global nunca foi e nunca
será um problema sério. Enquanto isso, o CO2 extra na atmosfera
até aumentaria a produção agrícola, como foi
observado em regiões particularmente áridas em. Afinal de contas,
é alimento vegetal.
25/Setembro/2019
[*]
Presidente do Instituto de Física Racah da Universidade Hebraica de
Jerusalém, @nshaviv
Ver também:
Des scientifiques de 13 pays écrivent au secrétaire général des Nations unies contre l'alarmisme climatique
O original encontra-se em
www.theepochtimes.com/...
Este artigo encontra-se em
http://resistir.info/
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