Como a Coreia do Norte rastreia seus mísseis de longo alcance?
Imperialismo estupefacto com o progresso tecnológico da RDPC
Técnicos do império baralhados por não saberem como
a RDPC obtém telemetria em tempo real nos seus testes de ICBMs e IRBMs
por Chad O'Carroll
Os dois mais recentes testes de mísseis com alcance intermediário
da Coreia do Norte, ambos os quais envolveram os recém desenvolvidos
mísseis balísticos Hwasong-12 de alcance intermediário
(IRBM), demonstram uma capacidade sempre crescente de atingir alvos a grande
distância da península.
O
lançamento de 28 de Agosto do Hwasong-12
resultou numa amaragem a 2.700 km do lançamento, ao passo que o teste
de
14 de Setembro
resultou numa amaragem a 3.400 km de Pyongyang o mais distante teste de
míssil balístico norte-coreano da história
excluindo tentativas de lançamento de satélite.
Fotografado a observar os dois testes numa pista do Aeroporto Internacional
Sunan, em Pyongyang, Kim Jong Un foi mostrado em ambos os casos, nos media
oficiais do estado, com monitores de computador em segundo plano, a exibirem
gráficos pormenorizando dados do desempenho do teste do míssil em
voo e mapas dos pontos de amaragem a Leste do Japão.
Mas apesar de écrans semelhantes com dados de voo de mísseis
terem sido observados junto a Kim Jong Un durante outros testes dos
últimos anos, estes dois testes do Hwasong-12 envolveram pontos de
amaragem muito mais além das plataformas de lançamento do que
qualquer outro visto antes na Coreia do Norte.
E os dois testes de mísseis balísticos intercontinentais (ICBM)
Hwasong-14 de 4 e 28 de Julho, embora disparados intencionalmente "para o
alto"
("lofted")
em trajectórias de curta distância mas alta altitude,
terão exigido viajar muitos milhares de quilómetros para
além dos testes do Hwasong-12 se eles alguma vez fossem testados numa
trajectória de longa distância.
Mas os desafios técnicos envolvidos em obter dados em tempo real de
testes de mísseis para tão longe da origem são
formidáveis, o que levanta perguntas acerca de como engenheiros
norte-coreanos são capazes de rastrear de modo confiável
indicadores relativos à fase terminal do voo, à reentrada da
ogiva e à localização da amaragem.
E isso é importante porque em meio à crescente expectativa de um
futuro teste norte-coreano de ICBM a longa distância possivelmente
no sudoeste do Oceano Pacífico algumas das tecnologias exigidas
para a obtenção precisa de dados remotos poderia dar à
comunidade internacional indicadores importantes do tempo e trajectória
de potenciais futuros testes.
DADOS DE DESEMPENHO DE MÍSSEIS
Quando os países testam mísseis, é importante para os
engenheiros serem capazes de obter tantos dados de desempenho quanto
possível acerca do lançamento. Mas apesar de alguns destes dados
poderem ser obtidos de modo relativamente fácil a partir de
câmaras, antenas e equipamento de radar posicionados próximos da
plataforma de lançamento, quanto mais longe voa o míssil mais
difícil se torna receber remotamente dados de voo em tempo real.
"Nesta era de GPS (rastreamento) ou GLONASS ou Galileu
sabe-se da posição de reentrada do veículo (míssil)
a qualquer momento durante o voo, incluindo ponto de amaragem", diz Uzi
Rubin, antigo director do programa de defesa de mísseis de Israel.
"(Mas) esta informação permanece desconhecida para os donos
do míssil, a menos que possa ser recuperada ou por telemetria ou por
metria
(metry)
".
OS DESAFIOS TÉCNICOS ENVOLVIDOS NA OBTENÇÃO EM TEMPO REAL
DE DADOS DE MÍSSEIS QUE VÃO MUITO ALÉM DA ORIGEM
SÃO FORMIDÁVEIS
A fim de um país poder receber dados de voo do lançamento de um
míssil e do voo em tempo real precisa de um sistema de telemetria a fim
de receber e registar remotamente indicadores de medida transmitidos a partir
de uma ogiva equipada com instrumentos.
Mas as localizações de estações receptoras de
telemetria em terra, mar ou ar desempenham um grande papel na
determinação exacta de quantos dados podem ser recebidos,
especialmente com testes de mísseis a distâncias mais longas que
viajam para localizações muito além do horizonte
visível.
"Devem-se instalar dispositivos receptores de telemetria (antenas de
receptores) além do horizonte e dentro de uma linha de mira com o
míssil", diz Rubin. "Para obter os dados no momento da
amaragem, o sistema receptor deve estar bastante próximo".
Em consequência, países que testam mísseis a muita
distância frequentemente "utilizam navios ou aviões com
instrumentos para obter dados para além do horizonte", continua
Rubin. Um ponto relevante, diz ele, "não só dados da
reentrada e amaragem, mas de todos os dados de telemetria na
porção da trajectória para além do horizonte".
Entretanto, também existe uma alternativa, a da abordagem apenas
métrica.
Países que testam mísseis que não têm suficiente
equipamento receptor de dados posicionado ao longo da pretendida rota de voo
podem em caso contrário obter dados após a amaragem. Uma ogiva
com instrumentos pode registar indicadores de desempenho a bordo numa unidade
estilo caixa negra que possa ser recuperada posteriormente.
Mas "isto nem sempre é factível e de qualquer modo exige uma
visita de algum navio de recuperação à área da
amaragem", diz Rubin.
Dito isto, não é impossível.
"Para a prática real de recuperação em oceano (se o
míssil estiver equipado com partes recuperáveis, como uma caixa
negra/cassette de telemetria), as recuperações com que estou
familiarizado mostrariam cores brilhantes para ajudar os marinheiros a
determinarem a sua localização exacta", diz Scott Lafoy, um
analista da NK Pro com experiência em programas de mísseis.
"Cientistas e engenheiros processam os números antecipadamente para
determinar onde o míssil deveria impactar ou reentrar... a seguir cores
brilhantes ou bóias luminosas ajudam marinheiros a encontrar as
peças recuperáveis", diz ele, permitindo que navios
pro-activamente naveguem para as prováveis localizações da
amaragem e encontrem os registadores métricos mais facilmente.
Mas dadas as distâncias que mísseis como um ICBM ou IRBM podem
viajar, enviar navios para obter registos de dados no fundo de oceanos
profundos pode não ser fácil. "Pense nas
recuperações de caixas negras de aviões a seguir a
desastres aéreos", destaca Rubin.
Existe uma opção ainda mais rudimentar se o objectivo é
simplesmente detectar se um míssil reentrou ou não dentro da
área alvo pretendida, através de instalação de
"um ou mais activos na área planeada do impacto que olhem a
reentrada e o impacto", segundo Nick Hansen, um perito aposentado de
tecnologia de imagem e sistema electrónicos da Universidade de Stanford.
A instalação de tais activos permitiria em
princípio confirmar visualmente se a ogiva do míssil
chegou ou não.
"(Mas) há desvantagens óbvias para esta opção,
incluindo o mau tempo e a linha de visão", diz Hansen.
"Você ou vê ou não vê e se vê alguma coisa
sabe que está na área de impacto, mas não tem ideia se
funcionou do modo como estava planeado".
Ainda assim, apesar de "ser melhor do que nada", parece que dados de
desempenho limitados a indicadores visuais é improvável que
proporcionem elementos suficientes para a maior parte dos engenheiros de
mísseis.
Essa é a razão porque "a telemetria é essencial para
o desenvolvimento de lançamentos, por várias razões",
segundo Markus Schiller, engenheiro de mísseis na Alemanha que
regularmente analisa testes norte-coreanos.
"Você quer saber como o míssil opera durante a fase do
arranque, mas também o que pode ter ido errado se o míssil
explode...", diz ele.
"Ter uma ideia do que realmente aconteceu de errado sem ter telemetria
viva é quase impossível porque não restará muito do
míssil depois de explodido".
COMO A COREIA DO NORTE FAZ ISTO?
É a obtenção pela Coreia do Norte de dados de desempenho
de mísseis em tempo real via telemetria ao longo de todo caminho
até os pontos de amaragem a milhares de quilómetros de
distância no Pacífico que é difícil de entender para
os investigadores de mísseis.
"Como é que eles recebem os dados e o vídeo (do voo)
mostrados nos dois ou três écrans de computadores que estão
sempre sobre uma mesa junto à secretária de Kim em todos os
lançamentos que ele dirige?", pergunta Hansen.
"Aqueles monitores exibem lançamentos de câmaras no terreno e
telemetria mostrando parâmetros de mísseis, dados e vídeos
a bordo durante o voo", diz ele. "Eles continuam a exibir dados e
vídeo durante todo o tempo do voo".
Vídeos de testes recentes da Coreia do Norte demonstram que um sistema
de telemetria que funciona parece estar instalado, ao invés de uma
obtenção de dados pós amaragem a partir de gravadores de
voo recuperados após o lançamento.
Os media do estado, por exemplo, regularmente mostram filmes do
lançamento no terreno com vídeos aparentemente recebidos em tempo
real a partir de câmaras montadas no corpo do míssil quando ele
voa alto na atmosfera e longe da região nordeste da Ásia.
Mísseis da Coreia do Norte lançados a alta altitude em
trajectórias "para o alto", como tem acontecido nos
últimos anos, podem prestar-se a um tipo de tempo real, mas limitado, de
capacidade de obtenção de telemetria.
"Enquanto um míssil está a voar numa trajectória
muito alta
(lofted)
pode ser rastreado pela Coreia do Norte via radar quando há uma linha
de avistamento com o mesmo", diz Tal Inbar, responsável do centro
Space & UAV do Fisher Institute for Air and Space Strategic Studies.
Mas para aqueles mísseis que aterram a milhares de quilómetros da
península, "eles podem utilizar rastreamento óptico e talvez
radares num navio", acrescenta Inbar. "Mas estes navios são
hipotéticos pois não há informação concreta
sobre a sua existência e posicionamento".
E, crucialmente, se os receptores de telemetria estão "localizados
na Coreia do Norte, eles não receberão qualquer
transmissão de telemetria a partir do míssil uma vez que este
esteja abaixo do horizonte", diz Hansen.
Portanto, "se quiser obter dados de telemetria para além do alcance
visual da plataforma de lançamento", diz Schiller, o engenheiro
alemão de mísseis, "você precisa, naturalmente,
sítios de telemetria adicionais, ou navios com essa capacidade, ou
satélites relés".
Para aqueles mísseis testados muito a leste do Japão, como o
Hwasong-12 em Setembro, ou no caso de um futuro teste de ICBM a longa
distância, as opções da Coreia do Norte de obter de modo
confiável dados de telemetria tornam-se limitadas.
"O Oceano Pacífico é uma grande área quando se
lança uma ogiva até 5.000 a 10.000 km", diz Hansen.
"Isto está além do alcance dos aviões da Coreia do
Norte e da maior parte dos seus navios".
Contudo, dados históricos de rastreamento por navio proporcionados por
uma função mapa de calor no NK Pro Ship Tracker mostram que no
passado alguns navios possuídos ou ligados à RDPC na verdade
cruzaram o Oceano Pacífico, provando não ser inconcebível
que Pyongyang pudesse ter activos em lugares longe da península para
obter telemetria de mísseis.
"Um grande navio mercante civil pareceria o melhor candidato para montar
equipamento de telemetria", continua Hansen. "Sabemos que pelo menos
um dos seus navios transportou partes de míssil a ser reparadas de Cuba
para o Norte, quando foram apanhados no Panamá".
E o Norte pode mesmo já ter desenvolvido alguma experiência no uso
de navios para obter dados de telemetria de lugares distantes, pelo menos com
dados transmitidos ou com bandas de Muito Alta-frequência (VHF) ou Ultra
Alta-frequência (UHF), as quais exigem antenas simples para funcionarem.
"Suspeita-se que no lançamento do Tapodong-1 em 1998 eles
utilizaram telemetria VHF num furgão e tinham um navio no
Pacífico para monitorar o terceiro estágio e o evento da
separação", diz Hansen.
No caso de um teste ICBM norte-coreano a longa distância, "um navio
a monitorar telemetria na área de impacto é provavelmente o meio
mais verosímil que utilizariam".
Um tal navio teria o benefício de ser capaz de relatar um avistamento
visual para o centro de comando em "rádio de alta-frequência,
num relé em avião ou numa ligação a
satélite", diz Hansen. "Análise da telemetria obtida
provavelmente seriam feitas quando o navio retornasse ao porto".
"E "há meios de planear o trânsito do navio para estar
próximo da área de impacto no dia do lançamento",
continua ele.
Entretanto, enviar navios na vanguarda para ver também é um risco
para o Norte. Não só tais navios poderiam ser interceptados por
inimigos, mas o seu movimento lento no oceano aberto poderia proporcionar
inteligência utilizável a inimigos acerca da
direcção e temporização potencial do futuro teste
de míssil da RDPC.
"Parece-me improvável que fosse permitido a navios da Coreia do
Norte operarem em áreas de impacto sem serem seguidos (ou investigados?)
por forças navais internacionais", diz Schiller.
"E também parece improvável que um gravador de dados
sobrevivesse ao impacto e, se sobreviver, enviar sinais que só navios
norte-coreanos acompanhariam e recuperariam penso que navios da
República da Coreia e dos EUA seriam mais rápidos".
Em consequência, para minimizar possibilidades de detecção,
"eles têm de ser dissimulados com navios de telemetria,
possivelmente disfarçando-os como navios cargueiros ou mantendo-os longe
de áreas com população", diz Lafoy, analista de NK
Pro.
"Também vale a pena notar que navios de telemetria são
atraentes
", destaca Lafoy. "É possível criar navios pequenos, mas a
RDPC não é conhecida por suas capacidades em radar e rastreamento
suas capacidades em telemetria no mar parecem razoavelmente
subdesenvolvidas.
Contudo, diz o engenheiro israelense Uzi Rubin, o Norte poderia "utilizar
cargueiros comerciais com instrumentos cobertos isto pode ser ocultando
os instrumentos em contentores ou em navios de outro país com
instrumentos, abertos ou encobertos.
"(Mas) em qualquer caso, algum navio... deve estar presente na
vizinhança do ponto de impacto ou visitar a área logo após
o teste".
Apesar de todos os desafios, Hansen diz ser possível que o Norte possa
escapar com um navio a longa distância com um movimento não
detectado.
"Se eles desligarem os radiofaróis
AIS
durante um dia ou dois há pouca probabilidade de serem encontrados e
não haveria meio de provar que fizessem parte do teste: lembre que o
Norte não informa os marinheiros dos seus testes".
Dito isto, o precedente chinês poderia sugerir outra coisa.
"Na preparação para o primeiro teste chinês do ICBM
DF-5 de longo alcance, a República Popular da China enviou 18 navios
para as zonas de impacto com mais de duas semanas de antecedência",
diz Lafoy.
"Foi um enorme esforço que era realmente visível para a
comunidade de inteligência dos EUA, segundo
relatórios desclassificados
. "Houve meses de preparativos no lançamento do
foguete, incluindo a entrega e instalação de novo equipamento de
telemetria em vários pontos".
ALTERNATIVAS
A seguir à rápida difusão do vídeo japonês
acidental com registos do vídeo em circuito fechado de TV (CCTV) da
reentrada do teste do IRBM norte-coreano de 14 de Setembro, especulou-se em
alguns círculos que Pyongyang, na falta do seu próprio
equipamento receptor de telemetria nas proximidades, poderia em alguns casos
confiar apenas em dados externos para saber do desempenho do míssil
longe de casa.
"Há um cenário alternativo em que eles não
estão a fazer um teste
do modo certo
", diz Lafoy. "Ao invés de realmente tentarem reunir dados
técnicos valiosos, se a questão é puramente de
dissuasão e teatralidade, nenhum navio seria necessário".
Nesse caso, o Norte poderia simplesmente "esperar até obter
informação dos EUA, República da Coreia ou Japão e
eles obtêm a informação de impacto em segunda
mão", diz Hansen.
Alternativamente, "na medida em que for suficiente para Kim a fim de
declarar um êxito e publicar um vídeo de propaganda, é um
êxito", continua Hansen". (Uma tal abordagem) significa que ele
deposita um bocado de fé nos testes que têm trajectórias em
altura
(lofted)
e nos testes prévios feitos numa plataforma, com um motor de foguete
explodindo a ogiva".
E "se eles ficarem felizes... com a medição interrompida,
não precisam de telemetria", acrescenta Schiller, referindo-se
à localização na qual receptores baseados no terreno
perderiam contacto com um teste de míssil a longa distância.
"Mas desse modo você não pode desenvolver novos
mísseis; pode apenas descobrir quão precisos são seus
mísseis operacionais lançados pelas suas equipes".
Existe uma outra opção, entretanto, mas especialistas disseram
à NK Pro que seriam muito improváveis para o Norte.
"Em teoria, um satélite poderia fazer parte do esforço de
receber informação de um míssil durante um teste de
lançamento", diz Tal Ibnar, do Fisher Institute. "Entretanto,
não há indicação de que os satélites
norte-coreanos actualmente em órbita sejam capazes de fazer isto".
E apesar de a Coreia do Norte afirmar ter lançado múltiplos
satélites com êxito, diz Hansen que eles estavam "mortos
à chegada após a colocação em órbita",
tanto com movimentos giratórios como incapacidade de expandir
painéis solares para gerar a electricidade necessária para
comunicações.
"Mesmo se estivessem a trabalhar e tivessem sensores a bordo que pudessem
receber o sinal de telemetria, estão em órbitas baixas de modo
que só vêm a mesma área do oceano cerca de seis minutos
duas vezes por dia", diz Hansen.
"Seria preciso uma temporização muito precisa para ter um
satélite em posição quando a ogiva reentrasse e impactasse
e apontado na direcção certa".
CONCLUSÕES
Entender como ou se a Coreia do Norte obtém telemetria de
testes de mísseis a longa distância permanece uma questão
aberta, mas se for respondida com precisão poderia proporcionar pistas
significativas para determinar a confiabilidade potencial das suas
concepções de mísseis e mesmo para estimar a
temporização e localização de potenciais testes
futuros.
Examinando um caso recente, Hansen diz acreditar que os monitores de
vídeo vistos por trás de Kin Jong Un a mostrarem dados do
desempenho do voo do míssil não eram simplesmente falsos ou
unicamente para descrever uma trajectória simulada da missão de
lançamento planeada.
Em particular, mencionando o teste do Hwasong-12 de 14 de Setembro sobre o
Japão, Hansen destaca que "um quarto elemento de telemetria VHF/UHF
foi visto na pista durante o lançamento".
"Ele foi apontado num ângulo de 42 graus para o leste pouco
após o lançamento (e) no primeiro plano Kim e vários dos
seus generais estavam a olhar na mesma direcção para o
míssil", diz ele.
"Este é provavelmente [o modo] como a telemetria a bordo é
recebida durante o pré lançamento, o lançamento e
até que o míssil se perca de vista".
Mas como os dados são obtidos para além daquele ponto permanece
um mistério por enquanto.
As localizações de amaragem dos testes do Norte a
distâncias mais longas tornam impossível para a RDPC posicionar
aviões nas áreas certas para obter dados no momento do impacto,
estando para além do alcance.
Obtenção de dados por satélite também parece
extremamente improvável no caso norte-coreano, uma vez que as
órbitas dos satélites da RDPC são actualmente baixas e o
facto de aparentemente não estarem mesmo a funcionar.
É possível, portanto, que a Coreia do Norte utilize navios
posicionados previamente no mar para receber dados de lançamento perto
da amaragem em tempo real, ou que navios possam mesmo navegar para recolher
dados registados a seguir ao teste.
Contudo, ambos os métodos deixam tais navios à mercê de
intercepção ou rastreamento por inimigos mais ansioso e capazes
de recolher os dados antes que o Norte o possa fazer.
Assim, também é possível que o Norte possa simplesmente
deixar para outros a obtenção de dados a longa distância,
via relatos de japoneses, sul-coreanos e estado-unidenses, os quais têm
equipamento muito mais capaz.
Isto aconteceria, contudo, ao custo de os próprios engenheiros da Coreia
do Norte serem capazes de obter dados confiáveis e em tempo real para
entender o desempenho de novos desenhos, privando Pyongyang de possivelmente
valiosa propaganda com o filme da detonação com êxito de
uma ogiva afastada do território da RDPC.
17/Novembro/2017
O original encontra-se em
www.kasmaal.com/?p=14163
Este artigo encontra-se em
http://resistir.info/
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