O toque a finados do neoliberalismo? (2)
por Michael Hudson
[*]
entrevistado por Ellen Brown e Walt McRee
Ellen Brown Se nos ergueremos na nossa cátedra e apenas dissermos
que isto precisa mudar, nada acontecerá. Poderíamos fazer isso
nós próprios e justamente mostrar o que estamos a fazer, em
contraste com o que eles fazem...
Michael Hudson
Está a pedir para haver simetria. Mas eles impõem-nos uma grande
carga, que não precisam carregar. Lançam os dados a seu favor. A
Ellen pretende parar o favoritismo interno. Para apresentar corretamente os
bancos dentro do sistema tem de se dizer: "Olhem, essas pessoas
estão a tentar manter o seu monopólio". Pode-se usar a
legislação anti-monopólio que está em vigor desde a
época de Teddy Roosevelt. Há muito poder legal para dividir os
grandes bancos. Poderiam ser tratados como acho que poderiam tratar as empresas
farmacêuticas se Bernie Sanders entrasse.
Walt McRee Os monopólios estão a ser desafiados pelo setor
bancário paralelo. Novas tecnologias de troca de pagamentos parecem
estar corroendo essa fonte singular de crédito. Qual é o seu
prognóstico para como isso vai evoluir? Os grandes bancos
encontrarão uma maneira de o reprimir?
Michael Hudson Estamos falar de criptomoeda?
Walt McRee Seria um exemplo, sim.
Michael Hudson
Bem, não se pode impedir as pessoas de jogar. As pessoas pensam que
comprar uma criptomoeda é como comprar uma gravura de Andy Warhol.
Talvez o preço aumente se um grande número de pessoas quiser.
Mas, basicamente, é lixo. É muito especulativo. Certamente
não é estável. Sobe e desce. Um dia, pode haver uma
erupção solar que apague todos os registos bancários
dessas coisas. Mas não há como impedir que as pessoas
façam algo que pareça idiotice ou jogo. Portanto, simplesmente,
não se lhes dará nenhuma proteção contra perdas.
Também vai ser necessário isolar a economia de ter
transações em criptografia, essas coisas alternativas de dinheiro
que contêm grandes riscos de perda. Não são dinheiro real,
porque o governo não aceitará o pagamento em criptomoedas para
impostos ou bens e serviços públicos. O governo aceitará
apenas formas especificas de dinheiro. Pode-se criar qualquer tipo de troca ou
aposta. Se se deseja criar o equivalente a uma pista de corrida de cavalos com
apostas, pode-se fazer isso, mas é uma pista financeira. Eu acho que
pode haver impostos nas pistas de corrida. Estão desregulamentadas desde
há muito. Mas os filmes de Hollywood mostram que há muita
criminalidade por aí.
Walt McRee Estávamos, Ellen, eu e Tyson Slokum, um pouco
divertidos imaginando como Max Kaiser gosta do Bitcoin e como ele o vê
como o novo ouro.
Michael Hudson
Ele disse-me que muitas pessoas assistem ao seu programa porque estão
muito interessados no ouro ou interessadas no Bitcoin. Acho que ele tenta ter
uma visão neutra, nas nossas conversas pessoais. Ele não
está especialmente interessado no ouro ou no Bitcoin. Mas muitas pessoas
querem ter informação sobre isso, então ele tem convidados
no seu programa dizendo-lhes: "Aqui está, faça a sua
escolha". Faz parte do novo cenário financeiro especulativo, assim
como os pântanos fazem parte do cenário imobiliário da
Florida. Então, ele cobre todo esse espectro de opiniões. A
Reuters produz os seus shows e o público quer ouvir falar sobre isso.
Então ele fala sobre o que eles querem ouvir.
Ellen Brown Eu acho que ele realmente promove o Bitcoin. Investiu muito
aí, foi um dos primeiros, portanto, obviamente, ganhou muito dinheiro.
Acho que ele concorda que não pode ser uma moeda nacional. É
muito lento, muito caro e ambientalmente hostil. Mas, como você diz, tem
sido um bom investimento, assim como obras de arte ou algo que, se as pessoas
querem, o valor aumenta. Além disso, existe um grande mercado negro para
isso, comércio e coisas que não se deseja que o governo
conheça.
Michael Hudson
É um fenómeno real. Ele viu o fenómeno e parece ter
ganhado dinheiro, mas quando Steve Keen e eu e outros nos encontrámos
com ele o tópico nunca foi discutido. Mas o ouro sim.
Eu pergunto-me para onde foi o ouro da Líbia, por exemplo.
Aparentemente, foi todo tirado e eu penso que os EUA o deram ao ISIS. Hillary
disse que esse ouro tinha que ir para o ISIS para atuar como a nossa
Legião Estrangeira. Nós demos-lhes as armas da Líbia.
Parte do ouro deve ter sido levado pela CIA e pelo Departamento de Estado para
os seus golpes sujos, para as suas operações secretas. Os Estados
Unidos querem impedir que qualquer outro país ou grande possuidor de
ouro tenha ouro suficiente para tentar restabelecê-lo como um meio de
resolver os défices da balança de pagamentos.
Os EUA têm um grande défice militar; portanto, quanto mais
dinheiro gastar no exterior com as suas 800 bases militares, mais ouro
perderia. Portanto, os Estados Unidos querem manter o dólar no centro do
sistema financeiro mundial. Foi realmente por isso que entraram em guerra com a
Líbia, porque a Líbia foi um dos primeiros países a
desdolarizar e mover a sua moeda em direção ao ouro. Agora
há um grupo de países
Rússia, China, Irão e outros
adicionando ouro às suas reservas em vez de dólares. Estamos a
passar por uma desdolarização por todo o mundo para se libertarem
da capacidade de os EUA fazer o que fez com o Irão.
Quando o Irão, sob o Xá, pediu empréstimos em
dólares, usou o Chase Manhattan Bank como seu agente pagador. Colocou
dinheiro suficiente na conta para pagar o serviço da dívida
externa. Quando o Xá deixou de governar o Irão, o Departamento de
Estado disse ao Chase para recusar-se a entregar aquele dinheiro. Uma vez que
Chase se recusou a entregar o pagamento e congelou a conta do Irão, isso
significava que o país entrou em incumprimento de toda a dívida
externa em dólares. Era responsável por uma enorme quantidade de
capital.
Isto foi um aviso para o resto do mundo de que nenhum governo poderia colocar o
seu dinheiro com segurança num banco americano ou numa agência
bancária americana, ou numa agência britânica que atuariam
como subsidiários do Pentágono. Porque se o fizer, o banco pode
simplesmente forçá-lo a entrar em incumprimento a qualquer
momento, assim como a CIA pode usar armas eletrónicas para destruir o
seu sistema de compensação de pagamentos bancários.
É por isso que a ameaça de cortar a Rússia, a China e
outros países do Swift Interbank Clearing System levou a Rússia a
desenvolver o seu próprio sistema de compensação. Com o
toque de um botão, pode começar a funcionar sempre que os Estados
Unidos tentem retirar a Rússia do sistema de pagamentos SWIFT. Os
Estados Unidos estão a fazer com que o mundo inteiro desdolarize muito
rapidamente. Agora a questão é: o que vai a Europa escolher. A
Alemanha e outros países tornar-se-ão parte do sistema
desdolarizado ou permanecerão na área do dólar?
Isto faz parte da luta contra o uso dos chips IT e de comunicação
da Huawei. A Huawei não colocou spywares dos EUA no sistema. Os Estados
Unidos dizem que, se não puderem ter um sistema telefónico e um
sistema de comunicação que possa controlar por spyware um
país e usa-lo para destruir a sua economia, os seus serviços
públicos, os seus sistemas elétricos, então esse
país é nosso inimigo, porque se sentem inseguros sem esse
controlo.
Quando o presidente
Trump disse que
a Huawei era uma ameaça à segurança nacional dos EUA, ele
quis dizer que não nos sentimos seguros, a menos que tenhamos o poder de
destruir qualquer economia que atue de maneira independente dos Estados Unidos
porque pode fazer algo que nós não gostamos. Este é
o conceito mais agressivo de segurança que se poderia imaginar.
Portanto, é claro que o resto do mundo vê a sua própria
segurança nacional como tendo uma dimensão financeira. Ter
dimensão financeira consiste em criar um sistema monetário e
financeiro que minimize as conexões com o dólar, exceto na medida
necessária para comprar e vender dólares com o objetivo de
estabilizar a taxa de câmbio.
Ellen Brown Fala-se muito, mesmo entre os banqueiros centrais, de que
precisamos sair do dólar como moeda de reserva global. Mas parece-me que
o ouro também é manipulável. Quero dizer, não
é o ideal que eu tinha imaginado, um sistema em que em vez das reservas
serem uma coisa, como dólares ou ouro que se podem negociar, seria
apenas como uma medida. Seríamos capazes de comparar uma moeda com outra
de acordo com o que se poderia comprar com ela. Como se tivéssemos uma
cesta de coisas que se usam em todos os países. E agora que isso
é relatado, não seria tão difícil obter os
números, bastaria comparar e dizer: bem, o seu dólar
valerá tantos pesos no México ou o que seja. Esta foi a minha
ideia, o que acha?
Michael Hudson
Isso responderia a um dos critérios de dinheiro, que é uma
medida de valor, mas não serviria para dinheiro internacional.
Você precisa ter alguns meios de restrição. Por outras
palavras, suponha que os Estados Unidos continuassem com um défice
orçamental militar, como na Guerra do Vietname. Não haveria forma
de usar a balança de pagamentos como restrição à
política dos países deficitários, que geralmente
são os agressores militares. A ideia de sair do ouro era que, sob o
padrão-ouro, nenhum país pode dar-se ao luxo de fazer guerra,
porque fazendo a guerra, a moeda entraria em colapso.
Em 1976, Herman Kahn e eu fomos ao Tesouro
isto é para responder à sua pergunta. Ele colocou um mapa do
mundo e disse: "Estes são os países
Escandinávia, Europa Ocidental, Estados Unidos
que não acreditam no ouro. São todos países
social-democratas politicamente estáveis. Eles têm fé no
governo. Não olhe para esses outros ... aqui está o resto do
mundo
Índia, América do Sul, África e grande parte da
Ásia. Estas são pessoas que acreditam no ouro. Por que acreditam
eles no ouro, mas não na área cultural protestante? Bem, eles
não têm fé no governo. Eles não confiam nos
governos. Eles querem alguma opção que seja independente do
governo. O ouro não serve apenas para subornar os guardas de fronteira
se eles estiverem fugindo de algum lugar. Eles querem libertar-se de governos
que foram capturados por forças predatórias
antidemocráticas".
Ele disse que se devia tentar pensar no que seria uma alternativa ao
dólar que as pessoas entendessem. Durante milhares de anos, as pessoas
decidiram por ouro e prata (podemos acrescentar platina e paládio), que
têm sido o melhor meio de liquidação e, portanto, de
restrição monetária internacional. O ouro não deve
ser usado como dinheiro. Não deve ser usado como um meio de pagamento
normal. Deve ser usado é como restrição da balança
de pagamentos, da capacidade dos países de enfrentarem défices
crónicos que são principalmente de caráter militar. Por
isso, chamei à nossa apresentação de "Gold: the
Peaceful Metal". Escusado será dizer que o Tesouro não
aceitou isso, porque disseram que tínhamos acabado de explicar como o
superimperialismo funciona via dólar. Eles não voltaram ao ouro.
Perdemos esse argumento.
Ellen Brown Não será a razão pela qual
saímos do padrão ouro, simplesmente porque não há
ouro suficiente e acabamos aproveitando-o, e...
Michael Hudson
Não, há muito ouro. Não havia ouro suficiente para pagar
o défice militar. Todos os meses os dólares que gastávamos
no Vietname eram entregues aos bancos da Indochina que eram franceses,
entregavam os dólares a Paris e o general De Gaulle trocava esses
dólares por ouro. Tivemos que pagar em ouro pelo défice militar,
que era a fonte absoluta dos défices da balança de pagamentos dos
EUA nas décadas de 50, 60 e 70.
Os Estados Unidos saíram do ouro para que pudessem dar-se ao luxo de
fazer guerras sem a restrição de perder o controlo sobre o
sistema monetário internacional.
Ellen Brown Procurámos ouro no mercado interno mas não
funcionou. Quero dizer, foi necessário usar frações dos
empréstimos de reserva...
Michael Hudson
Sim, é claro que o ouro não funciona no mercado interno.
Certamente não é um suprimento de dinheiro doméstico
apropriado. Estou a falar apenas de acordos entre bancos centrais
internacionalmente.
Ellen Brown Disse que não deve ser negociado. Mas, se não,
como se define a balança de pagamentos?
Michael Hudson
Pode ser negociado. Existe um mercado. A Ellen disse, corretamente, que os
preços do ouro são manipulados. Bem, neste momento, os EUA e os
bancos centrais estão manipulando o seu preço para mantê-lo
baixo, da mesma maneira que estão manipulando o mercado de
ações e títulos comprando antecipadamente. No caso do
ouro, eles estão vendendo antecipadamente. Se continuarem a vender ouro
a um preço muito baixo, as pessoas verão que, se podem comprar
ouro a um preço mais baixo amanhã, por que deveriam
comprá-lo a um preço mais alto hoje? Portanto, sim, o ouro
é manipulado hoje em dia pelos EUA
especialmente pela equipa de proteção contra quedas que atua a
nível internacional para manter o preço do ouro baixo
desencorajando outros países e populações de
comprá-lo como proteção contra o colapso do sistema
financeiro.
Então, voltamos ao facto de o sistema financeiro não funcionar
corretamente. Num sistema financeiro funcional, não seria
necessária uma referência doméstica ao ouro. Temos um
sistema financeiro doméstico que funciona bem sem ouro. Ouro é o
que se tem quando o sistema financeiro se torna disfuncional e há um
colapso.
Ellen Brown Bem, quase parece que nesse caso se precisa de algum tipo de
regulador global. Mas isso é como um governo mundial, uma
aberração contra a qual todos lutamos.
Michael Hudson
Certamente que não queremos um governo mundial. No momento, todos os
planos para um governo mundial são neoliberais. Eles visam
essencialmente limitar, quebrar a regulamentação governamental
democrática dos negócios das grandes empresas e
monopólios.
A ideia de um governo mundial é destruir a capacidade de qualquer
governo democrático fazer as suas próprias leis no interesse do
trabalho e da sociedade. Haveria um governo paralelo da riqueza, o governo dos
grandes proprietários. É o que a Universidade de Chicago chama de
regime de Direito e Economia. E isto é fascismo à escala
internacional.
Há um livro maravilhoso de Quinn Slobodian de 2008,
Globalists: The End of Empire and the Birth of Neoliberalism
, mostrando como esses planos foram desenvolvidos pelos fascistas na
década de 1930 e pelos promotores fascistas da Universidade de Chicago.
Os promotores fascistas eram pessoas como Hayek e von Mises e os economistas de
Genebra da Liga das Nações.
Quando dizem que são anti-governo, eles são realmente
anti-democracia. Eles pretendem um governo com punho de ferro por grandes
empresas, grandes mineiras e grandes do petróleo e acima de tudo,
por grandes bancos.
Essa é a razão pela qual as pessoas não confiam num
governo internacional. Seria um punho de ferro internacional fascista, a
maneira como as manobras das classes financeiras, classes rentistas e neocons
organizam as coisas.
Ellen Brown Concordo totalmente. É muito assustador. Queremos
soberania para todas as pequenas nações, e até para as
nossas pequenas cidades, Estados e assim por diante. Mas como se
conseguirá que todos trabalhem juntos? Por exemplo, a Venezuela tem o
problema da dívida, como qualquer país que está fortemente
endividado com estrangeiros, fundos abutres ou qualquer outra coisa. Não
existe um tribunal reconhecido universalmente onde se possa ir. Parece que, em
algum nível, precisamos de algum tipo de esforço de
colaboração em que todos concordemos com as regras.
Michael Hudson Absolutamente certo. Claro que os Estados Unidos
não reconheceriam nenhum tribunal internacional. Então,
novamente, teríamos o resto do mundo pertencente ao tribunal e os
Estados Unidos ficando de fora e não reconhecendo o tribunal. O meu
[livro]
Super-Imperialism: The Economic Strategy of American Empire (1968 & 2003)
descreve a história dessa política.
Mas está certa: deveria haver um tribunal que reconhecesse coisas como
dívidas odiosas para os governos.
O problema da Venezuela é que, sob os ditadores que os americanos
instalaram por assassinato e à força, a Venezuela comprometeu as
suas reservas de petróleo como garantia para os seus títulos
internacionais.
Isto dá um direito adquirido aos credores para coloca-la em
incumprimento e saquear as reservas de petróleo e os investimentos
feitos nos Estados Unidos, adquiridos pelos distribuidores de petróleo.
Então, sim, é preciso um conjunto de regras internacionais para
anular dívidas incobráveis. Isto significa uma alternativa ao
FMI.
É preciso um anti-FMI. Em vez de agir em nome dos credores que
impõem austeridade aos países, deve criar-se uma
organização representando a sociedade. E o interesse da sociedade
é crescer. Em vez de promover a austeridade como o FMI, promoveria a
prosperidade.
Em vez de financiar a dolarização do governo dos EUA e dar o
controlo mundial aos EUA, faria parte do grupo de desdolarização.
Então, teríamos um grupo de nações
pró-crescimento da economia mundial, usando financiamento para
crescimento e desenvolvimento com crédito produtivo. Temos os Estados
Unidos fornecendo crédito predatório, austeridade, cortando na
Segurança Social, cortando o Medicare e tendo uma economia polarizada
que está encolhendo e acabará parecendo a Grécia ou a
Argentina. O resto do mundo seguiria políticas financeiras mais
produtivas e menos oligárquicas. Este deveria ser o nosso sonho global.
Mas tem havido pouca preparação para isso. Os neoliberais do
setor financeiro reuniram um grupo de lobby quase conspirativo em Direito e
Economia para promoverem as regras da Parceria Transpacífico e da OMC
impedindo os governos de imporem multas antipoluição, regular
monopólios ou fechar paraísos fiscais. Se você multar uma
empresa de petróleo por poluir, o governo é obrigado, de acordo
com essa lei internacional, a pagar às empresas de petróleo o que
elas teriam ganho se continuassem envenenando o meio ambiente. Isto
é
Ellen Brown Chocante.
Michael Hudson Definitivamente. É uma forma de morte
internacional.
Ellen Brown Concordo totalmente.
A primeira parte desta entrevista encontra-se
aqui
.
[*]
Presidente do Instituto para o Estudo de
Tendências Económicas de Longo Prazo (ISLET), analista financeiro
de Wall Street, professor de pesquisa de economia da Universidade de Missouri,
Kansas City e autor de
J is for Junk Economics
(2017),
Killing the Host
(2015),
The Bubble and Beyond
(2012),
Super-Imperialism: The Economic Strategy of American Empire
(1968 & 2003),
Trade, Development and Foreign Debt
(1992 & 2009),
Finance as Warfare
(2015),
The Myth of Aid
(1971) e outros.
O original encontra-se em
www.informationclearinghouse.info/54045.htm
Tradução de DVC.
Esta entrevista encontra-se em
https://resistir.info/
.
|