Poderá a diplomacia de Putin prevalecer sobre a coerção de
Washington?
por Paul Craig Roberts
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, está a tentar salvar o
mundo da guerra. Deveríamos ajudá-lo.
Hoje [24/Junho] o secretário presidencial de imprensa, Dmitry Peskov,
informou que o presidente Putin pedira ao parlamento russo para revogar a
autorização para utilizar força que lhe fora concedida a
fim de proteger os residentes de antigos territórios russos que
actualmente fazem parte da Ucrânia da raivosa violência
russofóbica que caracteriza o governo fantoche de Washington instalado
em Kiev.
Os neoconservadores de Washington estão eufóricos. Eles encaram a
diplomacia de Putin como um sinal de fraqueza e de medo e instam por passos
mais fortes para forçar a Rússia a devolver a Crimeia e a base
naval no Mar Negro.
No interior da Rússia, Washington está a estimular suas quintas
colunas de ONGs a solapar o apoio de Putin com a propaganda de que ele teme
defender russos e abandonou a população russa da Ucrânia.
Se esta propaganda ganhar terreno, Putin será distraído pelos
protestos de rua. A aparência de uma fraqueza interna de Putin
fortaleceria Washington. Muitos membros da jovem classe profissional são
influenciados pela propaganda de Washington. Basicamente, estes russos, com
cérebros lavados pela propaganda estado-unidense, estão alinhados
com Washington, não com o Kremlin.
Putin colocou o seu futuro e o do seu país na aposta de que a diplomacia
russa pode prevalecer sobre os subornos, ameaças, chantagens e
coerção de Washington. Putin está a apelar aos europeus
ocidentais. Ele está a dizer: "Eu não sou o problema. A
Rússia não é o problema. Somos razoáveis. Estamos a
ignorar provocações de Washington. Queremos fazer as coisas bem
feitas e encontrar uma solução pacífica".
Washington está a dizer: "A Rússia é uma
ameaça. Putin é o novo Hitler. A Rússia é o
inimigo. A NATO e os EUA devem começar uma preparação
militar contra a Ameaça Russa, enviar tropas e jactos de combate para
bases da NATO na Europa do Leste na fronteira da Rússia. As
reuniões do G-8 devem ser efectuadas sem a Rússia.
Sanções económicas devem ser aplicadas à
Rússia pouco importando os danos que as sanções
façam à Europa". E assim por diante.
Putin diz: "Estou aqui à disposição. Vamos terminar
com isto".
Washington diz: "A Rússia é o inimigo".
Putin sabe que o Reino Unido é um total estado vassalo-fantoche, que
Cameron já foi comprado e pago tal como Blair antes dele. A
esperança de Putin na diplomacia ao invés da força assenta
na Alemanha e na França. Ambos os países enfrentam o
orçamento da Europa e as agruras do emprego, e ambos os países
têm relações económicas significativas com a
Rússia. Os interesses dos negócios alemães são um
contrapeso à fraca subserviência do governo Merkel à
Washington. Washington estupidamente irritou os franceses ao tentar roubar
US$10 mil milhões do maior banco da França. Este roubo, se tiver
êxito, destruirá o maior banco da França e entregará
a França à Wall Street.
Se o desejo de soberania nacional ainda existe nos governos alemão e
francês, um ou ambos podia apontar o dedo a Washington e declarar
publicamente que recusam que o seu país seja arrastado ao conflito com a
Rússia por causa do Império de Washington e da hegemonia
financeira de bancos americanos.
Putin está a apostar neste resultado. Se a sua aposta for má e a
Europa fracassar não só para com a Rússia mas para com ela
própria e o resto do mundo acomodando-se ao impulso de Washington pela
hegemonia mundial, a Rússia e a China terão submeter-se à
hegemonia de Washington ou estarem preparadas para a guerra.
Como nenhum dos lados pode permitir-se perder a guerra, a guerra seria nuclear.
Como cientistas têm tornado claro, a vida sobre a terra cessaria, pouco
importando se o escudo ABM (Anti-Ballistic Missile) de Washington funciona.
Eis porque oponho-me às políticas de Washington e falo
abertamente contra a arrogância e o excesso de confiança que
define a Washington de hoje. O resultado mais provável da busca de
Washington da hegemonia mundial é a extinção da vida sobre
a terra.
25/Junho/2014
O original encontra-se em
paulcraigroberts.org
e em
www.globalresearch.ca/...
Este artigo encontra-se em
http://resistir.info/
.
|