Maternidade sob controle
por Andrea Natalia Rivera Rosario
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Os porto-riquenhos são sem dúvida a raça mais suja,
preguiçosa, degenerada e ladra entre os homens que alguma vez habitaram
esta esfera. O que a ilha precisa não é de trabalho de
saúde pública, mas de uma onda, maré ou algo para
exterminar totalmente a população. Fiz o meu melhor para
promover o processo de extermínio ao matar oito e transplantar cancro
para vários mais.
[1]
Dr. Cornelius Rhoads, MD, enviado a Porto Rico pelo Instituto
Rockefeller para dirigir uma pesquisa de saúde pública em 1931.
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A medicina moderna tem tomado o lugar da religião como o principal autor
de milagres. Entretanto, raras vezes nos detemos para pensar no processo que
conduz ao desenvolvimento de novos medicamentos e, muito menos, nas
situações sociais envolvidas. Darmo-nos conta das
inumeráveis violações éticas que abriram caminho
para a ciência moderna é uma tarefa difícil, ainda que
reconheçamos que esses descobrimentos não se tornam menos
úteis ou importantes se suas origens não são
éticas. Ao sermos críticos com a prática da ciência
em si, podemos superar a ideia de que, de alguma maneira, ela é
sacrossanta. Assim, podemos honrar a vida das pessoas que foram sacrificadas
pela busca do conhecimento.
O racismo, o sexismo e outros preconceitos alimentaram um número de
experimentos (a)científicos nos Estados Unidos da América e em
seus territórios, incluindo Porto Rico. Em meados do século XX, a
companhia farmacêutica GD Searle levou a cabo uma série de ensaios
na ilha caribenha para estimar os possíveis efeitos colaterais de uma
nova forma de anticoncepcional: a pílula. Esses esforços,
motivados pela ideologia colonialista e imperialista estadunidense, não
apenas colocaram em risco a vida de mulheres sem o seu consentimento como
mostraram as medidas que os Estados Unidos estavam dispostos a tomar para
reduzir a excesso populacional da ilha.
O DESTINO DA COLÔNIA
É quase impossível descrever a motivação por
detrás do uso e abuso da ciência em Porto Rico sem
abordar a complicada história colonial do arquipélago com os
Estados Unidos. Durante a guerra hispano-americana, as tropas do general Nelson
A. Miles invadiram a cidade de Guánica, no sudeste da ilha, em 25 de
julho de 1898. Depois da guerra, a coroa espanhola vendeu as Filipinas, Porto
Rico e Guam aos Estados Unidos por míseros US$20 milhões.
[2]
Devido
à sua privilegiada geografia no Caribe, o arquipélago
porto-riquenho (composto pela ilha principal, Vieques, Culebra e várias
outras ilhas despovoadas) serviu como um ótimo porto de entrada e
saída às Américas. Como consequência do seu valor
estratégico-militar e comercial, Porto Rico continua sendo até o
dia de hoje uma colônia estadunidense, condenada a um perpétuo
estado liminar.
Os porto-riquenhos foram comandados por um governo civil estadunidense
até 1952, ano que marcou a introdução da
Constituição portoriquenha. Oficializado no quinquagésimo
quarto aniversário da invasão, esse documento transformou
formalmente a colônia em Estado Livre Associado de Porto Rico. O que
resultou uma ilusão, já que Porto Rico não se converteu
nem em livre, nem associado, nem num estado. Essa constituição
legitimava o estado colonial existente.
Junto a introdução da nova Constituição, na
década de 1950 chegou um plano específico para priorizar o
desenvolvimento econômico de Porto Rico. O governador Luis Muñoz
Marín no cargo desde 1946 até 1965 foi o primeiro
governador eleito pelos cidadãos do arquipélago e supervisionou
sua trajetória até o desenvolvimento democrático.
Impulsionado por uma ideologia ao estilo do New Deal, sua
administração instituiu a Operação Mãos
à Obra
(Operation Bootstrap)
em 1947 para modernizar Porto Rico através da indústria, e para
reduzir os principais índices de pobreza.
[3]
Todas as áreas da vida
portoriquenha experimentaram mudanças drásticas em nome do
progresso: o trabalho, a habitação, os valores, a infraestrutura
e, o mais importante, a unidade familiar. O que havia sido uma
transformação gradual, de um sistema econômico
principalmente agrário para um baseado na manufatura e na
indústria, de repente se acelerou em meados do século XX. Segundo
os dados do censo dos EUA de 1940, aproximadamente 566 mil portoriquenhos
viviam em áreas urbanas, onde se encontravam a maioria das
fábricas. Em 1950, esse número se aproximava dos 900 mil.
[4]
Apesar da aparente prosperidade econômica, a Operação
Mãos à Obra deixou uma taxa mais alta de desemprego e uma taxa
mais baixa de participação laboral. A
industrialização simplesmente não foi suficiente para
cobrir as brechas deixadas pela falta de empregos agrícolas.
[5]
Apesar disso, a Operação conseguiu inculcar no público uma
mentalidade capitalista. Os portoriquenhos desejavam mais do "bom"
(crescimento econômico, urbanização, empregos) e menos do
ruim: a pobreza. Com o tempo, várias instituições e
especialistas dedicaram seus esforços para encontrar a raiz da pobreza
na ilha. Finalmente, foram cientistas sociais que disseram de quem era a culpa:
da população porto-riquenha estava crescendo demasiado e
bastante rápido.
[6]
O governo colonial, tal como o seu homólogo estadunidense, tomou medidas
políticas para combater o problema do excesso populacional. Desde a
década de 1920, muito antes do auge industrial, as autoridades haviam
prestado muita atenção ao número "excessivo" de
portoriquenhos. Um aspecto do problema, segundo os demógrafos e
sociólogos da época, era a suposta alta taxa de fertilidade dos
portoriquenhos.
[7]
Eles estabeleceram uma relação causal entre uma
suposta promiscuidade sexual e o aumento da fertilidade que levou a
esforços de controle populacional centrados principalmente no
comportamento reprodutivo dos porto-riquenhos, especialmente o das mulheres.
REPRODUÇÃO RESTRINGIDA: O EXPERIMENTO PORTORIQUENHO
Então foram postos em marcha vários programas de controle de
natalidade. No início da década de 1930 foram abertas
clínicas pelo arquipélago para reduzir a pobreza através
da limitação da reprodução das classes baixas e
trabalhadoras.
[8]
Não obstante, foram as mulheres da elite e da classe alta
as que se mostraram mais receptivas a essas políticas de planejamento
familiar, o que suscitou a preocupação de que a ilha estivesse
sofrendo de um suposto "suicídio racial", conceito arraigado
na eugenia que descreve a extinção das populações
"desejáveis" e o aumento simultâneo das
"não aptas".
[9]
Os anos 30 também marcaram a chegada do Dr. Clarence Gamble, um
médico e herdeiro da fortuna da Procter & Gamble. Gamble, destacado
eugenista, via os portoriquenhos como uma ameaça para os americanos.
Claro, essa gente talvez fosse apta para os campos e as fábricas, mas
ninguém queria que invadissem o continente.
[10]
O que faria a nação com todos estes pobres "americanos"
hispanofalantes de pigmentação ambígua?
Gamble já era reconhecido pelos programas e experimentos de controle de
natalidade, de modo que quando a anticoncepção (incluindo a
esterilização cirúrgica) foi legalizada em Porto Rico em
1937, ele viu a oportunidade de seguir explorando seus métodos.
[11]
Sob sua
supervisão, nos últimos anos da década várias
clínicas de saúde reprodutiva se estabeleceram na ilha.
Ao mesmo tempo que Gamble promovia a esterilização como uma forma
rápida e fácil de lograr uma menor densidade populacional, tomava
liberdades criativas ao prescrever produtos contraceptivos reversíveis
com eficácia não comprovada. Promoveu líquidos e cremes
espermicidas sob o pretexto de que eram infalíveis e, por isso,
adequados para as mulheres porto-riquenhas de "mente curta"
[12]
. Essas
soluções tópicas consistiam principalmente em uma mescla
de ácidos, solventes e detergentes que Gamble sabia serem raramente
eficazes.
[13]
Porto Rico, com sua ampla população de mulheres pobres e
analfabetas, ofereceu a Gamble e às empresas farmacêuticas
estadunidenses um entorno ideal para a realização de
clínicas massivas de contraceptivos. A presença de Gamble, junto
com sua reputação e conexões profissionais, foi importante
para selar o destino do arquipélago como laboratório social.
Anteriormente as iniciativas de planejamento familiar a pequena escala eram
dirigidas normalmente por enfermeiras feministas e trabalhadoras sociais. O
modelo de investigação do Dr. Gamble, que dava o poder de
controle populacional a médicos estadunidenses, levaria os
esforços contraceptivos por um caminho mais obscuro e
questionável.
[14]
A PÍLULA MÁGICA
O Dr. Gregory Pincus, ex-professor assistente da Universidade de Harvard e
investigador da sexualidade humana, é reconhecido como o autor das
pesquisas de controle de natalidade de Porto Rico.
[15]
Pincus sentia uma
obrigação moral de combater o excesso populacional, em particular
entre as "pessoas primitivas", que ele acreditava terem uma taxa de
natalidade elevada. Junto com o Dr. John Rock, um ginecologista de Harvard,
Pincus levou a cabo uma série de experimentos com mulheres para provar a
segurança de um anticoncepcional oral a que chamaram Enovid.
[15]
O Enovid continha as investigações prévias de ambos os
doutores. No laboratório de Pincus, as injeções de
progesterona e de estrógeneo, hormônios conhecidos por seu papel
no controle do ciclo reprodutivo feminino, haviam apresentado promissores
resultados contraceptivos em coelhas. Simultaneamente, Rock usou os mesmos
hormônios em sua clínica para induzir a gravidez em pacientes
supostamente inférteis. Em 1953, embarcaram juntos em uma viagem para
descobrir como esses produtos químicos podiam suprimir a fertilidade.
Na mesma época, Margaret Sanger, enfermeira e co-fundadora de Planned
Parenthood, advogava em favor da acessibilidade dos contraceptivos. Sanger
considerava-se uma defensora do direito das mulheres à maternidade
voluntária e via o planejamento familiar como uma maneira de reduzir o
número de mulheres que viviam abaixo do nível de pobreza. Foi
essa busca que a levou a fazer contato com vários eugenistas
reconhecidos, em particular com o Dr. Clarence Gamble, com quem logo
estabeleceria amizade. Sanger também se interessara pela
investigação do Dr. Pincus e do Dr. Rock como uma maneira de
conseguir seu objetivo final: uma pílula anticoncepcional segura e
efetiva. Em meados da década de 1950, Sanger havia convencido a sua
colega feminista e herdeira de uma fortuna de 35 milhões de
dólares Katharine McCormick a financiar o experimento
científico dos dois investigadores.
[17]
Tinham um patrocinador, uma
pílula e um campo de provas; a única coisa que faltava era uma
fonte de fundos. Duas empresas farmacêuticas negaram-se a participar das
pesquisas com seres humanos por considerarem que os possíveis
experimentos eram "perigosos e pouco éticos", mas finalmente,
uma terceira, G.D. Searle, aceitou o desafio.
[18]
CONSENTIMENTO NÃO INFORMADO
Vale mencionar que as regulações sobre as pesquisas com humanos
não eram tão estritas nos anos 50 como são hoje em dia. As
leis que estabeleceram os princípios éticos modernos, como o
Relatório Belmont de 1979, que estabeleceu o princípio de
consentimento informado, foram redigidas depois que os experimentos terminaram
e o Enovid já estava no mercado. Em Porto Rico, que já era um
"laboratório social", a falta de regulações para
pesquisas era ainda maior. Como as leis eram mais frouxas e os esforços
de controle de natalidade já eram comuns, a nova pílula passou
despercebida como mais um meio para reduzir a superpopulação.
[19]
Em 1954 foi realizado um experimento de pequena escala com pacientes do centro
psiquiátrico do Hospital Estatal de Worcester, em Massachusetts. Os
pesquisadores terminaram por considerar as pesquisas como não
conclusivas devido à suposição de que as pacientes
não estavam sexualmente ativas.
[20]
Pincus e Rock dirigiram-se então
a Porto Rico em busca de um grupo de sujeitos mais manejável e maior. O
estudo inicial começou em 1955 com a participação de vinte
mulheres estudantes de medicina da Universidade de Porto Rico. Em
Reproducing Empire,
Laura Briggs escreve que, apesar de essas jovens terem dado seu
consentimento, foi informado que suas notas estavam condicionadas a
participação no experimento. Mesmo tendo sido obrigadas a se
oferecerem como voluntárias, não puderam cumprir com os
requisitos das pílulas diárias e das provas requeridas: exames
vaginais, medição da temperatura, coleta mensal de urina,
biópsias do endométrio e às vezes inclusive laparoscopias.
A pesquisa foi abandonada.
[21]
Em 1956, Pincus havia mudado seu enfoque para populações mais
amplas de portoriquenhos: as residentes de um projeto de
habitação subsidiada em Río Pedras, San Juan, a capital, e
pacientes do hospital Ryder, na cidade rural de Humacao, no leste de Porto
Rico. As seiscentas mulheres inscritas na pesquisa haviam sido recusadas para o
processo de esterilização, em geral, porque tinham menos de
três filhos.
[22]
A metade dessas mulheres acabou por abandonar as pesquisas, e os experimentos
produziram resultados praticamente inúteis. Na realidade, o Enovid
não havia reduzido a taxa de natalidade entre as mulheres. Vinte das 295
participantes de Río Pedras ficaram grávidas nos primeiros
dezoito meses da pesquisa, e os coordenadores observaram uma taxa de gravidez
de 79% nos quatro meses seguintes às pesquisas.
[23]
Além disso, os efeitos colaterais (náuseas, vômitos,
hemorragias vaginais e fortes dores de cabeça) tornaram
miseráveis as vidas de um grande número de participantes, o que
frequentemente justificava visitas ao hospital. Duas das profissionais
médicas que supervisionaram as pesquisas no arquipélago, a Dra.
Edris Rice-Wray e a Dra. Adeleine Satterthwaite, soaram o alarme sobre as
práticas desumanas que levaram essas mal informadas a sofrerem
angustiantes efeitos colaterais. Informaram que muitas apresentavam danos nas
estruturas uterinas, resultando inclusive em diagnósticos de
câncer de colo uterino e, em outros casos, mortes.
[24]
Suas mortes nunca
foram investigadas. Pincus qualificou esses "efeitos" como resultados
do uso indevido dos hormônios e a falta de consistência das doses,
e perseverou, ocultando os resultados negativos e realizando novos experimentos
no Haiti e no México. O Enovid foi aprovado pela FDA em 1960.
[25]
Os debates sobre o consentimento (não) informado das participantes
continuaram nas décadas posteriores aos estudos de Pincus e Rock. Em seu
documentário sobre as práticas de esterilização e
controle da população em Porto Rico (
La Operación,
1982), Ana María García compartilha o testemunho de duas
participantes. As mulheres informaram que não conheciam a
composição nem a dose da pílula e uma delas relatou as
náuseas, tonturas e desmaios que experimentou devido ao tratamento.
[26]
Quase trinta anos depois, ainda não sabiam que eram as primeiras
mulheres do mundo a utilizar Enovid e não tinham ideia de que a
fórmula que lhes havia sido dado inicialmente continha
significativamente mais hormônios que a pílula finalmente
aprovada.
[27]
Nenhuma dessas mulheres foi compensada pelos meses que dedicaram
às pesquisas.
PARA AS MULHERES
Não se pode negar que a pílula desencadeou uma
revolução. Para as feministas, e para as mulheres em geral, um
método contraceptivo conveniente significou uma nova maneira de reclamar
autonomia sobre seus corpos. Nas décadas posteriores aos experimentos,
muitas de nós nos beneficiamos imensamente do trabalho daqueles
investigadores e das inumeráveis dificuldades suportadas por seus
sujeitos.
Então, é preciso reconhecer as situações e
dinâmicas de poder que tornaram possível esse avanço
científico. Com um preço de 11 dólares ao mês, o
Enovid era demasiado caro para as mulheres de classe média e
trabalhadora de Porto Rico.
[28]
Embora elas tenham sido os sujeitos das medidas de
controle da população o esforço que levou Pincus
à ilha , essas mulheres não viveram nenhuma mudança
nos métodos contraceptivos que tinham a sua disposição. A
maioria delas continuava recorrendo à esterilização, a mais
invasiva de suas opções, como meio de planejamento familiar. No
começo da década de 1970, 35% das mulheres portoriquenhas haviam
sido esterilizadas.
[29]
A pobreza não foi aliviada com a legislação sobre o
controle de natalidade e a superpopulação continuou a servir de
pretexto para explorar os portoriquenhos mediante tratamentos experimentais sem
regulamentação. Até o dia de hoje, a pobreza e a falta de
recursos estão sendo utilizadas para justificar políticas
coloniais e opressivas em Porto Rico. O arquipélago se encontra afundado
em uma dívida de duvidosa legalidade e a Junta de Supervisão
Fiscal, estabelecida pela lei PROMESA do Congresso em 2016, atualmente se
encarrega de manejar a economia do arquipélago.
[30]
Esse organismo controla
o futuro financeiro e econômico de Porto Rico e é composto por
sete membros eleitos unilateralmente pelo Presidente dos Estados Unidos
(posição pela qual, não é preciso dizer, os
portoriquenhos nunca puderam votar). Igual aos programas de controle de
natalidade, as ordens da Junta dão-se por recomendação de
cientistas sociais e especialistas estrangeiros. Os porto-riquenhos, mais uma
vez, não possuem voz nem voto nem consentimento no assunto.
1. Drew C. Pendergrass and Michelle Y. Raji, "The Bitter Pill: Harvard and
the Dark History of Birth Control,"
The Harvard Crimson
, September 28, 2017.
2. Editors, "Treaty of Paris Ends Spanish-American War,"
History.com
, December 10, 2019.
3. María Elena Carrión, "Operación Manos a La
Obra," Encyclopedia de Puerto Rico, September 15, 2014.
4. US Department of Commerce, "Puerto Rico: 2010," United States
Census 2010.
5. Carrión,
"Operación Manos a la Obra".
6. Schroeder, Theodore, "Porto Rico's Population Problem,"
Birth Control Review
16, no. 3 (1932): 50;72.
7. Laura Briggs, "Debating Reproduction," in
Reproducing Empire: Race, Sex, Science, and U.S. Imperialism in Puerto Rico
(University of California Press, 2002), 83-84.
8. Briggs, "Debating Reproduction," 93-97.
9. Briggs, "Demon Mothers in the Social Laboratory," 115-116; Sanger,
Margaret, "Birth Control and Racial Betterment,"
Birth Control Review
(February, 1919).
10. Briggs, "Debating Reproduction," 102.
11. James A. Miller,"Betting with Lives: Clarence Gamble and the
Pathfinder International," Population Research Institute, July 1, 1996.
12. Briggs, "Debating Reproduction," 2-107.
13. Gamble, C.J. 1957, "Spermicidal Times as Aids to the Clinician's
Choice of Contraceptive Materials,"
Fertility and Sterility
8, no. 2 (1957): 50;84.
14. Briggs, "Debating Reproduction," 107.
15. Pendergrass and Raji, "The Bitter"
16. Pendergrass and Raji, "The Bitter"
17. Pendergrass and Raji, "The Bitter"
18. Briggs, "Demon Mothers in the Social Laboratory," 131.
19. Pendergrass and Raji, "The Bitter"
20. Jhoni Jackson, "How Puerto Rican Women Made Birth Control Possible
At The Expense Of Their Health,"
BESE
, April 15, 2018.
21. Briggs, "Demon Mothers in the Social Laboratory," 5-136.
22. Briggs, "Demon Mothers in the Social Laboratory," 6-137.
23. Briggs, Reproducing Empire, 137.
24. Briggs, "Demon Mothers in the Social Laboratory," 7-139.
25. Pendergrass and Raji, "The Bitter"
26. García, Ana María,
La operación,
film, directed by Ana María García, Puerto Rico: Latin America an
Film Project, 1982.
27. PBS, "The Puerto Rico Pill Trials,"
The American Experience, 2019.
28. Pendergrass and Raji, "The Bitter"
29. García, "La operación"
30. US Congress, Senate,
Puerto Rico Oversight, Management, and Economic Stability Act
, Public Law 114-187,
U.S. Statutes at Large
549 (2016): 2328.
[*]
Investigadora.
O original encontra-se em
magazine.scienceforthepeople.org/vol23-1/maternidad-bajo-control/
Este artigo encontra-se em
https://resistir.info/
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