"Recuperação da nossa soberania": uma impostura do
governo irlandês
Hoje o establishment irlandês proclama em alta voz que este estado, e por
extensão o povo irlandês, recuperaram a sua soberania. Isto
está muito longe da verdade. O establishment irlandês abandonou
há muito a pouca soberania que este estado alguma vez teve.
Os Tratados de Maastricht, Nice e Lisboa asseguraram a camisa de força
sobre a democracia e a independência da Irlanda, e as actuais
conversações sobre união bancária são para
apertar as cordas ainda mais.
A troika UE-BCE-FMI e os "mercados" são controlados pelas
mesmas forças, os mesmos especuladores financeiros e as mesmas
corporações transnacionais. O controle directo e aberto por
indivíduos instituições financeiras globais já
não é mais considerado desejável ou necessário, as
a mesma classe e as mesmas forças permanecem no comando com a
completa e abjecta aquiescência da troika política interna
Fine Gael, Fianna Fáil e o Partido Trabalhista e dos
negócios irlandeses que representam.
O endividamento deste estado no montante de 125 por cento do PIB pela
socialização da odiosa dívida corporativa imposta sobre o
nosso povo é simplesmente impagável. O programa de
privatização de companhias e serviços públicos de
propriedade estatal continuará. A riqueza do povo será liquidada
a preços de saldo. Os assim chamados "mercados" terão
os primeiros direitos sobre a riqueza criada pelos trabalhadores irlandeses na
forma de serviço da dívida.
O establishment irlandês, em activa colaboração com a UE,
tem utilizado e utilizará a dívida como uma cadeia de sufoco,
impondo e intensificando ataques selvagens ao povo trabalhador, aqueles na
segurança social, pensionistas, doentes e crianças. Eles
continuarão a criar uma economia de baixo salário com emprego
precário. A escala da dívida só pode resultar na
imposição constante e permanente da austeridade, afectando as
vidas desta e de futuras gerações.
O desafio desta geração de trabalhadores é mobilizar e
combater uma estratégia económica e social transformativa e
radical que seja centrada nas necessidades do povo e não nos lucros dos
monopólios e de outros elementos parasitas.
O único caminho daqui por diante para o povo trabalhador e ou aceitar a
servidão da dívida permanente ou construir um sistema
político, económico e social alternativo. Só o povo
trabalhador plenamente estabelecer e garantir soberania e independência
política e económica real e significativa. Um primeiro passo
é o repúdio desta odiosa dívida anti-povo.
15/Dezembro/2013
[*]
Partido Comunista da Irlanda
O original encontra-se em
www.communistpartyofireland.ie/r-2013-12-13.html
Esta declaração encontra-se em
http://resistir.info/
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