Será que a agressão americano-israelense contra o Líbano cessará após a aprovação da Resolução 1701 pelo Conselho de Segurança?
por Partido Comunista Libanês
Um mês e um dia após o começo da agressão
americano-israelense contra o Líbano, após o fracasso daquela
agressão e sua incapacidade para atingir seus objectivos, após a
repetida utilização pelos EUA de tácticas de
procrastinação, atrasando sessões previstas do Conselho de
Segurança, e após numerosos rascunhos propostos pelos americanos
e a seguir retocados pela França, foi o campo de batalha no sul do
Líbano e a nobre resistência que impuseram uma nova realidade
até agora desconhecida para Israel em toda a sua longa história
de batalhas na região e as suas guerras bem conhecidas. Após
ataques e retiradas em toda aldeia no sul, depois de o inimigo apregoar ter
vencido alguma espécie de vitória ou atingido algum objectivo, a
poeira assentou e é óbvio que o campo está verdadeiramente
nas mãos da resistência islâmica que está defendendo,
resistindo e infligindo perdas e baixas militares ao inimigo ocupante. Esta
realidade esgotou as desculpas dos EUA, o seu armazém de tácticas
dilatórias e o seu tempo. O que tem estado a verificar-se no campo de
batalha resultou num crescente número de fissuras e diferenças e
interpretações variadas em muitos lados dentro do
Líbano, entre israelenses, entre a Europa e a América o
que baralhou as cartas. Diplomatas trabalharam febrilmente e intensamente
até que a resolução
foi aprovada e anunciada hoje [12] contra o pano de fundo da decisão do
governo israelense de expandir o âmbito das suas operações
militares no terreno no sul até o rio Litani, operações
que são militar e politicamente desconcertantes dentro de Israel.
Podemos dizer que a resolução do Conselho de Segurança foi
emitida de forma a permitir à comunidade internacional recuperar o
fôlego na batalha furiosa, permitir fazer uma reavaliação
calma, não só em termos dos desenvolvimentos mais recentes nos
campos de batalha como também em termos dos desenvolvimentos
políticos mais recentes, e as transformações que
estão a ter lugar (nas posições dos estados árabes
e a posição interna libanesa, por exemplo).
Muito pode ser dito acerca da resolução, mas em qualquer caso
este acordo não teria sido alcançado se não fosse pela
contínua, esplêndida e patriótica firmeza popular; se
não pela corajosa resistência que mais uma vez afirmou que o
Líbano com a sua resistência patriótica e islâmica e
a firmeza do seu povo, e com o alinhamento de todas as forças
democráticas e patrióticas em torno da resistência,
não pode ser transformado numa arena para o esquema americano para a
região. O Líbano não será tornado um ponto de
lançamento do "Novo Médio Oriente"; o Líbano
será unicamente um lugar de firmeza, patriotismo e identidade
árabe, pouco importando quais os sonhos que alguns possam entreter
acerca da sua transferência da orla árabe para a orla americana.
12/Agosto/2006
O original (em árabe) encontra-se em
http://www.lcparty.org/120806_1.html
A tradução em inglês encontra-se em http://mrzine.monthlyreview.org/lcp120806.html Este declaração encontra-se em http://resistir.info/ . |