A economia da produção das vacinas e o exemplo das
mobilizações industriais
Face à virulência da pandemia, a vacinação contra a
Covid-19 acelerar-se dia a dia no mundo. Mais de 98 milhões de pessoas
já haviam recebido a sua primeira injecção em
1/Fevereiro/2021 e cerca de 9 milhões as duas injecções.
Mas isto não é nada ao lado dos outros milhares de milhões
que restam para vacinar. Com uma população mundial estimada de
8,4 mil milhões de indivíduos, o objectivo de vacinar 70% da
população mundial implica que 5,9 mil milhões de pessoas
deverão ser vacinadas.
O desafio industrial é imenso e a competição, tanto
económica como geopolítica, anuncia-se feroz. Pois, além
das vantagens económicas que esta vacina pode proporcionar, o
prestígio política que os países de origem destas vacinas
terão será imenso.
As vacinas, um êxito científico sem par
O êxito dos cientistas que conseguiram elaborar vacinas eficazes (de 70%
a 95%) contra uma doença desconhecida em cerca de um ano deve ser
sublinhado. Ele deve muito a trabalhos desenvolvidos desde há uma dezena
de anos contra o vírus Ébola que regularmente devasta a
África Ocidental. Este êxito está à altura da
aposta. Para além das mortes e dos sofrimentos, é claro enquanto
a Covid-19 não for dominada, a economia mundial não
funcionará senão em marcha lenta.
Este êxito não foi possível senão por uma
mobilização considerável de meios financeiros. Eles
levaram ao domínio de várias tecnologias. As vacinas que hoje
estão imediatamente disponíveis, e teremos pelo menos 13 vacinas
que serão utilizadas no decorrer do ano 2021, recorrem a quatro grandes
técnicas.
Tabela 1
RNA mensageiro
|
Vector viral não replicável
|
Vírus inactivado
|
Adenovirus recombinante
|
Pfizer + BioNTech (EUA e Alemanha)
|
AstraZeneca + Univ. Oxford (Suécia Reino Unido)
|
Sinopharm BBIP-CorV (China)
|
CanSinoBIO ADN5-NCoV (China)
|
Moderna + NIAID (EUA)
|
Instituto Gamaleya Sputnik V (Rússia)
|
Sinovac CoronaVac (China)
|
NovaVax +Emergent BioSolutions + CEPI NVX-CoV2373 (EUA)
|
CureVac-Bayer (Alemanha)
|
Janssen (grupo Johnson & Johnson) (EUA)
|
Bharat Biotech BBV152 (Índia)
|
|
|
Sanofi Pasteur + GSK (França-Reino Unido)
|
Valneva (França-Áustria)
|
|
Se aquela, muito inovadora, do ARN mensageiro é utilizada por três
deles, como Pfizer/BioNTech, Moderna e Curevac, a técnica mais
tradicional do vírus inactivado é
utilizada por três outros: duas vacinas chinesas que já são
amplamente utilizadas neste país e uma vacina indiana ainda em
desenvolvimento. As duas técnicas restantes, que englobam as vacinas
produzidas por AstraZneca, Instituto Gamaleya, Johnson & Johnson e Sanofi, mas
também por CanSinoBio e NovaVax,
também são inovadoras, ainda que em menor media que a da ARN
mensageiro.
Um dos pontos mais interessantes nesta corrida à vacina é a
pluralidade dos modelos industriais. Grandes sociedades associaram-se a
companhias mais pequenas, mas também mais inovadoras, como no caso da
Pfizer e BioNTech, ou da MODERNA, ou ainda da AstraZeneca com a Universidade de
Oxford.
No lado oposto encontram-se grandes companhias integradas, como a Johnson &
Johnson, como a Sanofi, mas encontram-se também sociedades de Estado
como o Instituto Gamaleya na Rússia ou as sociedades chinesas,
também elas estatais. Verifica-se, mais uma vez, que não
há "modelo único" para a
investigação-desenvolvimento. Os diferentes modelos utilizados
remetem a diferentes ambientes institucionais, mas também financeiros e
industriais.
Estratégias de comercialização
Esta competição avalia-se também nas estratégias de
comercialização. Os produtores de vacinas russos e chineses jogam
deliberadamente a carta dos acordos de licenciamento com os países que
têm capacidades de produção mas que estão mais
atrasados (Índia, Singapura, Malásia, mas também Egipto e
Argélia). Isto implica transferências de tecnologia mas garante
também uma pluralidade de fontes de produção que, tendo em
conta os volumes necessários, se verifica indispensável. Estas
estratégias de cessão de licença são uma resposta
ao carácter mundial da pandemia e uma resposta que é plenamente
compatível com a soberania farmacêutica e sanitária dos
países em causa.
Tabela 2- As estratégias russas e chinesas de cessão de
licença
Gamaleya Sputnik-V
(Russia)
|
|
Sinopharm
BBIBP-CorV
(China)
|
|
Argentina
|
25 milhões de doses
|
Bahrain
|
|
Hungria
|
2 milhões de doses
|
Egipto
|
Entregas e produção sob licença
|
EAU
|
100 mil doses (?)
|
Iraque
|
|
Brasil (estado da Bahia)
|
50 milhões de doses
|
Paquistão
|
|
Brasil (estado do Paraná)
|
Acordo de licença (50 milhões de doses)
|
Sérvia
|
|
Índia
|
100 milhões de doses mais licença para 300 milhões
|
EAU
|
Entregas e produção sob licença no Dubai
|
Coreia do Sul
|
Acordo de licença
|
Marrocos
|
10 milhões e produção sob licença
|
México
|
64 milhões de doses
|
|
|
Uzbequistão
|
35 milhões de doses
|
|
|
Nepal
|
25 milhões de doses
|
|
|
Egipto
|
25 milhões de doses
|
|
|
Bolívia
|
3 milhões de doses
|
|
|
Argélia
|
500 mil doses + acordo de licença
|
|
|
Sinovac CoronaVac
(China)
|
|
CanSinoBio Ad5-nCov
(China)
|
|
Indonésia/Filipinas
|
Acordo de licença para 250 milhões de doses
|
|
|
Malásia
|
25 milhões de doses
|
Malásia
|
Acordo potencial sobre a licença
|
Turquia
|
Acordo de licença com a Phamaniaga
|
Indonésia
|
Entrega de 20 milhões de doses
|
Ucrânia
|
Entrega de 50 milhões de doses
|
México
|
Entrega de 35 milhões de doses
|
Chile
|
Entrega de 20 milhões de doses
|
Paquistão
|
Acordo sobre 25 milhões de doses
|
Brasil
|
Pedido do estado de São Paulo
|
|
|
Uruguai
|
Entrega de 1,75 milhões de doses
|
|
|
Colômbia
|
Entregas de 2 milhões de doses
|
|
|
Inversamente, as grandes sociedades ocidentais, como a AstraZeneca ou a Pfizer,
pretendem manter a exclusividade da produção, ainda que a Pfizer
tenha recentemente concluído um acordo com a Sanofi, cuja vacina, muito
atrasada, não estará disponível antes do fim de 2021.
Será esta posição sustentável a prazo? Não
parece.
A produção vai entrar em conflito com os limites das capacidades
de produção destas sociedades e com os pedidos dos Estados. O
problema coloca-se de maneira particularmente clara para a AstraZeneca cuja
vacina, de utilização mais simples do que a BioNTech ou a
Moderna, mas também mais barata, seria mais adaptada a campanhas de
vacinação em massa nos países em vias de desenvolvimento.
A cessão de licença da vacina russa a sociedades indianas ou
coreanas, da licença das vacinas chinesas a sociedades de Singapura, da
Malásia, cujos custos de produção são sem
dúvida inferiores aos da AstraZeneca, poderia ser um factor de
perturbação das estratégias e verificar-se uma
solução.
A OMS chama a atenção dos países desenvolvidos para este
ponto, pois o fundo que ela estabeleceu para alimentar os países mais
pobres está muito longe de poder por si só bastar para fornecer
vacinas a preços aceitáveis aos países mais pobres.
Há uma questão central, tanto moral como de eficácia.
De nada serviria que os países desenvolvidos tivessem a imunidade
vacinal se subsistisse um enorme reservatório da doença nos
países em desenvolvimento, reservatório que poderia recontaminar
os países "vacinados" por estirpes mutantes.
A pandemia tem um carácter mundial. Se deve ser tratada por
estratégias nacionais, o imperativo da erradicação do
vírus, como foi o caso do vírus da varíola, é
portanto um objectivo global. Isto implica estratégias de
cooperação ou de coordenação entre os diferentes
Estados. Estas estratégias implicam também que as soberanias dos
Estados sejam respeitadas, o que dá um peso muito particular à
cessão de licenças, tais como praticadas pelos produtores de
vacinas russos e chineses.
A estratégia da União Europeia
Isto ocorre numa altura em que se está a desenvolver uma crise na UE,
onde os três fabricantes, BioNTech-Pfizer, Moderna e AstraZeneca,
anunciam atrasos e têm reduzido os ritmos de entrega. Esta crise é
sintomática dos problemas que são agora particularmente agudos em
vários países da UE.
A UE "apreendeu" a estratégia da encomenda das vacinas que
normalmente deveria ser da responsabilidade dos Estados Membros. No entanto,
dois países decidiram agir fora desta estratégia, a
Polónia e a Hungria.
A UE esperava alcançar a imunidade vacinal até ao Verão de
2021, o que os atrasos doravante tornam muito pouco provável.
Tabela 3-
Encomendas europeias
Sociedade
|
Autorização
|
Encomendas
|
Pfizer-BioNTech
|
Dada
|
300 milhões de doses + 200 milhões (princípio de Janeiro)
|
Moderna
|
Dada
|
160 milhões de doses
|
AstraZeneca
|
Em curso
|
300 milhões + opção sobre 100 milhões de doses
|
Sanofi GSK
|
Para Agosto/2021 ?
|
300 milhões de doses
|
Johnson & Johnson
|
Julho/2021 ?
|
200 milhões de doses
|
CureVac-Bayer
|
Para Agosto/2021 ?
|
225 milhões de doses + opção sobre 180 milhões
|
|
TOTAL
|
1 425 milhões de doses
|
A estratégia escolhida pela UE deve ser comparada à dos Estados
Unidos e também às do Reino Unido e de Israel. Estes três
países posicionaram-se muito cedo sobre a questão das vacinas.
Os EUA e o Reino Unidos participaram maciçamente no esforço
financeiro de desenvolvimento destas vacinas. Israel aceitou um
sobre-preço relativo sobre as vacinas, mas também aceitou que os
dados de saúde dos seus cidadãos sejam transferidos para a
Pfizer, uma escolha contestável mas que sem dúvida compensou.
Tanto na Rússia como na China são organismo de Estado ou
sustentados pelo Estado que desde o princípio assumiram as despesas de
desenvolvimento das vacinas e, na Rússia, elas são gratuitas.
A União Europeia, por sua vez, adoptou outra estratégia que
consistiu em agrupar suas compras para poder puxar os preços para baixo.
Isso certamente levou a que volumes importantes fossem encomendados a um custo
total dominado.
Mas isto, combinado com o facto de que ela só se posicionou no mercado
da vacina três meses após os outros países mencionados,
também levou a que uma boa parte das entregas fosse dilatada para o
Verão. O que é contraditório com o objectivo ostensivo de
alcançar mais rapidamente uma "imunidade vacinal" implicando
que uma boa parte da população, de 60% a 70%, pudesse ser
vacinada. A velocidade da entrega deveria ter sido o critério principal.
Além disso, estes preços calculados com a maior
precisão possível colocam problemas óbvios
[1]
.
Tabela 4- Preços por dose
dados pelo secretário de Estado
liberal flamengo para os seis fornecedores da UE (em euros)
CureVac-Bayer
|
14,68
|
BioNTech-Pfizer
|
12,00
|
Moderna
|
10,00
|
Sanofi-GSK
|
7,56
|
Johnson & Johnson
|
6,93
|
AstraZeneca
|
1,78
|
As somas comprometidas pelos laboratórios e fala-se de um
empréstimo de 2 mil milhões de dólares da Pfizer
apesar da ajuda que receberam, são simplesmente colossais. Na
ausência de informação oficial, e a UE não brilha na
área da transparência para dizer o mínimo, somos
forçados a confiar na fuga de informação proveniente do
governo da região flamenga.
Alguns preços parecem curiosos e não muito coerentes com outras
informações. A UE revelou por erro o contrato com a AstraZeneca
[2]
e vê-se que para os 300 milhões de doses o preço é
de 870 milhões de euros, ou na realidade 2,9 euros por dose. De notar
também que um estudo publicado pelo Instituto Gamaleya (em russo)
apresenta uma estimativa que coloca a Pfizer a US$20-30, a AstraZeneca a US$2,5
(ou seja, 2,08 euros).
A opacidade, contrária a todos os princípios democráticos,
parece reinar na questão do preço e é mais do que
provável que este, em cada contrato, dependa também do volume de
doses encomendado. Finalmente, o anúncio da Pfizer de que os frascos
contendo 5 doses poderiam ser utilizados para 6 doses, e que a Pfizer ajustaria
as suas entregas em consequência, levou de facto a aumentar em 20% o
preço da dose. Se o preço inicial era de facto de 12 por
dose, isto o faria passar a 14,4 ou US$17,4, ou seja, muito
próximo do intervalo baixo indicado pelo Instituto Gamaleya.
As diferenças de preços podem reflectir as tecnologias
utilizadas, os volumes e as capacidades de produção, mas
também, naturalmente, o "poder de mercado" de cada comprador
num mercado onde as considerações geopolíticas
estão a tornar-se cada vez mais importantes.
Tabela 5- Montantes estimados dos contratos
Sociedade
|
Preço unitário provável
|
Número de milhões de doses encomendadas em Agosto/2020
|
Preço em milhões de euros
|
CureVac-Bayer
|
14,68
|
225
|
3 303,00
|
BioNTech-Pfizer
|
12,00
|
300
|
3 600,00
|
Moderna
|
10,00
|
160
|
1 600,00
|
Sanofi-GSK
|
7,56
|
300
|
2 268,00
|
Johnson & Johnson
|
6,93
|
200
|
1 386,00
|
AstraZeneca
|
1,78
|
300
|
534,00
|
TOTAL
|
8,55
|
1 485
|
12 691,00
|
Nada prova que a estratégia da UE tenha sido a melhor. A questão
do "preço" de uma vacina deve ser relacionada à do
custo da epidemia. Se se acreditar nos números fornecidos, a perda, para
a zona Euro em 2020, seria de 1090 mil milhões de euros
[3]
. Ora, a União Europeia teria desembolsado, em Agosto de 2020, 12,7 mil
milhões, ou seja, 1,1% do que a epidemia custou aos países da
zona Euro. Esta soma, certamente importante para o orçamento da UE,
é no entanto fraca.
Pode-se deduzir que se a ideia de realizar compras agrupadas tivesse algum
sentido, ela não compensava a perda em rapidez e em flexibilidade deste
procedimento. Tanto mais que, recorda-se, não é seguro que a UE
disponha das cerca de 600 milhões de doses teoricamente
necessárias para vacinar (com duas injecções) os 2/3 da
sua população.
O anúncio feito pela chanceler Angela Merkel de se interessar pela
vacina russa Sputnik-V revela, de facto, uma ruptura de estratégia. A
única "boa" estratégia consistir em deixar margens de
flexibilidade aberta na decisão tomada pela Comissão Europeia e
deixar, em casos de atrasos nas entregas, cada país em
condições de fazer as sua próprias compras.
A velocidade da vacinação no Reino Unido onde, na data de
2ª. feira 1º de Fevereiro, cerca de 15% da população
já estava vacinada estabelece um contraste cruel com a estratégia
da União Europeia
Que futuro para as cooperações industriais?
Serão as cooperações possíveis? Elas são em
todos os casos desejáveis. Em Dezembro a AstraZeneca dava conta da sua
vontade de cooperar com o Instituto Gamaleya. As duas vacinas revelam-se de
facto muito próximas. Parece hoje que a Sputnik-V, a vacina da Gamaleya,
é superior àquela da AstraZeneca
[4]
.
No princípio de Janeiro de 2021, a chanceler Angela Merkel propunha
às autoridades russas a sua ajuda no seu pedido de
certificação na UE em troca de um possível acordo de
licença respeitante a 100 milhões de doses. No fim de Janeiro
ficava-se a saber que a Sanofi iria cooperar com a Pfizer, até que a sua
própria vacina seja homologada. Diante das necessidades imensas e da
situação de penúria, alianças são
inevitáveis. Mas como organizar esta cooperação?
Nas circunstâncias actuais abrem-se três possibilidades:
Pode-se pensar em cooperações entre grupos farmacêuticos.
Já temos cooperação entre a Sanofi e a Pfizer e a
AstraZeneca com o Instituto Gamaleya. Estas cooperações
industriais vão multiplicar-se. Pode-se imaginar que, por trás do
interesse demonstrado por Angela Merkel na vacina russa Sputnik-V, oculta-se
também o desejo de ver o grande grupo farmacêutico Bayer entrar na
competição com um argumento que não a vacina Curevac, que
parece estar muito atrasada. Serão elas suficientes face à
urgência da situação? Pode-se duvidar disso.
Depois há o princípio das "licenças abertas",
que é diferente do das "licenças livres", defendido por
Jean-Luc Mélenchon e que levaria, de facto, à
espoliação dos produtores de vacinas. Esta
espoliação seria perigosa para o futuro pois novas pandemias, que
requerem novas vacinas, são possíveis. Numa "licença
aberta", um ou mais Estados compram a licença para uma vacina e
disponibilizam-na àqueles que têm os meios para a produzir. Isto
já foi feito e não é de forma alguma contraditório
com as regras da Organização Mundial do Comércio. No
entanto, é preciso reconhecer que isto leva tempo, vários anos
para os medicamentos contra a SIDA.
Finalmente, é necessário olhar a experiência industrial da
2ª Guerra Mundial, particularmente nos Estados Unidos, onde foi posto em
prática uma verdadeira planificação em economia de mercado
[5]
. Nos Estados Unidos, onde a indústria era altamente concorrencial, um
organismo de planificação identificou as capacidades de
produção não utilizadas num determinado momento e
encorajava um fabricante de aviões, ou um estaleiro naval, a transferir
uma parte da sua produção. Boeings foram assim construídos
pela Lockheed, Lockheed pela Curtiss ou Republic
[6]
.
O objectivo era assegurar que as capacidades de produção
estivessem sempre tão próxima quanto possível de uma
utilização a 100%. Normalmente, seria tarefa do
Comissariado do Plano organizar isto, se este último não fosse
uma enorme operação de comunicação. Da mesma forma,
o Comissariado do Plano teria a tarefa de seleccionar os possíveis
empreiteiros para acelerar o processo.
Se se considera que 6 mil milhões de pessoas deveriam ser vacinadas
daqui até o fim do ano de 2021, o que exigiria, no caso das vacinas com
dupla dose, não menos de 12 mil milhões de doses, pode-se medir a
imensidão do esforço a cumprir. Este esforço
implicará formas de cooperação industrial que respeitem a
soberania das nações, que não podem passar senão
por acordos de licença sistemáticos. Estes últimos
estão a ser postos em prática, mas continuam a ser muito
limitados. É tempo de nos inspirarmos nos exemplos de
mobilização industrial tal como foram realizados durante os
grandes conflitos mundiais do século XX.
Notas
[1]
gulfnews.com/...
[2]
www.lalibre.be/...
[3]
www.challenges.fr/...
[4]
www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(21)00191-4/fulltext
[5] Smith, R. Elberton,
The Army and Economic Moblization,
Washington DC, Center of Military History, 1985.
[6] Idem, pp. 55-61
Ver também:
Vacinas: Como farmacêuticas bloqueiam acesso global
[*]
Economista.
O original encontra-se em
www.les-crises.fr/...
Este artigo encontra-se em
https://resistir.info/
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