Há duas semanas, a Strategic Culture Foundation propôs um teste urgente e simples: parar os bombardeamentos de artilharia na Central Nuclear de Zaporozhye. A ZNPP – a maior central nuclear da Europa – continua a ser alvo de ataque militar, o que implica o risco de uma catástrofe nuclear.
Trata-se de uma situação de cerco incrível. E uma situação que ilustra – para quem estiver disposto a vê-la – a profunda criminalidade da guerra apoiada pela NATO na Ucrânia contra a Rússia. Não há nada a que as potências da NATO e os seus media mentirosos não se rebaixem. Numa ilustração relativa a isto, a próxima primeira-ministra britânica, Liz Truss, disse esta semana que estava disposta a utilizar armas nucleares mesmo que isso causasse a aniquilação global. Esta é a mentalidade psicopática que o mundo tem de suportar dos tais regimes ocidentais.
Esta semana, o enviado da Rússia às Nações Unidas apresentou provas fotográficas ao Conselho de Segurança que mostraram irrefutavelmente que o ZNPP está a ser bombardeado pelo regime de Kiev apoiado pela NATO. A trajetória do fogo é a partir do território mantido pelos militares ucranianos e o armamento inclui howitzers M777 fornecidos pelos Estados Unidos.
As afirmações do regime de Kiev são manifestamente absurdas. O presidente ucraniano Vladimir Zelensky afirma que as forças russas estão a atacar a ZPNN, apesar do facto óbvio de os militares russos terem tomado posse da central no início de Março, dias após o lançamento da sua operação de segurança a 24 de Fevereiro para neutralizar as crescentes ameaças da NATO provenientes da Ucrânia. Os governos ocidentais e os media continuam a endossar a mentira descarada de Zelensky, amplificando as acusações perversas de "auto-sabotagem" por parte da Rússia. O chefe das Nações Unidas, António Guterres, também se entregou vergonhosamente ao disparate ao fingir "não saber a verdade" acerca de "afirmações contraditórias".
Não há "afirmações contraditórias". É absolutamente evidente que o regime de Kiev, apoiado pela NATO, está a praticar terrorismo nuclear ao atacar deliberadamente a ZNPP. A NATO e o seu procurador ucraniano estão a utilizar a ameaça de catástrofe nuclear para exigir que as forças russas se retirem da ZNPP. É inteiramente feliz que os militares russos tenham assegurado a ZNPP numa fase inicial. Caso contrário, o regime de Kiev e os seus manipuladores da NATO teriam tido mãos livres para utilizar chantagem nuclear.
Não é a primeira vez, esta semana, que as potências ocidentais abusam do Conselho de Segurança ao permitir que o líder ucraniano se dirija ao fórum. As regras do Conselho estipulam que os discursos só podem ser proferidos por participantes presenciais. No entanto, pela segunda vez, Zelensky foi autorizado a falar com o Conselho através de uma ligação vídeo. O seu discurso foi uma farsa de mentiras, acusando a Rússia de terrorismo nuclear entre outras afirmações histéricas de causar fome no mundo e inflação global.
Quando o embaixador russo, Vassily Nebenzia, por seu turno, tomou a palavra para esclarecer o assunto na audiência do Conselho de Segurança, o líder ucraniano recusou-se a ouvir, a sua ligação vídeo foi convenientemente cortada.
No entanto, o enviado russo apresentou as provas dos ataques militares apoiados pela NATO à ZNPP e prosseguiu afirmando de modo convincente que a crise na Ucrânia tem sido sistematicamente instigada pelas potências da NATO e o seu proxy de Kiev ao longo dos últimos oito anos desde o golpe de Estado apoiado pela CIA em 2014. Nebenzia observou a forma como as potências ocidentais e o regime de Kiev estão a viver numa "realidade paralela".
É comum hoje em dia ouvir como o mundo está sujeito a uma condição pós-verdade. Numa linguagem mais clara, isso significa um mundo de mentiras, falsidades, distorções, informação deturpada e desinformação. A crise na Ucrânia, as potências da NATO e o regime de Kiev são uma encarnação desta realidade satânica.
Os regimes ocidentais acusam a Rússia de agressão não provocada na Ucrânia. (Os mesmos regimes que massacraram o seu caminho através do Iraque, Afeganistão, Líbia e continuam a bombardear ilegalmente a Síria, para mencionar apenas algumas nações vítimas). Declaram estar a defender a soberania e a democracia. Isto é uma farsa absurda que explode diante do facto de que as potências ocidentais armaram um regime nazi na Ucrânia para desestabilizar a Rússia. (Um reflexo de como armaram o Terceiro Reich de Hitler para o mesmo fim há mais de oito décadas). O regime de Kiev tem matado o seu próprio povo durante oito anos e cometeu incontáveis crimes de guerra. Os ataques implacáveis à ZNPP são totalmente coerentes com a sua conduta depravada. Por outro lado, o regime apoiado pela NATO tem bombardeado fábricas químicas e petrolíferas no território do Donbass. Os meios de comunicação ocidentais recusam-se a relatar estas violações porque isso revelaria a mentalidade e a prática criminosa do regime de Kiev e dos seus patrocinadores da NATO.
A operação militar russa para neutralizar a crescente ameaça da NATO na Ucrânia tem sido eficaz. O furúnculo venenoso foi lancetado e o expansionismo agressivo de décadas da NATO contra a Rússia foi posto em cheque. No entanto, os media ocidentais – o ministério da propaganda que são – afirmam que a intervenção da Rússia tem sido um fracasso. Os Estados Unidos e os seus aliados da NATO continuam a inundar a Ucrânia com armas ofensivas mesmo no momento em que o regime de Kiev está a utilizar o terrorismo nuclear com estas armas e enquanto as forças russas estão a destruir o poder militar ucraniano. Isso não é uma contradição; é um sinal verde para mais guerra e lucros para o complexo militar-industrial americano que está na base do capitalismo estado-unidense.
Toda esta crise poderia ter sido evitada com muito menos perdas de vidas se as potências da NATO tivessem respondido às antigas preocupações de segurança da Rússia. Mas isso pressupõe que as potências da NATO teriam estado interessadas em evitar a guerra. A conclusão condenatória é que os Estados Unidos e os seus aliados imperialistas sempre quiseram a guerra atual a fim de perseguir uma ambição geopolítica de enfrentar a Rússia. Do mesmo modo como o eixo liderado pelos EUA quer precipitar uma guerra com a China sobre Formosa e outras falsas questões.
O capitalismo ocidental liderado pelos EUA é viciado na guerra para a sua própria repulsiva sobrevivência. Um mundo de relações pacíficas é fundamentalmente um anátema para Washington e os seus vassalos. Mas os regimes em vigor não podem admitir esse motivo pernicioso, pelo que têm de encobrir a sua agenda criminosa com enganos sobre democracia, ordem baseada em regras, direitos humanos e outras pretensões risíveis. Os media ocidentais fornecem os cosméticos necessários para a realidade macabra. O facto é que as guerras e a destruição são o oxigénio para o poder global dos EUA e os seus lacaios imperiais. Dezenas de guerras desde a Segunda Guerra Mundial travadas pelos EUA e pelo seu sindicato internacional de cúmplices da NATO, especialmente o seu pajem britânico, atestam essa verdade nua e feia.
O comediante transformado em presidente ucraniano, Zelensky, é um mentiroso e um idiota. Mas ele é apenas um pequeno jogador num circo maior do kabuki imperial. O seu regime tem usado escudos humanos e centros civis como cobertura para os seus fins desprezíveis. Cometeu massacres de bandeira falsa numa vil tentativa de culpar a Rússia. Desviou o gás russo dos mercados europeus enquanto se recusava a pagar as suas dívidas de energia. E continua a extorquir os contribuintes ocidentais para pagar a conta das suas depredações – tudo isto com a anuência dos regimes ocidentais. Para pagar pela extorsão à escala global, o público ocidental está a ser aconselhado a tomar banhos frios e a habituar-se ao "fim da abundância", como aconselhou esta semana o Presidente francês (e antigo bankster) Emmanuel Macron.
A farsa desta semana no Conselho de Segurança da ONU em que as potências ocidentais descaradamente desprezaram as provas da sua própria criminalidade ao mesmo tempo que deram uma plataforma a Zelensky para apregoar as suas ridículas mentiras demonstra um dilema profundo. Qualquer tentativa de envolver idiotas e mentirosos através de um diálogo fundamentado está condenada ao fracasso. Quando o diálogo e a diplomacia se tornam inúteis (futile), então o conflito torna-se praticamente inevitável. Este dilema tem sido uma marca constante nas relações com as potências ocidentais durante muitos anos. A presente crise na Ucrânia é o resultado trágico. Lamentavelmente, podem esperar-se mais crises deste tipo porque os idiotas e os mentirosos nunca param.
Os regimes ocidentais estão a desmoronar-se em consequência da sua própria perda de legitimidade inerente. Essa perda deve-se inteiramente ao facto de as suas mentiras se terem tornado mais manifestas, apesar da fachada servil dos media. O colapso pode ser bom. É incontestavelmente bom se acabar com a corrupção endémica. O perigo inefável, porém, é o que as elites ocidentais farão para evitar este colapso histórico. Como o regime de Kiev apoiado pela NATO está a demonstrar através do seu terrorismo nuclear e como a idiota política britânica Liz Truss revelou pelo seu abraço demoníaco à aniquilação global.