O pacote de resgate do FMI coage a Ucrânia à guerra civil
"Vá à guerra contra seus irmãos ucranianos
pró-russos, do contrário não terá o dinheiro!"
A direcção do FMI acaba de aprovar um empréstimo de US$17
mil milhões para "resgatar" a Ucrânia da sua pavorosa
situação económica, como uma contracção de
5% do PIB em 2014, prevista pelos mesmos sábios do FMI. Este
empréstimo faz parte de um pacote a dois anos de US$27 mil
milhões que supostamente inclui numerosos empréstimos da UE.
O dinheiro, naturalmente, vem com condicionalidades impostas elevar
impostos, congelar o salário mínimo, cortar pensões (em
50%) e subsídios à energia as habituais duras
condições que o mundo está covardemente e silenciosamente
a testemunhar em relacção a países humilhados como a
Grécia, Portugal,
Irlanda e Espanha. Quanto aos passos seguintes, as fatias
(tranches)
dois e três, privatização de empresas do Estado,
despedimento maciço de funcionários do Estado, contratos
internacionais para exploração de recursos naturais um dos
quais é o enorme potencial agrícola da Ucrânia eles
certamente virão a seguir.
Nessa altura, a Ucrânia estará madura para fazer a candidatura
à NATO. Assim pensa o ocidente. Esse é o seu plano de jogo.
Felizmente os povos, as sociedades e a história têm
dinâmicas não lineares. Os líderes ocidentais com a
propaganda dos seus media comprados têm estado a ludibriar a
populaça levando-a a acreditar que o mundo funciona como modelos de
computador os quais não incluem a consciência humana que
finalmente pode evoluir de acordo com valores inatos à espécie
humana mas tem sido oprimida por um sistema de exploração voltado
para a cobiça.
A primeira fatia dos US$17 mil milhões, os US$3,2 mil milhões a
serem desembolsados no imediato, ou seja, para o ilegítimo governo
interino ucraniano o que é um acto de crime financeiro cometido
por uma instituição financeira internacional, criada sob a Carta
da ONU, uma instituição que está obrigada a respeitar as
regras sob as quais foi fundado mas que funciona como uma mera extensão
do Departamento do Tesouro dos EUA. Esta instituição e a UE
estão a apressar o endividamento da Ucrânia mesmo antes de
o país tem um governo legítimo para torná-la
dependente do abusivo sistema bancário ocidental, ignorando o que
decidirá o novo governo após as eleições de 25 de
Maio.
A
CNBC
e outros media ocidentais e asiáticos citam este trecho de um
relatório da equipe do FMI:
"Caso o governo central perca o controle efectivo sobre o Leste, o
programa precisará ser redesenhado".
Por outras palavras:
"Vá à guerra contra seus irmãos ucranianos pró
russos, do contrário não terá o dinheiro!"
Mais adiante o relatório diz que:
"Se o governo perder o controle do Leste, isto desgastaria ainda mais as
finanças do país e prejudicaria a capacidade da Ucrânia
para atrair investimento".
Por outras palavras:
"Vocês então precisarão mais do nosso
dinheiro-dívida, mas em condições ainda mais
duras".
Assim, o FMI insiste em que Kiev ganhe o controle da Ucrânia Oriental, em
caso contrário o pacote de resgate será "reconsiderado"
ou redesenhado ou jogado fora.
Isto é pura chantagem contra um governo desesperado, coagindo-o a uma
guerra civil a enviar suas tropas para combater e matar seus
compatriotas no Leste, cuja única "culpa" é que querem
independência do governo de bandidos neo-nazis apoiado por Washington
que chegou ao poder após um esforço de 5 mil
milhões de dólares ao longo de dez anos para a mudança de
regime, esforço esse instigado pelos Estados Unidos da América.
O FMI agora parece desempenhar também o papel de um guerreiro por
procuração para o assassino-chefe de Washington. É quase
inacreditável. Mas na manipulada população ocidental, com
cérebro lavado, guerra torna-se paz, porque segundo o
Washington Post
"A guerra é brutal, mas a alternativa é pior". "E
"as guerra tornam-nos mais seguros e mais ricos"
("Wars make us safer and richer").
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Estes são os novos valores promovidos pelos media presstitutos de
referência. O que é surpreendente é que agora o FMI,
além de sufocar populações com fardos de dívida,
também está a coagi-las a guerras civis, a matarem-se a si
próprias.
Se não for travado, não faltará muito para que uma pequena
elite militar, corporativa e bancária esteja a reinar sobre uma
população reduzida a servi-la como servos.
Mas há esperança. Os BRICS e associados (também chamados
BRICSA) controlando cerca de um terço do PIB mundial e metade da
população do mundo estão a preparar um sistema
monetário alternativo com uma nova moeda a ser utilizada no
comércio internacional e como divisa de reserva, incluindo um novo
sistema de pagamentos internacional que seria totalmente alheio à
economia impostura dominada pelo dólar.
Este novo paradigma para a economia e finança mundiais muito
provavelmente será saudado e atrairá muitos países que
agora se mantêm submissos por medo de "sanções"
do campo dos tiranos.
Mas a maior parte deles silenciosamente deseja o colapso do monstro
simplesmente esperam libertar-se quando isto acontecer. O mundo está
ansioso por emergir da era de trevas para uma era de luz, para a
prosperidade de viver em paz em harmonia uns com os outros e com a Mãe
Terra.
03/Maio/2014
[*]
Economista e ex membro da equipe do Banco Mundial. Trabalhou extensamente por
todo o mundo nos campos do ambiente e dos recursos aquíferos.
Escreve
regularmente para Voice of Russia, Global Research, ICH e outros sítios
Internet. Autor de
Implosion An Economic Thriller about War, Environmental Destruction and Corporate Greed
, obra de ficção baseada em factos ao longo de 30 anos de
experiência do Banco Mundial por todo o mundo.
O original encontra-se em
www.globalresearch.ca/...
Este artigo encontra-se em
http://resistir.info/
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