A WikiLeaks responde à acusação de espionagem contra
Assange
Um acto sem precedentes de ataque à liberdade de imprensa
por WikiLeaks
Hoje a administração Trump lançou um ataque sem
precedentes à liberdade de imprensa global, revelando 17
acusações sob a Lei da Espionagem que implicam 175 anos de
prisão contra o editor da WikiLeaks, Julian Assange. As
acusações relacionam-se a revelações de crimes de
guerra e abusos de direitos humanos pelo governo dos EUA, incluindo o
vídeo pioneiro do Assassinato colateral, Diários da Guerra
Afegã, Cablegate e o Manual para detidos na Baia de Guantanamo,
publicado em 2010 e 2011.
A acusação do Departamento da Justiça dos EUA declara que
"Assange, Manning e outros partilham o objectivo de promover a
missão da WikiLeaks como uma "agência de inteligência
dos povo", ... a fim de revelar informação para o
público e inspirar outros com acesso à mesma a fazer o
mesmo". Com esta acusação, a administração
Trump procura fazer exactamente o oposto: estropiar a liberdade de imprensa e
enviar uma mensagem de que nenhum jornalista que mereça esse nome
está seguro contra represálias.
O Departamento da Justiça quer aprisionar Assange por crimes
alegadamente cometidos fora do Estados Unidos. A aplicação
extra-territorial da lei estado-unidense é explícita ao longo da
acusação ("numa ofensa começada e cometida fora da
jurisdição de qualquer estado ou distrito particular dos Estados
Unidos"), portanto classificando qualquer território no mundo como
sujeito à lei dos EUA.
"Julian Assange não é jornalista", disse o Procurador
Geral dos EUA John Demers, revelando a sua pouca familiaridade com a Primeira
Emenda e ao mesmo tempo ignorando as dúzias de prémios de
jornalismo que lhe foram concedidos, incluindo dois no mês passado, e sem
se aperceber de determinações de tribunais do Reino Unido e de
relatórios da inteligência dos EUA reconhecendo-o como jornalista.
Em resposta à sem precedentes acusações de espionagem hoje
formuladas contra Julian Assange, o editor-chefe da WikiLeaks, Kristinn
Hrafsson, declarou:
"Isto é o mal do desrespeito à lei na sua forma mais pura.
Com a acusação, o "líder do mundo livre" ignora
a Primeira Emenda louvada como um modelo de liberdade de imprensa em
todo o mundo e lança um descarado assalto extra-territorial fora
das suas fronteiras, atacando princípios básicos de democracia e
no resto do mundo".
Barry J. Pollack, advogado de defesa de Julian Assange:
"Hoje o governo acusou Julian Assange sob a Lei de Espionagem por
encorajar fontes a proporcionarem informação verídica e
por publicar aquela informação. A folha de figueira de que isto
é meramente acerca de hacking de computadores foi removida. Esta
acusação sem precedente demonstra a gravidade da ameaça
que o processo criminal de Julian Assange coloca a todos os jornalistas no seu
esforço para informar o público acerca de acções
que foram efectuadas pelo governo dos EUA.
Jennifer Robinson, advogada, afirmou: "Isto é um ataque total
à liberdade de expressão, aos media e à Primeira
Emenda".
A acusação transporta sérias implicações
para parceiros que publicam a WikiLeaks, que são mais de uma centena por
todo o mundo, incluindo o
New Yok Times, The Telegraph
e
The Guardian,
os quais colaboraram nas publicações e podem agora enfrentar
processos como co-acusados.
A decisão final sobre a extradição de Assange permanece
com o secretário do Interior do Reino Unido, os qual agora está
sob enorme pressão para proteger os direitos da liberdade de imprensa no
Reino Unido e alhures. Advogados dos direitos da imprensa argumentaram
unanimemente que o processo de Assange sob a Lei de Espionagem é
incompatível com princípios democráticos básicos.
Este é o mais grave ataque à liberdade de imprensa do
século.
Recursos:
The Assange Precedent: Briefing paper on the precedent set by prosecuting
Assange and its profound implications for press freedom
defend.wikileaks.org/...
Live Blog (Courage Foundation)
https://defend.wikileaks.org/2018/07/23/liveblog-julian-assange-in-jeopardy/
Donate:
https://defend.wikileaks.org/donate
23/Maio/2019
Ver também:
Assange may spend the rest of his life in jail, he's got a 'HANGING judge' – CIA whistleblower
Declaração escrita de Assange entregue à promotora sueca que o interrogou na Embaixada do Equador em 14-15/Novembro/2016 (extenso)
O original encontra-se em
twitter.com/wikileaks/status/...
Este documento encontra-se em
http://resistir.info/
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