O Ocidente deveria sentar-se sobre o seu traseiro, calar a boca e ouvir
"os outros"!
Este é um artigo recente de
Andre Vltchek
(1962-2020), antes do seu falecimento em Istambul dia 22 de Setembro.
Seu último ensaio publicado foi
Guo Wengui So Anti-Chinese that even US Establishment Cannot Stomach Him
.
Vltchek foi escritor, realizador de cinema, fotógrafo, jornalista, analista
político e um ardente anti-imperialista. A sua posição consequente e
lúcida foi um exemplo do que deve ser um jornalismo combativo e de ideias, o
qual se contrapõe ao jornalismo pasteurizado dos media corporativos que nos
mentem & omitem diariamente.
Tal como o co-fundador de resistir.info,
Miguel Urbano Rodrigues, Andre Vltchek constitui um exemplo para todos nós.
Sempre nos disseram o que pensar; o que é correcto e o que é
errado. Pelos sujeitos brancos que moram ou vieram da Europa e da
América do Norte. Eles sabiam de tudo. Eles eram os mais qualificados.
Quando escrevo "branco", não me refiro apenas à
raça ou cor da pele. Para mim, "branco" é a sua
cultura, aquela a que pertencem. Sim, a sua identidade.
Nós russos, cubanos, venezuelanos, chineses, iranianos, turcos
não somos realmente "brancos", mesmo que a cor da nossa pele
seja essa. Não que estejamos ansiando por ser brancos, realmente! Temos
nossa própria maneira de viver e pensar e a maior parte de nós
está do lado dos oprimidos, dos 'miseráveis do mundo',
intuitivamente. Durante séculos as nossas nações foram
saqueadas e atacadas. Milhões de nosso povo desapareceram durante
invasões, genocídios, como aqueles na África e em todas as
outras partes do mundo 'não-branco'.
Sempre fomos estudados; sempre fomos analisados, fomos descritos por aqueles
confiantes escribas e repórteres vindos sobretudo do Reino Unido e da
América do Norte. Eles sabem melhor quem somos e que tipo de sistemas
políticos e culturais merecemos e deveríamos almejar. Estas
pessoas sabem como falar. Seus sotaques são tão perfeitos,
tão "científicos". Se eles dizem alguma coisa, isso
deve ser pura verdade, simplesmente porque são qualificados, pois
dominam o mundo há séculos.
Nós,
os Outros,
espera-se que calemos e ouçamos, a fim de aprender quem realmente
somos, com os mestres do universo. Porque aos seus olhos não somos
ninguém, apenas pouco mais que animais. E os animais não falam;
eles só ouvem, recebem ordens e servem. Eles também são
abatidos obedientemente, quando "é necessário".
Esperava-se que os decisores brancos do mundo soubessem acerca de nós,
muito melhor do que sabemos acerca do nosso próprio povo e dos nossos
países.
Deus proíba um de nós, indivíduos "não
brancos", ousar emitir publicamente algum julgamento, especialmente um
julgamento negativo, sobre a Europa, América do Norte ou
Austrália!
Bem, em primeiro lugar, ninguém nos ouviria, porque nada se espera de
nós, não podemos julgar o Ocidente. Estamos aqui para nos
sentarmos polidamente, submissamente, para ouvir e tomar notas.
Será que vê frequentemente um chinês num programa de
televisão britânico ou americano, a apresentar análises
comunistas do Ocidente? Será que já viu um socialista iraniano ou
chavista
venezuelano a criticar o capitalismo britânico ou canadiano? Isso seria
impensável, não é?
E honestamente, olhe para os chamados meios de comunicação
independentes ou "progressistas" nos Estados Unidos ou Canadá.
A situação
lá
é basicamente a mesma dos principais jornais e estações
de televisão, com algumas raras, muito raras, excepções.
Mais uma vez, os brancos, sobretudo os anglo-saxões, "conhecem o
que é melhor": seja a respeito dos recentes protestos anti-racistas
nos Estados Unidos, seja a própria origem do COVID-19. Mesmo que
não saibam nada, absolutamente nada, eles ainda são considerados
os mais bem informados, os "peritos" mais qualificados. Só
porque têm nomes, aparências e pronúncias adequadas.
Só porque são brancos, arrumados e capazes de mentir de maneiras
aceitáveis.
Há poucas horas assisti a uma gravação, um diálogo
entre dois "experts", o qual foi postado online por um media
"independente" norte-americano. Eles discutiam o COVID-19.
O impressionante foi a arrogância e aqueles sorrisinhos
sarcásticos do tipo "sabemos tudo e vocês não sabem
nada". Dois homens estavam claramente a demonstrar rancor degenerado pelo
mundo. Ambos eram brancos. Mais uma vez, não era só a cor da
pele, mas também a sua atitude; devido à sua
cultura.
Nos 40 minutos durante os quais falaram, não houve referências
à tremenda vitória da China sobre a pandemia. Nenhuma
menção ao Vietname ou a Cuba. Eram
eles
a falar. Era acerca
deles,
acerca do
seu
mundo e definitivamente não acerca da verdade objectiva.
O mesmo media basicamente chutou-me para fora; deixou de reimprimir meus
ensaios depois de as nossas opiniões começarem a divergir, sobre
todos os tópicos importantes, como a revolta nos Estados Unidos, o
COVID-19 e a China. Quando cessei de me comportar como um branco, fui expulso.
Não me cabia nem era meu direito falar do Ocidente, neste momento
histórico crucial. Afinal, eu era apenas algum
outro
da Rússia, da China. Este era o momento de os governantes do mundo
brilharem. Eles e só eles eram qualificados para definir as crises na
sua própria sociedade. Suas publicações fecharam as portas
para
os Outros.
Nem todos, mas a maior parte certamente sim.
Os Outros
eram por
vezes
autorizados a criticar seus próprios países. De vez em quando
era-lhes permitido criticar duramente seus companheiros das
nações não brancas. Mas nunca, alguma vez, foram tolerados
como os críticos eminentes do Ocidente dominante; dos brancos!
Também não lhes é permitido fazer julgamentos intelectuais
importantes: no Ocidente, os chineses não são confiáveis
para decidir se o seu país é comunista ou não! Tais
decisões são feitas por eles em Montreal e Londres, e se
você ousar contradizer trotskistas ocidentais ou anarco-sindicalistas,
será silenciado, censurado e impedido de publicar. Não significa
nada que a China tenha uma das maiores e mais antigas culturas da Terra. Se o
Irão é um país socialista é decidido em Paris ou
Nova York, não em Teerão. O que aconteceu na União
Soviética entre as duas guerras mundiais não cabe aos russos
decidir.
Espera-se que todas as grandes nações não ocidentais
aprendam acerca de si mesmas com alguns diletantes britânicos,
suíços e canadianos, cujo único direito à fama
é que são brancos e fazem parte do Ocidente.
Uma vez, um motorista de táxi em Teerão queixou-se a mim:
"Brancos ocidentais vêm ao meu país pela primeira vez. Eles
não sabem nada sobre o Irão. Mas, com 5 minutos de viagem,
começam a dar-me um sermão sobre a minha própria
nação".
Nem é preciso dizer que os ocidentais brancos
sempre
têm permissão para criticar o mundo inteiro. Não importa
se sabem muito ou pouco acerca dele. Em geral, não sabem nada,
absolutamente nada, mas e daí? Frequentemente, eles até conseguem
infiltrar-se em meios de comunicação e universidades em
países independentes e ensinar aos revolucionários acerca da sua
própria revolução. Ridículo? Bizarro? Sim,
é, mas está a acontecer!
Agora, como o Ocidente está a entrar em colapso, chovem teorias da
conspiração por toda parte. Invenções e
especulações ridículas e idiotas são impressas, dia
após dia. Mesmo alguns media internacionais sérios com sede no
mundo não ocidental caem na armadilha. Eles estão a contratar
exércitos inteiros de redactores britânicos, irlandeses e
norte-americanos convencionais, só para impressionar seus leitores no
Ocidente, aqueles que não estão habituados a receberem
"sermões" de pessoas de outras cores e culturas.
O Ocidente, intelectual e moralmente confuso e corrupto, não foi capaz
de analisar, de pensar racionalmente. É uma lavagem cerebral completa.
Isso se aplica tanto aos redactores quanto aos leitores. Ele precisa,
não pode viver sem "caras familiares", sem linhas de
pensamento familiares.
Apesar da sua confusão, insistem em falar. Exigem serem ouvidos.
São incapazes de aprender com
os outros.
Só sabem como ditar; como pregar.
Mas aquilo que dizem nada mais é que lixo incompreensível.
É apenas um disparate racista, fantasmagórico e irracional.
Conversa política ocidental, tagarelice académica,
degeneração mental alucinogénica de Hollywood, danos
cerebrais da Disney desde a primeira infância, narrativas surreais dos
media de massa tudo isso está reduzindo a nossa raça
humana a nada, a um zero intelectual.
O caos e a falta de lógica patológica estão a manter o
status quo
. Sob tais condições, nenhuma ideologia progressista poderia
sobreviver. Portanto, este é o
ambiente
mais adequado para os meninos ocidentais brancos e sua ditadura global.
É hora de calar a boca da maior parte dos faladores ocidentais, parar de
ouvir e, se possível, trancar alguns dos oradores mais dementes numa
instituição mental!
Mais fácil dizer do que fazer! Mas não há outra maneira.
Francamente, estou farto desta situação. Trabalho por todo o
mundo e posso comparar. É claro para mim que a maior parte dos brancos
ocidentais perdeu o seu gume criativo. Seus pensadores, escritores e directores
de cinema estão a produzir sobretudo lixo. Com algumas
excepções, o mesmo pode ser dito acerca sua academia e jornalismo
investigativo.
Um jornalista russo, chinês, venezuelano poderia ver o colapso das
sociedades ocidentais com muito mais clareza do que os próprios
ocidentais. Ele ou ela seriam, em geral, muito mais qualificados e educados,
capaz de descrever a realidade e de criticar objectivamente.
No Ocidente, o nível de ignorância é realmente
impressionante. O conhecimento não é uma exigência.
Só papéis, diplomas e selos fornecidos pelo regime é que
são.
O mundo precisa desesperadamente de ouvir
os Outros.
Pois é preciso que
os Outros
se envolvam, sejam eles mesmos, para impedir que meninos ocidentais brancos de
assassinarem milhões e milhões de pessoas inocentes em todos os
cantos do mundo, como têm feito durante vários séculos
ininterruptamente. Pois precisa
dos Outros
para erigir novos conceitos, novas ideologias e novos princípios morais.
Os conceitos colonialistas, imperialistas e racistas da América do Norte
e da Europa simplesmente não são suficientemente bons para o
mundo.
Em pânico, os brancos estão ultimamente a gritar (depois que o Sr.
Floyd foi assassinado pela polícia sádica e a rebelião
irrompeu por todo o mundo): "Não se trata de raça!"
Mas observe uma coisa: são
eles,
a dizer
a nós,
mais uma vez, a dizer ao mundo o que é e o que não é!
Você nunca ouviria tais declarações na África,
Médio Oriente ou Ásia. Lá as pessoas sabem perfeitamente
bem
do que realmente se
trata, se se trata de raça ou não!
Acabei de passar duas semanas nos Estados Unidos, analisando a profunda crise
da sociedade estado-unidense. Visitei Washington, DC, Minneapolis, Nova York e
Boston. Falei com muitas pessoas em todos esses lugares. O que testemunhei foi
confusão e ignorância total sobre o resto do mundo. Os Estados
Unidos, um país que brutaliza nosso planeta há décadas,
é absolutamente incapaz de se ver no contexto do mundo inteiro. As
pessoas, incluindo aquelas dos media, são escandalosamente ignorantes e
provincianas.
E são egoístas.
Perguntei muitas vezes: "A vida dos negros importa por todo o mundo? Elas
importam na República Democrática do Congo e na Papua Ocidental?
" Juro, nunca recebi uma resposta coerente.
Alguém tem de lhes dizer... Alguém tem de forçá-los
a abrir os olhos.
Há poucos anos, fui convidado para ir ao sul da Califórnia para
mostrar meu documentário da África (meu longa-metragem
Ruanda Gambit
, sobre genocídios desencadeados pelo Ocidente tanto no Ruanda como
posteriormente na República Democrática do Congo), onde
milhões de negros estão a morrer, a fim de que a grande maioria
dos americanos brancos viva na opulência suína.
Mas antes de poder apresentar, fui avisado:
"Lembre-se, as pessoas aqui são sensíveis... Não
mostre realidade demasiado brutal, pois pode perturbá-las..."
Ao ouvir isso, quase abandonei o evento. Só o meu respeito pelo
organizador me fez permanecer.
Agora estou convencido: é tempo de forçá-los
a assistir; a ver os rios de sangue desencadeados pela sua preguiça,
egoísmo e ganância. É hora de forçá-los a
ouvir gritos de agonia dos
outros.
Nós podemos fazer isso: repórteres "não brancos"
da Rússia, China, América Latina e alhures. Temos imagens e sons!
É nosso povo, nossos irmãos e irmãs por todas as partes do
mundo que estão a atravessar sofrimento inimaginável. E faremos
isso. Já começámos a fazê-lo. Que se lixem as
sensibilidades dos assassinos remotos que se disfarçam de companheiros
vítimas do capitalismo, só porque têm de pagar
empréstimos estudantis e hipotecas, ou trabalhar em dois empregos! Eles
não sabem absolutamente nada sobre verdadeiros horrores e verdadeira
miséria. Um dia, em breve, serão forçados a ver e a
compreender.
Incesto intelectual no ocidente
Durante séculos, intelectuais, pessoas dos media e propagandistas
ocidentais ouviram-se uns aos outros, reciclando pensamentos uns dos outros,
"casando" uns com os outros de uma forma obsoleta e incestuosa. Em
seguida, eles despejavam seus discursos, muitas vezes vigorosamente, goela
abaixo de todos os africanos, asiáticos, em suma,
"dos outros".
Eles criaram uma narrativa horrível que é predominantemente
bombástica, hipócrita, falsa e até mesmo francamente
enganosa.
Durante anos e décadas tenho escrito livros pormenorizados, dando
exemplos de todos os cantos do planeta, revelando esta concepção
atroz. O mais completo deles chama-se
Exposing Lies of the Empire
e tem mais de 800 páginas. A segunda parcela virá em 2021.
Em algum ponto, por operar dentro de margens intelectuais extremamente
estreitas, a cultura ocidental branca simplesmente ficou sem ideias e sem
criatividade. Tornou-se impotente, egoísta e incapaz de oferecer
qualquer coisa progressista e optimista à humanidade.
Mas continua a dar lições ao mundo, 'educando' ou, mais
precisamente, fazendo lavagem cerebral a todas as
outras
raças e nacionalidades.
O mundo foi condicionado de modo que, sem os selos brancos de
aprovação do Ocidente, nada poderia se mover, ou ter êxito,
ou ser levado a sério.
Mas agora, no Ocidente, a cultura branca entrou em colapso total. Ela parou
abruptamente de dar à luz grandes escritores, cineastas ou pensadores. A
Ásia, Rússia e até mesmo partes da África como a
Nigéria e a África do Sul estão a produzir autores muito
melhores, enquanto o Irão, China e Argentina estão a gerar
cineastas indubitavelmente superiores.
Mas é o Ocidente que está a distribuindo prémios para o
seu próprio pessoal e traidores estrangeiros, fingindo que ainda tem o
mandato para julgar, educar e inspirar o mundo. Seus prémios, assim como
seus diplomas, nada mais são do que selos de aprovação
dados a colaboradores; recompensas por servidão.
Nesta altura, os meninos ocidentais brancos sabem muito pouco. Eles
estão em negação absoluta. Eles são ridiculamente
sobrestimados. Na verdade, estão acabados. Eles são vazios,
cínicos, super-masturbados e preguiçosos. Eles pedem toda
espécie de direitos e privilégios, mas nada sabem sobre
responsabilidades, trabalho árduo e entusiasmo.
A América do Norte e a Europa branca esperam que o resto do mundo seja
obediente, submisso, trabalhe duro, apoiando os não razoáveis
altos padrões de vida do Ocidente. Isto é verdade tanto para sua
direita quanto para os chamados "progressistas" (isto é tudo o
que realmente uma vez que virtualmente já não existe uma
verdadeira esquerda internacionalista remanescente nos países
ocidentais).
Mas mesmo a pseudo "esquerda", que é patética, defunta
e realmente apaixonada pelo obsoleto, ainda ousa julgar e desdenhar daqueles
grandes países nos quais Partidos Comunistas e governos
internacionalistas agora orgulhosamente detêm o poder!
A única razão para tal arrogância grotesca é (sim, o
que está a imaginar é certo) o facto de que os membros da
pseudo-esquerda são brancos e vêm de países ocidentais. O
que é obviamente bastante bom (para eles) para alimentar seus complexos
grandiloquentes de superioridade.
Se tudo isso parecer perverso e incestuoso, esteja certo de que realmente
é.
Claro, este monstruoso arranjo do mundo tem de acabar logo, muito em breve. E
acabará! Faremos com que isto aconteça.
Durante décadas e séculos, meninos brancos ocidentais estiveram a
julgar-nos,
aos outros.
Estiveram a analisar-nos, a dizer-nos o que fazer, como pensar e como viver.
Isso levou a um desastre absoluto: a genocídios, pilhagem e
escravidão; a colapsos intelectuais e ambientais.
A moral da história é: o Ocidente Branco não tem
absolutamente nenhum direito de controlar o mundo. Este facto está a
tornar-se cada vez mais óbvio.
Ele
não está qualificado
para liderar o mundo. Existem sistemas políticos muito melhores do que
o ocidental, pois existem culturas muito mais importantes.
A única razão pela qual o Ocidente ainda está no controle
do planeta é por causa da sua violência, brutalidade, bem como de
enganos.
A violência pode ser confrontada. De agora em diante, será. Pela
Rússia, Irão, China, Venezuela e outros países valentes.
Os enganos também devem ser desafiados. Agora temos nossos meios de
comunicação. E estamos a usá-los.
Não deveríamos ouvir mais mentiras. Elas têm prejudicado
nossos países durante décadas e séculos.
Temos de falar. Somos obrigados a falar! Cada vez mais alto. Acerca das nossas
nações, acerca do mundo e da demência do Ocidente.
Agora, o Ocidente deve ser forçado a ouvir nossas vozes.
Nosso povo não deve mais sofrer em silêncio.
Francamente, no Ocidente branco, eles não sabem nada ou muito pouco
acerca de nós. Embora saibamos muito, ou deveria dizer
demasiado
sobre o Ocidente. Realmente, fomos forçados a saber, mas principalmente
mentiras. A verdade fomos nós que a descobrimos, mas descobrimos por
nós próprios e muitas vezes da maneira mais difícil.
O mundo oprimido está a despertar. Cada vez mais, exige que seu
próprio povo escreva e fale. Acerca dos nossos países
próprios e também acerca do Ocidente.
Não nos interessa o que o Ocidente branco pensa de nós. Já
não nos importamos. Cada vez mais de nós cuspimos nos seus
convites e nos incentivos para trair. Não precisamos dos seus
certificados e dos seus diplomas.
Não precisamos do seu dinheiro: temos os nossos próprios meios de
comunicação que começam a render devido a um trabalho
árduo e excelente; na Rússia, China e noutros lugares. Temos as
nossas editoras e estações de televisão. As nossas
palavras estão espalhadas por toda a Internet e ondas de rádio.
Isto é um novo mundo e um grande despertar.
Agora vamos dizer-lhes, directamente na cara, sobre a sua luta fracassada
contra o COVID-19 e sua democracia fracassada. Envergonharemos seu
imperialismo, colonialismo, consumismo vazio e racismo endémico. E
analisaremos suas revoltas, sua opressão, vazio emocional e consumismo
estúpido, usando nossos próprios repórteres, poetas e
pensadores.
Falaremos sobre socialismo e comunismo a partir das nossas próprias
perspectivas, do nosso próprio jeito e quando quisermos! Não
precisamos da permissão deles.
Não precisamos dos sorrisos sarcásticos do Ocidente. Não
somos "brancos". E mesmo que a cor da nossa pele possa ser, em alguns
casos, pálida, estamos a lutar decididamente ao lado das
nações oprimidas, contra o sinistro 'clube' que tem assassinado
centenas de milhões de pessoas, assim como todo o entusiasmo, bondade e
esperança neste planeta.
As coisas estão a mudar rapidamente.
Os Outros estão
subindo. A grande batalha dos dias modernos contra a escravatura e o
colonialismo começou.
Nossa mensagem é clara: Imperialistas, colonialistas, colonos e
supremacistas ocidentais, calem a boca, recuem e ouçam; tivemos de
ouvi-los durante séculos! Sua narrativa é vazia. E vocês
não podem enganar-nos mais. Em breve construiremos nosso próprio
novo mundo: aqueles milhares de milhões que não eram
ninguém no vosso mundo tornar-se-ão tudo no nosso.
Agora estamos a falar
e, pela primeira vez na história moderna, não há nada que
vocês possam fazer a respeito. Vocês simplesmente terão que
se habituar com o som das nossas vozes!
09/Abril/2020
[*]
Andre Vltchek (1963-2020): Filósofo, romancista, cineasta e jornalista
investigativo.
Cobriu guerras e conflitos em dezenas de países. Alguns dos seus livros
mais recentes são
New Capital of Indonesia
,
China Belt and Road Initiative
,
The Great October Socialist Revolution
Fighting Against Western Imperialism
,
Revolutionary Optimism, Western Niilism
,
o romance revolucionário
Aurora
e um best-seller de não ficção política:
Exposing Lies Of The Empire
. Assista
Rwanda Gambit
, seu documentário inovador sobre Ruanda e a R.D. Congo e o seu
filme/diálogo com Noam Chomsky
On Western Terrorism
. Vltchek faleceu em 22/Setembro/2020 em Istambul. O seu é
andrevltchek.weebly.com
,
Patreon
.
O original encontra-se em
uwidata.com/...
Este artigo encontra-se em
https://resistir.info/
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